A abertura no túnel do Marão, que hoje tem lugar, não facilita apenas a possibilidade dos transmontanos se deslocarem para lá da serra. Abre também o ensejo a que muitos mais os visitem.
Por isso, e, como antes se dizia, "a pedido de várias famílias", aqui vai um brevíssimo guia para quem pretenda aproveitar uma ida a Vila Real e aí experimentar a gastronomia local.
Para comer bem, uma cozinha tradicional com toque não excessivamente contemporâneo, num ambiente muito agradável, serviço atento e simpático, o visitante deve ir ao "Cais da Vila" (259 351 209), num armazém anexo à antiga estação de caminho de ferro.
Uma das mais antigas casas de pasto da cidade, o "Chaxoila" (259 322 654), foi renovada e modernizada e oferece hoje, na antiga estrada nacional para Chaves, em pouco adiante do quartel, uma bela cozinha, com uma lista marcada pela tradição gastronómica da região.
Num registo de preços mais reduzido que os dois nomes anteriores (ambos com espaços ao ar livre, quando o tempo ajuda), uma excelente "terceira via" pode ser o "Lameirão" (259 346 881), muito próximo do "Chaxoila", com uma lista curta de cozinha "autêntica", que varia todos os dias, onde o toque regional e a simplicidade com qualidade é a marca da casa. Que posso dizer mais senão revelar que é a minha "cantina"?
Para quem andar pelo centro da cidade, uma escolha agradável, num ambiente típico, é o "Terra de Montanha" (259 372 075), um pouco acima da Capela Nova. Na zona do circuito (não sabem o que é o Circuito de Vila Real?), em Abambres, vale a pena fazer uma visita ao "Maria do Carmo" (259 322 407), onde, na minha juventude, passei muitas tardes de "lerpa", a beber "lapardana" (uma mistela com cerveja, vinho branco e açúcar que não só já não servem como eu não aconselharia).
Finalmente, para uma refeição de petiscos, coisas simples e boas, experimentem o (ainda novo) "Tralha" (nas instalações onde funcionou o saudoso "Espadeiro", junto ao Jardim da Carreira) e o velho "Cardoso", perto do Cabo da Vila, com as suas famosas "francesinhas".
Ainda duas notas. Quem visita Vila Real não pode deixar a cidade sem se munir da histórica bola (leia-se "bôla") de carne e dos ultra-famosos covilhetes, também de carne, da Pastelaria Gomes, na avenida Carvalho Araújo. Ali a dois passos, junto à igreja da Misericórdia, dê uma saltada à Casa Lapão, para dali levar as cristas de galo, um imperdível pastel com recheio de ovos.
Aqui fica um mini-guia de Vila Real, para quem gosta das coisas boas da mesa.
10 comentários:
Embaixador, estou fora de Portugal, mas conseguiu que as lágrimas me viessem aos olhos. Passo a explicar, sou de Vila Real tal como o Embaixador e ao ler isto deu-me uma enorme vontade de saborear quase tudo isso, menos a tal da lapardana. Outra coisa, muitas vezes discordo aqui de si, mas efetivamnete o senhor mesmo sendo uma pessoa cosmopolita com estadias pelo mundo nunca escondeu a sua naturalidade e faz questão de a relembrar e bem muitas vezes. Tem 4 anos que não vou a Portugal e obviamente a Vila Real, mas o meu pensamento voa muitas vezes para lá. Não numa nostalgia doentia porque isso não tenho, mas uma nostalgia saudavel. Viva Vila Real, Viva Portugal.
Vila Real... de Panoias...
ou dos Panoinos...
Sera oportuno mencionar a posta mirandesa, que para os aficionados e do melhores pratos de carne, soberba; apesar de ser de Miranda.
Viva sr. Embaixador,
Nestas escolhas estou consigo, noutras nem tanto, mas continuo a vir aqui diariamente e com agrado.
Saudações cá da Bila.
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Do Algarve,
parabéns pelo túnel
às gentes do além-Marão...
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Caro Embaixador,
Com a devida vénia aos seus vastos conhecimentos sobre a matéria tenho que dizer que se esqueceu de referir o "Sr. Vinho", onde se come a melhor posta de Vila Real. Só de escrever o nome fico com as minhas glândulas gustativas aos saltos :) Carlos Branco
Numa altura de birras, politiquices e outras... é bom "saborear" estes petiscos de Vila Real. Estou longe de Vila Real e em termos de gastronomia, a única vez que por lá passei, foi no Espadeiro que almocei.
Como Vilarealense, concordo com o anónimo das 11:00. Nem é preciso ir a Miranda.
Dia histórico. Dia da inauguração da autoestrada Porto/Amarante/Vila Real/Bragança/Quintanilha (fronteira Espanha).
GRANDA TÍTALO: E qual vai ser, no domingo, depois de "O Glorioso" tomar conta do caneco? Dou-lhe dois dias para se inspirar. Não no BdC, porque, mal vosso, ele não tem inspiração. É tudo verrinoso e, perante tal, o povo é sereno e o Benfica não arreda pé. Inspirei-me em alguém que profriu balelas idênticas no Terreiro do Paço: "o povo é sereno, ninguém arreda pé". Pinheiro de Azebvedo já cá não está, mas deixou Bruno de Carvalho para proferir parvoíces. Que ganhe o melhor... ponto final parágrafo.
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