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quarta-feira, agosto 04, 2010

"Sunny"

Há alguns cantores e compositores que ficaram conhecidos apenas por uma canção, êxitos que se lhes colaram à pele profissional e lhes marcaram as vidas - e que talvez os tenham "perseguido" ao longo de toda a carreira.

Estou muito longe de ser um especialista em música, pelo que pode ser defeito meu não conhecer outras canções importantes de Bobby Hebb, que agora morreu, além do seu sempiterno "Sunny", de 1966. Desse tema, tenho interpretações de Frank Sinatra, Dell Shannon (outra "vítima" da "canção de carreira" com "Runaway"), Marvin Gaye, Dusty Springfield, James Brown e os The Four Tops. E recordo muito bem, nos idos de 90, ter ouvido ao vivo a célebre versão de Georgie Fame, numa bela noite no "infamous" Ronnie's Scott, a catedral londrina do jazz.

Ouçam aqui a versão original de Hebb.

quinta-feira, julho 22, 2010

"Slow limite"

"Grosses têtes" é um divertidíssimo programa radiofónico diário da RTL, que muitas vezes roça o "politicamente incorreto". Dirigido, desde 1977 (!), por Philippe Bouvard, é feito de questões muito diversas, colocadas pelo animador aos convidados, geralmente gente com muita graça e sentido de humor. Às vezes, são horas de grande gozo!

Há dias, um dos convidados, chamado a qualificar a canção "Et si tu n'existais pas", de Joe Dassin, saiu-se com esta: "No meu tempo, era chamado o "slow limite". Num baile, se com ele não se conseguisse 'sacar' uma namorada, então o caso estava perdido".

Aqui fica, para análise. ilustrada por uma imagem desviada dessa "Enciclopaedia Britannica" do romantismo que é o Criativemo-nos.

sábado, junho 12, 2010

Europa

Uma intensa agenda de compromissos com a Comunidade portuguesa em França, durante estes dias, impediu-me de aceitar um convite para estar hoje nos Jerónimos, na comemoração dos 25 anos de assinatura do Tratado de Adesão de Portugal às então Comunidades Europeias.

Tive o privilégio profissional de integrar, meses depois dessa data, a primeira equipa que, em Lisboa, passou a coordenar as relações com Bruxelas. A Europa ocupou, desde então,  uma parte importante da minha vida. Dez anos depois da adesão, couberam-me responsabilidades diferentes nessa mesma área, desta feita de natureza política, por um período de mais de cinco anos. Sobre a Europa escrevi e palestrei muito.

Ao fim deste tempo, de tudo o que se passou desde então, às vezes dou comigo a pensar se ainda acredito no futuro do projeto europeu. Quero acreditar, até porque ele é do interesse objetivo de Portugal. Mas cada vez mais me interrogo se, num ambiente político que é bem diferente dos anos de entusiasmo que já se viveram, as coisas irão evoluir no melhor sentido. De uma coisa tenho absoluta certeza: alguns dos países que, desde o início, estiveram no centro do processo integrador europeu vão acabar por arrepender-se da sua recente deriva para a intergovernamentalidade. Resta esperar que ela não acabe por ser trágica para todos os restantes.

No que a Portugal toca, neste dia, um mínimo de justiça obriga a que lembremos a figura histórica que, no momento certo, soube conduzir-nos pelos caminhos da Europa: Mário Soares. 

Sejamos otimistas e ouçamos hoje o meu velho amigo Fausto a cantar o seu "Europa, querida Europa".

sexta-feira, junho 11, 2010

Amália

Neste que terá sido o primeiro dia de verdadeira primavera em Paris,  com um sol que quase rivaliza com a imbatível luz de Lisboa, acredito que Amália teria ficado contente com a homenagem que lhe foi prestada na capital francesa.

Os líderes municipais das duas cidades, António Costa e Bertrand Delanoe, inauguraram a promenade Amália Rodrigues, um espaço de memória a alguém que, desde há muito, marca o imaginário português em França. O meu antecessor, embaixador António Monteiro, teve muito a ver com a ideia desta homenagem e, porque aparentemente  ninguém o fez, lembro-o eu, aqui e agora.

Como há pouco notou Rui Vieira Nery, numa magnífica palestra sobre a história do fado na "Mairie" de Paris, Amália veio aqui cantar, pela primeira vez, em 1956, num espetáculo em que era uma figura secundária, já no Olimpya, de Bruno Coquatrix. Desde então, Paris rendeu-se-lhe e a cantora passou a ser, em França, um sinónimo de Portugal. Com a vaga migratória iniciada nos anos 60, Amália Rodrigues transformou-se, simultaneamente, no símbolo afetivo da nostalgia de quem por aqui construía, no sofrimento e na audácia, as bases de um seu futuro melhor.

Desde então, o fado anda imenso por França, agora também com outras vozes, como as de Camané ou de Mísia, que hoje acompanharam António Costa a esta que foi a primeira jornada para o futuro lançamento da canção nacional à categoria de "património imaterial da humanidade", no âmbito da UNESCO.

Achei que este post não poderia terminar sem música. Quem quiser, ouça Amália aqui.

domingo, junho 06, 2010

O Hino

Agora que nos aproximamos do Dia Nacional português, vale a pena notar o triste facto de que ainda há muitos portugueses, mais em Portugal do que no estrangeiro, que não conhecem a letra do Hino Nacional. Verdade seja que o nosso hino não "ajuda" muito, pelas fórmulas arrevezadas que utiliza, tributárias da sua linguagem oitocentista, marcada pela indignação exaltada contra as perfídias britânicas do "mapa cor-de-rosa".

Aliás, e a talhe de foice, vale a pena explicar que aquele suicidário e algo masoquista "contra os canhões, marchar, marchar", presente no refrão, é uma versão retificada da letra original, onde se lia "contra os bretões, marchar, marchar" - porque o hino tinha sido construído para reagir à afronta de Londres.

E, para quantos não saibam, aqui deixo duas outras partes da antiga e longa versão oficial de "A Portuguesa", cujo conteúdo remete claramente para o espírito original anti-ultimatum:

Desfralda a invicta Bandeira,
À luz viva do teu céu!
Brade a Europa à terra inteira:
Portugal não pereceu
Beija o solo teu jucundo
O Oceano, a rugir d'amor,
E teu braço vencedor
Deu mundos novos ao Mundo!

e ainda

Saudai o Sol que desponta
Sobre um ridente porvir;
Seja o eco de uma afronta
O sinal do ressurgir.
Raios dessa aurora forte
São como beijos de mãe,
Que nos guardam, nos sustêm,
Contra as injúrias da sorte.

A primeira versão oficial do hino, que surgia no "Diário do Governo", tinha aquelas três partes, além de três repetições da estrofe (Às armas...). Por isso, não é raro ser essa a versão utilizada por uma orquestra ou banda estrangeira, na receção a um dignitário português.

Recordo-me de um embaraço por que passei, em 1980, na Noruega, aquando da visita de Estado do presidente Ramalho Eanes. Embora fosse o organizador da visita, não me passou pela cabeça verificar a partitura que ia ser usada pelos noruegueses, isto é, saber se seria a versão curta ou a longa, até porque sou "nulo" em matéria de pautas de música.

No início de um almoço oficial no Rådhus (câmara municipal) de Oslo, acabada que foi a execução da primeira parte do nosso hino (a que é vulgarmente utilizada), os portugueses presentes iniciaram uma salva de palmas, arrastando consigo os noruegueses. Com surpresa, verificaram que a orquestra "arrancou" para uma segunda parte, repetindo a primeira. Chegada ao fim desta, os presentes avançaram então, mais decididos, para nova salva de palmas. E não é que a orquestra "atacou", de novo, com mais uma repetição?!

Por jeito próprio ou como quem "connait la musique" (expressão aqui apropriada), o nosso presidente mantinha-se impávido. O resto dos portugueses mostrava alguma perplexidade, com Fernando Reino, chefe da casa civil de Belém e até há pouco embaixador em Oslo, a fuzilar-me interrogativamente com o olhar. Só sosseguei quando os músicos noruegueses se aquietaram, por fim...

Depois desta cena, e tal como tem acontecido a muitos meus colegas, já me tem sido dado ouvir esta "tripla" versão do hino pelo mundo fora. Nessas ocasiões, o único problema é quando há portugueses a cantar alto a letra do hino. Coitados, lá repetem mais duas vezes o "Heróis do mar...". É que ainda estou por encontrar alguém que saiba a versão completa.

sexta-feira, junho 04, 2010

Aznavour

Há minutos, a jornalista do "Le Progrès", de Lyon, que vinha conversar comigo ao hotel, ao deparar, no "hall", com Charles Aznavour, que saía, fez questão de fotografar os "dois embaixadores em Lyon", como nos disse ir intitular a notícia. É que Aznavour é hoje embaixador da Arménia junto das instituições internacionais em Genebra, como o carro com matrícula diplomática, que ele próprio conduz, não obstante os seus 86 anos, bem atesta.

Aznavour revelou-se uma figura simpática e loquaz. Explicou-me que a primeira vez que usara o seu recente título de embaixador fora numa visita à nossa Embaixada em Bangkok, julgo que há cerca de um ano, por gentileza do meu colega local. Elogiou a Feitoria onde a nossa missão diplomática está instalada na Tailândia e não deixou de acrescentar: "Vocês foram muito longe...". Atravessou-me a tentação de responder: "Mas já voltámos..." 

domingo, maio 30, 2010

"Há dias assim"

Não ouvi a canção que Portugal levou este ano ao festival da Eurovisão. Mas acho o título deliciosamente português: "Há dias assim". Mais ou menos "assim" são quase sempre os dias das nossas noites na Eurovisão...

Sou de um tempo em que o festival português da canção e, depois, o da Eurovisão, paravam o país, comigo incluído, bem entendido. Lembro-me bem de uma noite de 1967, no Porto, em que só uma réstea de bom-senso me fez optar por ir para o "galinheiro" do Palácio de Cristal, ver um Portugal-Espanha em hóquei, em vez de assistir, na sala de TV do Centro Universitário, à vitoria de "O vento mudou", de Eduardo Nascimento. No ano seguinte, colaborei com o júri que, em Vila Real ("Aqui vão os votos do júri de Vila Real: canção número 1..."), certificou a escolha de "Verão", de Carlos Mendes.  Em 1969, Simone de Oliveira quase que trasladou para a final da Eurovisão, em Madrid, a "alma" do país, com a "Desfolhada". A dimensão popular da sua recepção em Santa Apolónia derrotou a chegada do Porto de Humberto Delgado, em 1958, e estabeleceu uma fasquia a que Mário Soares não conseguiu estar à altura, quando regressou do exílio, em 1974. 

Esse foi também o início do cíclico, angustiado e também muito lusitano tempo das "vitórias morais", da denúncia das sinistras conspirações internacionais contra as nossas inspiradas obras, pela óbvia perfídia dessa Europa a que já havíamos aderido vocalmente "avant la lettre". Tempo que passou a consagrar, com a vitória interna, a saudável presença de José Carlos Ary dos Santos nestas lides musicais. A textos seus se ficaram a dever alguns dos melhores momentos do festival.

A canção vitoriosa em 1974 foi a senha da Revolução de abril, com Paulo de Carvalho a cantar "E depois do adeus". O adeus à ditadura foi, para mim, o início do adeus ao festival. Em 1975, um capitão de Abril (!) representou Portugal na Eurovisão, num escusado pleonasmo político-musical. Seguiram-se dois anos de canções militantes para, finalmente, o nosso país passar a eleger coisas com títulos tão significativos como "Dai-li, dai-li dou", "Sobe, sobe, balão sobe" ou outros com idêntica profundidade. Nuns anos, ainda houve recaídas para o cançonetismo de "mensagem", noutros, há que reconhecer, aconteceram momentos musicais com alguma graça e qualidade. Muito poucos.

A presença da canção portuguesa nos festivais da Eurovisão é, desde o primeiro dia, desde 1964, um dos raros momentos do ano em que a política externa portuguesa é assumida pela generalidade dos cidadãos do nosso país: "vamos a ver se os "nuestros hermanos" votam ou não em nós!"; "ainda estou para saber para que serve a velha Aliança? Os "bifes" deixaram-nos cair"; "espero que os nossos emigrantes ponham a França a nosso favor"; ou "e deixámos nós aqueles tipos entrar para a Europa para agora não nos darem nem um pontinho...". E só registo os comentários publicáveis, claro. João Abel Manta retratou como ninguém, em tempos de ditadura (e, julgo, teve um ridículo processo censório por isso), esse "musicopatriotismo", como a imagem acima atesta.

"Há dias assim..."? Há, são sempre assim os dias "eurovisionários" dos portugueses, os quais, como dizia o Dr. Salazar, que disso manhosamente se aproveitava, "gostam de viver habitualmente".

quinta-feira, março 25, 2010

Carminho

Tinha visto um "video-clip" da autoria do cineasta João Botelho (que é feito de ti, João?) que me chamou a atenção para a sua voz.

Há dias, comprei o seu disco, chamado simplesmente Fado. Fiquei "cliente". Carminho é já uma certeza dentro deste grupo de novos intérpretes do fado. Ouçam o seu "Escrevi teu nome no vento".

Ah! soube que a Carminho (também) é cliente do "Procópio", o que, além do mais, prova que tem bom gosto.

segunda-feira, março 08, 2010

Música na Embaixada

O dia 8 de Março, dia internacional da mulher, foi ontem comemorado com um concerto musical na Embaixada.

A soprano Eduarda Melo (na foto), acompanhada pela pianista Joana David, apresentou a um público de cerca de 100 convidados um recital variado, iniciado por canções de António Ramos Rosa com música de António Pinho Vargas, seguidas de peças de diversos compositores - Debussy, Mozart, Puccini, Menotti, Bizet, Lehar, Britten, Cole Porter e Gershwin.

Foi a 6ª sessão do programa musical Entre Partituras/Entre Partitions, organizado pelo Instituto Camões/Embaixada de Portugal, que tem vindo a apresentar talentos portugueses em diversas áreas musicais.

domingo, março 07, 2010

Orfeão

Acabo de saber, pelas notícias, que faleceu o maestro Gunther Arglebe. 

A memória dizia-me algo sobre o nome. Tinha razão: a ele se deve, numa infausta tarde de 1967, o "chumbo" que eu e o Albano Tamegão tivemos, naquela que seria a nossa comum e promissora entrada para o Orfeão Universitário do Porto. No meu caso, recordo, com o muito audível argumento de que não tinha "uma voz que interessasse" ao Orfeão. 

O maestro tinha, claro, toda a razão do mundo. A verdade, porém, é que, a partir daí, se perderam duas inestimáveis vocações...

Aqui fica, para compensação e por boa sugestão, o "Desafinado" por  João Gilberto ou, a pedido de outras famílias, por  António Carlos Jobim.

domingo, fevereiro 28, 2010

Águas de Março

No início deste mês, em que esperamos que as águas abrandem a sua fúria, ouçamos estas  "Águas de Março" de Tom Jobim pela voz mágica de Elis Regina.

domingo, dezembro 20, 2009

Três cantos


Só foram organizados escassos espectáculos, em Outubro e Novembro, mas o encontro musical de José Mário Branco, Sérgio Godinho e Fausto, a que não tive a sorte de poder assistir, terá sido um dos acontecimentos musicais do ano, em Portugal.

Aí está agora o "Três Cantos", um belo disco para oferecer nestas festas.

segunda-feira, dezembro 07, 2009

Caetano Veloso



Caetano Veloso é um compositor e um cantor excepcional. Há dois anos, em S. Paulo, apenas com uma viola e a sua voz, vi-o encher um palco e conquistar o público de uma forma que muito raramente acontece. Foi um dos melhores espectáculos a que já assisti.

Por uma razão que nunca descortinei, Caetano Veloso dá-se ares de intelectual e muita gente vai nisso, mesmo entre nós. É talvez a emulação com Chico Buarque que o leva a aventurar-se pelos caminhos do pensamento, onde tropeça em algumas notas, com uma presunção que se alimenta de ideias arrevezadas, de frases para parangona, de um "name-dropping" para provar não se sabe bem o quê. Nestes caminhos, hoje como no passado, assume com regularidade uma lusofobia que sabe tocar de perto o sentimento de uma certa intelectualidade.

Há dias, lá esteve na Casa Fernando Pessoa. Falou de Lula, para dizer esta pérola: "à luz tropical do sebastianismo de Pessoa via Agostinho, Lula surge a meus olhos como uma figura de grandeza histórica e épica. Uma grandeza do tipo épico em versos líricos que se encontra em ‘Mensagem’ [ao dizer isto, quase começa a rir-se, refere o Público]. Sinto ternura, simpatia, amor pelas figuras que pareçam carregar a tocha dessa caminhada em que me descobri implicado desde menino”.

Sobre as razões que levam o seu país a apreciar um presidente que “nem sequer concorde os artigos com os substantivos que usa, se elegendo e tendo 80 por cento de aprovação”, Caetano adianta tratar-se de um sinal “dessa originalidade brasileira” que vem do facto de “sermos portugueses, de termos sido colonizados dessa maneira que agradou ao Gilberto Freyre”. Mas que não agrada a Caetano, que talvez tivesse preferido os holandeses. Pois é, mas foram os portugueses, desculpa, ó Caetano!

E agora, se me permitem, vou começar a noite a ouvir o magnífico cantor que é Caetano Veloso.

Em tempo: Inês Pedrosa, em comentário, afirma que as citações reportadas pela imprensa foram decontextualizadas e que o texto completo confirmará isso. Concedo que possa ser assim, mas já ouvi, no passado, Caetano Veloso fazer considerações lusofóbicas. Mas fico a aguardar mais dados.

sábado, novembro 28, 2009

Teresa Salgueiro

Foi um belo espectáculo aquele que Teresa Salgueiro trouxe ontem a Neuilly-sur-Seine, a convite da Associação Cultural Portuguesa naquele subúrbio elegante de Paris.

Embora muitos associem ainda a sua voz aos Madredeus, Teresa Salgueiro, não abandonando a recriação de música antiga, passa agora pelo folclore e pelo fado, a que liga clássicos contemporâneos, como José Afonso e Fausto.

Teresa Salgueiro é hoje uma excelente "marca" portuguesa para o mundo.

segunda-feira, novembro 16, 2009

António Pinho Vargas

António Pinho Vargas é um nome marcante na música portuguesa contemporânea. Compositor e intérprete de música clássica e de jazz, tem doze discos editados.

No sábado passado, actuou com grande sucesso no festival Jazzy Colors, organizado pelos institutos culturais estrangeiros em Paris.

Ontem à noite, foi a vez da Embaixada de Portugal em Paris se encher para o ouvir ao piano, no 5º concerto da série "Entre-pautas/Entre-partitions", organizado pelo Instituto Camões de Paris.

A quem não esteve (e a quem esteve) presente, recomendo vivamente os dois últimos álbuns duplos de António Pinho Vargas, o "Solo" (de 2008) e o recente "Solo II". Aí estão, entre muitos outros temas, o clássico "Tom Waits" e duas versões do magnífico "La Corazón", dedicado a Corazón Aquino.

sábado, novembro 07, 2009

Fado

Na noite de sexta-feira, graças a uma iniciativa da Rádio Alfa, essa instituição de referência que une a comunidade portuguesa da zona de Paris, teve lugar em Créteil uma bela noite de fado.

Tenho ouvido mais fado de qualidade em França, desde que aqui cheguei, do que em toda a última década da minha vida, por esse mundo fora. A França é um destino regular dos melhores fadistas portugueses.

A iniciativa do comendador Armando Lopes, a alma por detrás da Rádio Alfa, conseguiu, uma vez mais, trazer ao vivo e pela antena três vozes de qualidade: Filipa Cardoso (na imagem, que não conhecia e que me pareceu de uma escola fadista próxima de Maria da Fé), António Pinto Basto e Mafalda Arnauth.

segunda-feira, outubro 26, 2009

Música na Embaixada

Chama-se Quarteto Sofia Ribeiro & Gui Divignau. Sofia canta e compõe, Gui toca contrabaixo, compõe e dirige musicalmente o grupo, de que também fazem parte Leonardo Montana, ao piano, e Mathieu Gramoli, na bateria. O português é uma língua que lhes é comum, porque se cruzaram por terras e músicas por onde passa a sonoridade bem diversa que elegeram como sua forma de expressão.

Mais de uma centena de pessoas esteve a ouvi-los, com manifesto agrado, na noite de ontem, na Embaixada. Do jazz ao fado, da bossa nova a Zeca Afonso, eles deram vida a mais um programa "Entre-pautas/Entre-partitions", organizado pela delegação do Instituto Camões em Paris.

Uma nota: se quiser ouvir Sofia Ribeiro, procure os seus discos "Dança da Solidão" (2006) e "Orik" (2008). É o que eu vou fazer.

sexta-feira, outubro 09, 2009

Correio

A propósito da polémica que aqui em França prossegue sobre a intenção de abrir ao capital privado o serviço dos correios, apeteceu-me relembrar uma música que sei que dirá alguma coisa a uma certa geração portuguesa. Ouçam-na aqui.

quarta-feira, outubro 07, 2009

Amália em Paris

Ainda no quadro destes dez anos sem Amália, vale a pena registar uma imagem que dela resta, como homenagem, numa parede da rue Mouffetard, em Paris, que nos foi cedida por uma leitora atenta deste blogue.

terça-feira, outubro 06, 2009

Amália

O meu colega embaixador Manuel Maria Carrilho vai apresentar, para o ano, no âmbito da UNESCO, a candidatura do Fado a "património imaterial da humanidade". Trata-se de uma excelente iniciativa e acaba por ser uma justa coincidência com os dez anos que passam, hoje mesmo, sobre a morte de Amália Rodrigues - a qual, não por acaso, é a única mulher cujo túmulo integra o nosso Panteão Nacional.

A França é porventura o país do mundo onde o nome de Amália se mantém, com mais força, identificado à imagem de Portugal, muito graças ao culto e à acção de personalidades francesas que aqui se esforçam por manter bem viva a sua memória - de que o caso mais notável é Jean-Jacques Lafaye -, bem como ao insubstituível lugar que ela continua a ter na afectividade dos nossos compatriotas e dos seus descendentes.

Eu próprio, dou por mim, quando passo pelo "Olympia", a recordar o modo como, em Portugal, íamos sabendo do êxito das passagens de Amália por esse lugar mítico da música francesa. O lugar onde ela começou um dia por cantar isto.

Encore Pivot