Aceitei ontem um novo desafio: integrar o Conselho da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa, presidido pelo dr. Francisco Balsemão. Espero que a minha colaboração, que se prende com alguma experiência que possuo na área diplomática e das relações internacionais, possa ser de utilidade àquela que, no respetivo domínio, é uma das mais prestigiadas instituições portuguesas.
Em matéria académica, as minhas "credenciais" são cerca de quatro anos (três desses anos como presidente) no Conselho geral da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro e mais de dois anos no Conselho consultivo da Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra. Ambas foram experiências que me ensinaram a ver o sistema do ensino superior por dentro e a apreciar o trabalho notável que, na área universitária, se faz hoje em Portugal.
Antes que alguém leia esta "acumulação" como um somatório de "tachos", que fique claro que nenhuma destas atividades em instituições públicas tem, ou teve, qualquer remuneração. O mesmo sucedeu com o Conselho geral de Guimarães - capital da Cultura, onde estive nos dois últimos anos e, nos dias que correm, com as funções de diretor executivo do Centro Norte-Sul do Conselho da Europa, um lugar em "full time" que exerço desde fevereiro.
Não fiz nem faço qualquer sacrifício em aceitar estes lugares. Ao invés, fico grato e honrado por se lembrarem de mim para o respetivo exercício. Depois de encerrada a minha carreira diplomática, entendo, aliás, que esta é uma outra maneira de continuar a servir o país.
10 comentários:
O dinheiro não paga tudo. Há, sem margem de dúvida, outros valores que nenhum dinheiro paga. O que não compreendo é que o Sr. Embaixador possa dizer isso "à boca cheia" sem ser "ostracizado"... É que no Portugal em voga esses exemplos devem ser muito mal vistos...
José Barros
Com testo ou sem testo, com asas ou sem asas, este "tacho" de reconhecimento por uma brilhante carreira multifuncional, merece os parabéns e um grande abraço amigo.
Se bem entendi, nem na sua missão em Guimarães teve alguma renumeração. Acredito na sua palavra, Senhor Embaixador. Bem me lembro da comunicação social anunciar chorudas comissões a outras figuras da nossa praça, ligadas à administração de lá...
Desejo-lhe uma carreira cheia de sucesso e que contribua para limpar Portugal de alguns oportunistas !
Parabéns !
Alexandre
Obrigado por continuar a colocar o seu saber ao serviço de Portugal...
N371111
o meu sincero obrigado!!
mais houvessem
E porque diabo um tipo na reforma há-de continuar a servir o País e não fazer outra coisa qualquer, ou simplesmente não fazer rigorosamente nada e gozar a dita reforma – a que se tem todo direito, depois de, como diz, no seu caso, 40 (ou mais) anos de trabalho? Esta agora de querer servir o País na reforma e anos a fio! O País é que lhe deve agradecer por o ter servido com dedicação e, nesse sentido, deixe o país em paz e sossego e dedique-se a outras actividades mais lúdicas, sem se preocupar com o País. O País é que, doravante, tem de se preocupar com o seu bem estar, depois do que você lhe deu, ao longo de mais de 40 anos de trabalho árduo. Ora essa!
Deixe-se de patriotismos, homem! Ninguém lhe agradece, nem lhe paga por isso e se não for você a lembrar-nos o que ainda vai fazendo pelo dito País, por caturrice, o País (ou o Estado) recebe essa sua dedicação sem minimamente lhe agradecer.
Bem sei que dedicação voluntária não espera retribuição, mas para quê esta sua preocupação em mais fazer pelo País? Não tem como ocupar o tempo? Ouça, goze a vida, deixe-se de mais actividades, preencha esse tempo que lhe irá sobrar lendo, viajando pelo tal País (você já viajou demais lá por fora), socializando com amigos e familiares (que um dia desaparecem e vai lamentar não ter tido um pouco de mais tempo para eles), desfrutando a sua Vila Real mais vezes, etc, etc.
Deixe-se de patriotismos deste tipo, que o País...agradece!
Luís Godinho
Meu caro Francisco
E essa nova vida, em que iria integrar as leituras, os amigos, enfim, o l'air du temps tão merecido?
Olhe, diz-lhe quem sabe, que cultivar os afectos, é e será sempre o mais importante da vida!
Digamos que o Sr. Embaixador trabalha a vários carrinhos, enquanto que, “por aí”, se continua a “comer” a dois e mais carrinhos: deputados que também administram e ensinam, professores que também assessoram e comentam, funcionários que também funcionam nas horas livres (e nas horas “presas”), dando à palavra “exclusividade” um certo ar exótico.
O Governo deveria começar a “desempregar” do 2º emprego… Quantos empregos não se criariam?…
O Sr. Embaixador não “acumula tachos”, aceita desafios, o que é muito diferente!
E o Dr. Balsemão bem sabe o que faz!
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