A qualificação de um bem cultural como "património mundial" da Unesco é um processo complexo, que obriga à preparação de um pesado dossiê de candidatura, à criação de um conjunto de condições, sujeitas a apertados critérios e avaliações feitas através de rigorosas visitas, bem como à implementaçào de estruturas permanentes de acompanhamento que garantam a preservação futura do bem. Além disso, o êxito de uma candidatura depende também muito do trabalho diplomático desenvolvido na sua estruturação, feita sob a responsabilidade da Comissão Nacional da Unesco mas, muito em especial, da constante sensibilização, feita em Paris, pela missão portuguesa junto das estruturas da organização e dos representantes dos membros do Comité do Património Mundial.
Hoje surgiu a notícia de que a Universidade de Coimbra - que também inclui a zona da Alta e da Sofia - foi consagrada com o estatuto de "património mundial", na reunião do respetivo Comité, reunido no Cambodja. Para além dos muitos amigos que tenho na Universidade, quero deixar aqui um abraço muito especial para os colegas que realizaram, em Paris e já no Cambodja, um trabalho que sei que foi determinante na superação das dificuldades com que estes processos sempre se defrontam, em especial na fase que antecede as decisões: o embaixador Moraes Cabral e o dr. Pedro Sousa e Abreu. Os meus sinceros parabéns pelo seu magnífico e bem sucedido esforço.
14 comentários:
Sr Francisco.
Enquanto Coimbra coloca o seu patrimonio como mundial.
O nosso patrimonio no Rio de Janeiro quase foi destruido por vandalos.
Enquanto parte da juventude e do povo reivindica e faz caminhadas para a paz, parte de um povo quer ver destruido e acabado um Brasil de tanto esforço para conservar sua cultura.
Uma pena!
Me desculpe o desabafo!
com muito carinho sua amiga Monica
Cara Monica: todos nós, aqui em Portugal, estamos torcendo pelo Brasil, esperando que, nos dias mais próximos, seja possível separar o joio do trigo, entre quem se manifesta pacificamente e aqueles que provocam arruaças e destruições. A democracia brasileira tem força suficiente para suportar estes dias de maior confusão. Deixo-lhe um forte e amigo abraço. Francisco
Cara Monica: todos nós, aqui em Portugal, estamos torcendo pelo Brasil, esperando que, nos dias mais próximos, seja possível separar o joio do trigo, entre quem se manifesta pacificamente e aqueles que provocam arruaças e destruições. A democracia brasileira tem força suficiente para suportar estes dias de maior confusão. Deixo-lhe um forte e amigo abraço. Francisco
Cara Monica: todos nós, aqui em Portugal, estamos torcendo pelo Brasil, esperando que, nos dias mais próximos, seja possível separar o joio do trigo, entre quem se manifesta pacificamente e aqueles que provocam arruaças e destruições. A democracia brasileira tem força suficiente para suportar estes dias de maior confusão. Deixo-lhe um forte e amigo abraço. Francisco
Cara Monica: todos nós, aqui em Portugal, estamos torcendo pelo Brasil, esperando que, nos dias mais próximos, seja possível separar o joio do trigo, entre quem se manifesta pacificamente e aqueles que provocam arruaças e destruições. A democracia brasileira tem força suficiente para suportar estes dias de maior confusão. Deixo-lhe um forte e amigo abraço. Francisco
Também desejo enviar os parabéns a toda a equipa que realizou o projeto com êxito!
a cidade de Coimbra é espetacular e com imensa cultura
cumprimentos
Angela
Cara Mônica
O Brasi soube sempre resolver os seus problemas. Mas compreendo muito bem a tristeza que agora a invade. Para aí como para aqui melhores dias hão-de vir, acredite!
Um terno abraço da Helena
E não podemos esquecer a Dr.a Teresa Salado, que, com a Embaixdora Ana Martinho, o Embaxador Morais Cabral e o Dr. Pedro Sousa Abreu, faz parte do conjunto dos funcionários do MNE que, sem recursos à altura, desenvolve uma notável acçào em favor da difusão da cultura portuguesa no mundo inteiro, através da UNESCO. Joào Pedro Garcia.
Depois de uma segunda-feira nublada, o dia amanhece com um típico céu azul e sol ameno de outono no Rio de Janeiro. Porém, o que mais chama a atenção na paisagem que avisto da janela de casa é aquela bandeira do Brasil, com cerca de metro e meio de largura, que apareceu pendurada na janela de um apartamento do outro lado da rua. Uma bandeira novinha, a julgar pela força das cores e pelos vincos de dobra que ainda ostenta. Estamos em plena Copa das Confederações, mas com certeza aquela bandeira não está ali para manifestar a torcida pela seleção brasileira. A bandeira foi para a janela torcer pelo Brasil.
Assim como ela, milhares de manifestantes tomaram ontem, dia 17 de junho, as ruas de São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília, Porto Alegre e Belo Horizonte para mostrar sua torcida por um país que possam chamar de seu, com prazer e orgulho. Mais do que torcer, pessoas saíram a campo dispostas a entrar no jogo com suas próprias pernas, ir para a tribuna das ruas soltar suas vozes, descrentes que os pernas-de-pau que hoje campeiam nas instituições políticas sejam capazes de representar suas ideias, lutar pelos seus anseios, cuidar de interesses coletivos.
Desacreditados, políticos assistem a tudo sem entender bem o que se passa, atônitos diante dessa força que varre as redes sociais e despeja milhares de jovens nas ruas, e outros tantos nem tão jovens assim, num movimento que teve início num protesto contra aumento de tarifas de ônibus e acabou agregando insatisfações latentes.
Vai-se à rua pedir mais qualidade em transporte, saúde e educação, itens básicos de um país que se quer próspero. Vai-se à rua pedir menos violência. Vai-se à rua protestar contra a corrupção impune, que transfere para uns poucos os recursos que deveriam ser investidos para o bem comum. Vai-se à rua contra gastos estratosféricos para a realização de grandes eventos esportivos – a Copa do Mundo de 2014 e as Olimpíadas de 2016. Vai-se à rua em paz e também com notas de violência, o que não chega a surpreender, num movimento sem lideranças, que não se deixa enquadrar nos moldes de outras grandes manifestações que marcaram a recente história do país. Episódios com causas bem definidas, como o Diretas Já!, em 1983-1984, num tempo em que se lutava pela redemocratização, ou o movimento dos estudantes caras-pintadas, que foram às ruas em 1992 pedir o impeachment do então Presidente Fernando Collor – hoje um senador da República.
Diz um antigo ditado árabe que os filhos se parecem mais com o seu tempo do que com os seus pais. E talvez por isso as instituições políticas e boa parte da mídia estejam sendo surpreendidas pela dinâmica do que está se passando. Dissociadas do tempo de hoje, elas ainda se pautam por antigas práticas e modelos, de um tempo não tão remoto, mas que sem dúvida não se parece mais com o tempo dos jovens que hoje se mobilizam por meio de redes sociais, partilham um descontentamento difuso e dispensam mediações.
Esse sopro de juventude, de tão forte, vai aos poucos levantando o bolor daqueles que, com o passar dos anos, se acomodaram a viver num país onde o futuro parecia finalmente ter chegado. Nesse fim de outono, brasileiros vão acordando para o seu presente e, ao que parece, desejosos de assumir um papel mais protagonista na sua história.
Maria Caldas é jornalista brasileira.
Ah Senhora Monica , seria um erro considerar que uma parte do povo desfila para a paz só, e que outra só quer destruir. A cultura é imprescindível mas só quando as necessidades vitais , direi existenciais estão satisfeitas.
Os vândalos entrarão na ordem quando estas necessidades, tendo sido satisfeitas ou respeitadas, não lhe darão mais razão de vir para a rua. Temos os mesmos aqui, em França.
O Brasil será sempre uma grande Nação com pés de argila enquanto um mínimo de justiça social não existir. E o Brasil é rico, portanto pode. O obstáculo reside nos políticos corrompidos ao serviço duma elite que não aceita a partilha da riqueza produzida pelo povo.
O Arcebispo de Recife , D. Helder Câmara não se teria exprimido doutra maneira se ainda fosse vivo.
O Papa Francisco não se exprimiu doutra maneira, recentemente, quando falou da situação dos pobres na América do Sul.
Faço votos para que o Brasil encontre a luz à saída do túnel.
Mas o assunto não é "Coimbra"?... Compreendo perfeitamente, a vontade de desabafar é imensa! Bom seria que os grandes responsáveis pela situação no Brasil se assumissem, mas não é fácil...não há Dilma que nos valha.
Para Coimbra velhinha os meus parabéns. Aquela que para muitos na "despedida" tem mais encanto! Património que por mérito e antiguidade já não tinha fronteiras...
Para a colega bloguista brasileira uma saudação especial. Já liguei para a família, pois vivem mesmo no Jardim Paulista.
Senhor Embaixador : partilho da satisfação pela atribuição dada a Coimbra e assinalo que,como sempre, chama a nossa atenção para o esforço coletivo que esses reconhecimentos exigem.
E também gostaria de deixar aqui uma palavra solidaria para a nossa amiga Mónica.
Também eu fiquei muito contente com esta classificação, aliás muito merecida. E lembrei-me da foto em S. Petersburgo, faz agora um ano: o Domingos e o Francisco, lado a lado à espera da decisão sobre Elvas. Grande dia esse!
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