segunda-feira, janeiro 16, 2012

A diplomacia e as crises

A apetência patética da nossa comunicação social por declarações de viajantes portugueses em situações de crise, procurando explorar supostas ou eventuais lacunas no serviço prestado pelas nossos serviços diplomáticos ou consulares, só não choca ninguém porque essa é a atitude comum que hoje atravessa esses meios, na ânsia desesperada de diabolização de tudo o que ressoe a serviço do "Estado", tido como a fonte de todos os males. O caso recente do naufrágio do cruzeiro do Mediterrâneo apenas confortou essa conhecida prática.

Sei bem do que falo, porque estive envolvido em diversas situações dessa natureza e pude pessoalmente sentir essa pressão, tendo tido ocasião de lidar com profissionais da informação de diversa natureza - desde jornalistas competentes, no exercício do seu legítimo direito de informar e entendendo as limitações dos outros, até estagiários paraquedistas, sem pinga de deontologia, tentando fazer uma "caixa". Recordarei sempre um telefonema, num caso muito mediático passado no Brasil, de uma senhora de um jornal "de referência" que pretendia obter uma informação que eu não podia dar e que me dizia, desesperada: "Ó senhor doutor. E o que é que eu ponho em título? Se não tenho nada que chame a atenção, arrisco-me a que me chamem incompetente!". Ao que lhe respondi: "Escreva que o embaixador de Portugal se recusou a responder. Chega-lhe para o título? Já é qualquer coisa..."

Convém que se saiba que a rede diplomática e consular de que Portugal dispõe pelo mundo (e que certos setores da opinião publicada entendem dever ser ainda mais reduzida) é uma estrutura com muito escassos meios, quer materiais quer humanos. A esmagadora maioria das nossas embaixadas são minúsculas e tenderão cada vez mais a diminuir. Essas unidades estão - e teriam de estar sempre - impreparadas para afrontarem situações de crise, até porque, nessas ocasiões, as próprias relações com as entidades locais que poderiam servir de interlocutores úteis geralmente são difíceis de mobilizar. E se, em certos casos, é possível contactar membros de uma comunidade portuguesa residentes (e há imensos portugueses que, quando residem no estrangeiros por algum tempo, não se dão ao trabalho de se inscreverem nas unidades consulares, não deixando assim uma referência para emergências), é óbvio que, em especial em países com fortes fluxos turísticos, é perfeitamente impossível conseguir detetar e contactar, de imediato, todos os cidadãos nacionais que se encontram no país ou que estão envolvidos em situações de urgência. Nestes casos, o mais vulgar seria as agências de viagem coordenarem a informação sobre o paradeiro das pessoas que enviaram para esse país, competindo-lhes a elas, de imediato, o dever de contactar os serviços centrais do MNE, em Lisboa, e as próprias representações diplomáticas.

Convém que se saiba que, desde há vários anos, existe no Ministério dos Negócios Estrangeiros, em Lisboa, um "gabinete de emergência consular", que é reativado operativamente neste tipo de situações e que deve ser o polo de diálogo e interlocução para este tipo de emergências.  

Dito isto, não quero, de forma nenhuma, desculpar os casos em que, por razões de descaso ou má avaliação das situações, os diplomatas ou outros funcionários da rede diplomática possam ter sido menos competentes ou atentos a situações de crise. Esses casos existem, em Portugal como em todos os países, e devem ter as devidas consequências, quando se provar que houve incúria. Conviria, no entanto, que a nossa comunicação social se desse ao trabalho de procurar destrinçar, com rigor e calma, aquilo que são falhas condenáveis no sistema e o que podem ser meros desabafos de cidadãos em situação de tensão, que tendem as "descarregar" sobre os serviços públicos toda a sua pontual angústia. E - já agora - que refletissem que, a partir de um certo limiar de razoabilidade, não se pode querer "melhor Estado" quando se pugna tanto por "menos Estado". 

23 comentários:

Anónimo disse...

Inteiramente de acordo com este "post".

Jose Martins disse...

Senhor Embaixador,
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Entendo a apetência patética e faminta da nossa comunicação social em obter informações das representações de Portugal no estrangeiro que em meu parecer não são bem com preocupação dos portugueses envolvidos, em alguma tragédia, mas lágrimas de crocodilo e o objectivo é escrever uma peça e ganhar a vida o autor (jornalista).
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Eu, como o senhor embaixador, entendo do que falo, porque por muitos anos tive que lidar com a comunicação social e enfrentá-la como o forcado, na praça de touros, agarra e segura, depois, o boi pelos cornos.
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Sei também que há diplomatas (nunca entendi o porquê) que fogem de atender o telefone de quando jornalistas lhe telefonam para o posto e saber de coisas.
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Não foi a primeira nem a décima que jornalistas telefonaram para minha casa, em Banguecoque, a pedirem-me informações e a queixarem-.se que ninguém os atendia na representação de Portugal.
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Cheguei a ser Adido de Imprensa na nossa representação, diplomática, em Banguecoque e enquanto o fui soube lidar com a informação e por vezes em situações muito difíceis, por exemplo de quando uma rebelião em Phnom Penh (Cambodja) onde havia dois portugueses (pai e filho) em situação aflitiva, dentro de sua fábrica de confecções, tomada pelos operários.
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Felizmente, graças ao chefe de missão de então foram resgatados pela embaixada da Alemanha, acreditada em Phnom Penh e evacuados, para Banguecoque, pela Força Aérea Real Tailandesa, tendo sido eu a pegá-los no velho aeroporto Internacional de Dom Muang.
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Em Banguecoque por algumas vezes a nossa diplomacia não soube lidar com a comunicação social e aconteceu de quando a tragédia do Tsunami (26.12.2004), em que eu, já retirado da ocupação de Adido de Imprensa, fui colocado num velho armazem (anexo à residência do embaixador) para não estar em contacto com a a comunicação social ou com os portugueses atingidos pelo Tsunami no sul da Tailândia e na costa do mar de Andaman.
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Poderia aqui descrever outras situações, mas fico por aqui...

Mas afinal quem será quem que tem medo da comunicação social?
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Saudações de Banguecoque
José Martins

Anónimo disse...

Antes de seguir para Goa e outras Índias, quero expressar aqui e mais uma vez a minha total concordância com este texto.

Tive oportunidade em alguns momentos bem difíceis (um exemplo apenas: na Roménia, ao reportar o grande terramoto de 1977 para o DN, tive uma excelente relação com a embaixada de Portugal) dar conta das dificuldades com que os diplomatas se deparam, e de conhecer os escassos meios de que dispunham.

Note-se que eu era o único jornalista português «em cima do acontecimento» o que poderia significar a disponibilidade da embaixada de Portugal para comigo.

Mas, nunca mais me vou esquecer desses momentos, como outros que vivi na Polónia do general Jaruzelsky e de Lech Wałęsa, e do padre Popielusku, na então Checoslováquia em que conheci o recém falecido Vaclav Havel, na Coreia do Sul do Chun Doo-hwan, da Índia de Indira Ghandi e de seu filho Rajiv Ghandi e na Nicarágua de Daniel Ortega ou em Cabo Verde de Aristides Pereira ou em Moçambique de Samora Machel. Fiquei grato a todo o nosso pessoal diplomático.
Não me alongarei. Mas fui à guerra Iraque Irão e o embaixador Zósimo Martinho da Silva meu Amigo e colega da Raquel em Goa foi um precioso a
auxiliar.

Os diplomatas, pelo menos os portugueses ainda não têm o dom da ubiquidade. Mas, mais dias, menos dias alcançam-no

Anónimo disse...

Aplaudo o oportuno e equilibrado "post".

Lamento que a Comunicação Social persista em espalhar ( e tirar partido de) emoções, sem reflexão e enquadramento bastantes.

a.m.fernandes

Alcipe disse...

Tem toda a razão.

oscar carvalho disse...

Fique o nosso Embaixador descansado.Infelizmente, não conto com seriedade e rigor nesse tipo de reportagens.

margarida disse...

Perfeito e imbatível.

Anónimo disse...

Neste contexto o comentário do Jose Martins explica tudo !

A comunicação social em situação de crise é diferente da situação normal e temos que compreender o seu trabalho . Não é colocando o problema na comunicação social que se resolve o problema! Como dizia o outro, a comunicação social não controlada é um problema grave !

Por um lado querem que a comunicação social denuncie os casos que afectam o serviço publico e por outro, em situações de incompet~encia e laxismo querem amordaça-la!!! SE o jornalista informou mal então que se queixe ao jornal !

O Caso da Tailandia foi paradigmático ! No entanto reconheço que há pessoal que por conhecimentos e contactos se safa mas isso acontece em todo o lado. É o tal efeito "cunha" que os portugueses internacionalizaram muito antes do pastel de nata .

O`Gman

Anónimo disse...

"Convém que se saiba que a rede diplomática e consular de que Portugal dispõe pelo mundo (e que certos setores da opinião publicada entendem dever ser ainda mais reduzida) é uma estrutura com muito escassos meios, quer materiais quer humanos. A esmagadora maioria das nossas embaixadas são minúsculas e tenderão cada vez mais a diminuir"

Aqui reside o principal erro. Não se deve reduzir a estrutura e ficar apenas a marcar presença. Além do mais, essa presença, por muito pequena que seja, implica sempre custos. O que se deve fazer será simplesmente fechar as representações onde a presença de Portugal não se torne necessária ou fundamental. Chega a ser constrangedor ver representações portuguesas no exterior sem condições e esquecidas - essas deverão ser fechadas e desde já. Portugal está longe de ser um país rico para manter casas, embaixadas e consulados no exterior para apenas marcar presença. Para a imagem de Portugal será bem melhor essas representações deixarem de existir.

Jose Martins disse...

Sempre que uma representação diplomática ou consular encerra é um pouco de Portugal a morrer no estrangeiro.
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O tempo é de mudanças!
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E a grandeza do que fomos morre como a chama da lamparina se apaga quando o azeite terminou e deixou de embeber a torcida.

Anónimo disse...

Até que enfim alguém diz isto ALTO

patricio branco disse...

há uns anos, quando houve problemas num dos aeroportos de londres, não sei se por neve se por greves, os aviões da tap não puderam sair durante umas 48 horas. Eram telefonemas às dezenas para embaixada e consulado dos passageiros portugueses para lisboa que estavam retidos no aeroporto. A que se seguiam as queixas no telejornal, a embaixada nada faz, desde apressar as saidas dos vôos a eviar comida, arranjar instalações mais confotaveis para esperarem, dar dinheiro, etc.

Anónimo disse...

Quanto aos Consulados, uma boa parte deles, com exclusivas responsabilidades administrativas, bem podem ficar entregues apenas aos chanceleres (ou ao que resta ainda de vice-cônsules).
E poupava-se em salários e rendas de casa. Embaixadas a fechar sim, na perspectiva do que um comentador aqui escreve. É melhor ter menos, mas que se justifiquem, do muitas sem grande sentido. Não sendo nós a Grécia, pois temos uma presença histórica e global diferente e daí haver necessidade de uma rede diplomática mais extensa, tal não nos deve impedir de redimensionar a nossa presença diplmática e consular no mundo. E podia ter-se ido mais longe, cortando mais. O MNE é e justifica-se que assim seja, um ministério menor (comparado com outros). Quer se goste ou não, se concorde ou não.
Veja-se a importância que deu ao Ensino na Europa ao reduzir 50 professores de português.
E quem sabe, um dia ainda podem vir a fechar as embaixadas no seio da UE.

Anónimo disse...

Tem toda a razão. As nossas Embaixadas e Consulados, com os escassos recursos humanos e financeiros que dispõem, muito dificilmente podem corresponder às já de si usualmente exageradas expetativas dos portugueses. Basta ver aquilo que o comentarista Patrício Branco considera deveria ter sido a ação dos nossos Postos em Londres ( não propriamente uma perigosa cidade do terceiro mundo no meio de uma evacuação de urgência devido a uma guerra civil) por um lamentável mas não exatamente ameaçador atraso de 48 horas nos voos da TAP devido a um nevão:
1) Apressar a saída dos voos ( a influência da Embaixada e do Consulado nas condições do tempo e nas decisões autónomas das autoridades aeronáuticas inglesas deixam, realmente, muito a desejar...);
2) Enviar comida ( é, de fato, impossível encontrar bares e restaurantes nos aeroportos ingleses. Até dá pena pensar naquilo que um povo tão atrasado deve sofrer, sem acesso aos pequenos nada que facilitam a vida em terras mais civilizadas). E, obviamente, cabe ao Estado Português, não à TAP e às outras companhias aéreas, cuidar dos seus passageiros/clientes nesse tipo de situações;
3) Arranjar instalações mais confortáveis para esperarem ( uma vez mais, assunto totalmente fora do âmbito das responsabilidades das companhias transportadoras);
4) Dar dinheiro ( Um atraso de 48 horas em Londres seguramente justificaria que o Estado Português, cujos cofres arrebentam de tão cheios, financiasse - sem garantias de retorno - os turistas/empresários nacionais à espera de voltarem para Portugal. Não se pode certamente esperar que aqueles, coitados, usem os seus cartões de crédito/débito ( coisa que nunca fizeram durante a estadia propriamente dita), recorram a transferências bancárias da família, ou exijam aquilo que, depois de x horas, têm direito por parte das companhias aéreas).

Luís

Anónimo disse...

Tem toda a razão. As nossas Embaixadas e Consulados, com os escassos recursos humanos e financeiros que dispõem, muito dificilmente podem corresponder às já de si usualmente exageradas expetativas dos portugueses. Basta ver aquilo que o comentarista Patrício Branco considera deveria ter sido a ação dos nossos Postos em Londres ( não propriamente uma perigosa cidade do terceiro mundo no meio de uma evacuação de urgência devido a uma guerra civil) por um lamentável mas não exatamente ameaçador atraso de 48 horas nos voos da TAP devido a um nevão:
1) Apressar a saída dos voos ( a influência da Embaixada e do Consulado nas condições do tempo e nas decisões autónomas das autoridades aeronáuticas inglesas deixam, realmente, muito a desejar...);
2) Enviar comida ( é, de fato, impossível encontrar bares e restaurantes nos aeroportos ingleses. Até dá pena pensar naquilo que um povo tão atrasado deve sofrer, sem acesso aos pequenos nada que facilitam a vida em terras mais civilizadas). E, obviamente, cabe ao Estado Português, não à TAP e às outras companhias aéreas, cuidar dos seus passageiros/clientes nesse tipo de situações;
3) Arranjar instalações mais confortáveis para esperarem ( uma vez mais, assunto totalmente fora do âmbito das responsabilidades das companhias transportadoras);
4) Dar dinheiro ( Um atraso de 48 horas em Londres seguramente justificaria que o Estado Português, cujos cofres arrebentam de tão cheios, financiasse - sem garantias de retorno - os turistas/empresários nacionais à espera de voltarem para Portugal. Não se pode certamente esperar que aqueles, coitados, usem os seus cartões de crédito/débito ( coisa que nunca fizeram durante a estadia propriamente dita), recorram a transferências bancárias da família, ou exijam aquilo que, depois de x horas, têm direito por parte das companhias aéreas).

Luís

Anónimo disse...

Agora começo a entender o que muita gente pretende:as embaixadas e os consulados portugueses deviam ser assim a modos de como quem diz: misto de Santa Casa da Misericórdia, Caixa Geral de Depósitos e Pousadas de Portugal. Ou seja, auxílio, abono e alimentação e alojamento.

E nos intervais ainda podiam fazer uma perninha de Securitas, não fosse o diabo tecê-las.

Mas parece-me que o suposto Governo (???) que temos não é exactamente desse entendimento. Pelo sim, pelo não, e antes que gastem mais, vai-as fechando. Bem visto; bué da fixe. Podemos estar sossegados - e quedos.

patricio branco disse...

...A que se seguiam as queixas no telejornal, que a embaixada nada fazia, desde apressar as saidas dos vôos a eviar-lhes comida, arranjar-lhes instalações mais confotaveis para esperarem, dar-lhes dinheiro, etc.
enfim, a embaixada para eles teria de fazer tudo, até servir-lhes as refeições !

José Martins disse...

Vou contar um episódios que se passou, há uns anos na Embaixada de Portugal em Banguecoque.
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Por anos (embora eu não fosse mais que um simples assalariado do MNE) era o interprete e o elo de ligação entre o chanceler, tailandês, e os portugueses em dificuldades em Banguecoque. O vice-cônsul português reformou-se (1992) e até hoje (2012) as Necessidades nunca mais o substituiram.
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Numa altura um português a trabalhar em Macau telefona para a embaixada que lhe mandassem alguém ao aeroporto com 180 bates para pagar a taxa de embarque Banguecoque - Hong Kong.
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Respondi-lhe que ninguém lhe levaria a importância solicitada... Responde-me e o que faço agora?
- Bem quem vai para o mar avia-se em terra.... e desenrasque-se, pedindo a passageiros que lhe deiam uma esmola e conseguir o dinheiro preciso para pagar a taxa de aeroporto...
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Poderia contar aqui muitas mais histórias de portugueses na Tailândia em dificuldades pela negligência deles e pensarem que as embaixadas eram asilo...
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Porém nunca se deixou ninguém abandonado e a dormir no banco do jardim.
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Havia uma pensão, barata, para onde se enviavam para dormir, dar ao dente e ordens para lhe ser fornecido um maço de cigarros, até que lhe chegasse dinheiro da família ou um bilhete de avião, de um caminho, emitido pelo consulado para chegar a território português.

Anónimo disse...

Prezado José Martins,

Espero que os serviços de tradução prestados não incluíssem o nosso português. Com todo o respeito mas "deiam" é mesmo muito feio...

Helena Oneto disse...

Mais uma virtuosa e atempada reposição dos pontos nos ii a uma certa imprensa e aos midia (como agora se diz) e a todos os que criticam por despeito e tiram proveito da crise e de situações de crise cistalizando incompetência e imbecilidade.

O Senhor Embaixador tem toda a razão!

Anónimo disse...

Em Portugal acha-se que se faz sempre muito pelos outros e que nãoh á verba, nem meios , nem condições !!!
É sempre a mesma casssete. Num pais que tem a taxa mais alta de funcionários publicos por trabalhador activo da Europa e talvez do mundo , há sempre falta de meios e de pessoal seja para o que for !!!

Recentemente a Embaixada Inglesa em portugal trocou de embaixador e a nova embaixatriz, precorreu todas as comunidades existentes pelo pais e têm um serviço de apoio aos expatriados em quaisquer ocorrências e nomeadamente num passado recente de assaltos a residências o próprio embaixador telefonava e ponha ao corrente as familias afectadas das deligências a fazer não se negando a esforços.

OGman

Anónimo disse...

Senhor Embaixador,
Peço-lhe desculpa da chatice que lhe estou a dar em passar demasiadas bolas.
Saudações de Banguecoque
José Martins

Anônimo Anônimo disse...

Prezado José Martins,

Espero que os serviços de tradução prestados não incluíssem o nosso português. Com todo o respeito mas "deiam" é mesmo muito feio...
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Resposta ao anónimo
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Oh homem o que espera de mim... só fiz a 4ª classe do ensino primário elementar e os deveres executados à luz do candeeiro de petróleo...
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Penso que deve ser diplomata e uma das coisas que eu analisei de quando servi a diplomacia era a preocupação das comunicações seguirem para a CIFRA, do Palácio das Necessidades, sem erros ortográficos...
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Um terror pela crítica caseira de lá...
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Mas olhe que eu tenho lido muito sobre a história do passado dos nossos homens no Oriente...
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Erros a torto e a direito....
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Mas faziam obra!!!
Desculpe-me o erro "deiam" e vou no futuro procurar fazer-lhe chegar a prosa sem erros.
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Fique por aí bem e melhor ainda com o seu português!

Anónimo disse...

O Sr. José Martins é um homem de bem, que serviu lealmente a Embaixada de Portugal em Bangkok.
Um autodidacta, interessado em tudo o que respeita a Portugal, designadamente no que concerne à presença portuguesa no Reino do Sião.
Um Beirão dos quatro costados, com um grande coração.
Bem haja José Martins!

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