terça-feira, janeiro 03, 2012

Seminário diplomático

Hoje, não vou estar presente no Seminário diplomático, onde o MNE reúne os seus chefes de missão, que estejam de passagem por Lisboa, com a hierarquia das Necessidades. E este era, precisamente, um ano em que haveria mais razões para eu por lá estar: o convidado de honra é o ministro francês dos Negócios Estrangeiros, Alain Juppé. Mas há, do meu lado, impedimentos temporários de saúde que não podem ser ultrapassados.

Este género de reuniões existe, creio, desde a primeira metade dos anos 90. Julgo ter sido em 1994 que assisti, pela primeira vez, àquilo que eram então chamadas as "reuniões de altos funcionários". Em seis desses encontros, entre 1995 e 2001, neles perorei regularmente sobre política europeia, quando as funções que então tinha a isso me chamavam. Creio que não estive presente no seminário por duas vezes: em 2003, porque alguém cuidou em não me convidar, e em 2007, por compromissos oficiais no estrangeiro.

É sempre importante para os chefes de missão ouvir de viva voz o seu ministro, bem como outros altos responsáveis setoriais, apontando as suas orientações para a nossa política externa, no ano que abre. Isso é ainda mais relevante num tempo como o atual, com um novo governo, num momento de excecional exigência, em que a malha diplomática e consular está sujeita a constrangimentos e a severas economias de escala. Perceber bem as nossas prioridades, aquilo em que devemos centrar a nossa ação, as mensagens que devemos transmitir àqueles junto dos quais estamos acreditados, enfim, tudo o que de nós se exige neste contexto muito particular, torna-se, assim, essencial. Essa é a principal razão - para além das que indiquei e do interesse em reencontrar amigos e colegas - pela qual lamento bastante não poder estar presente no Seminário diplomático de 2012.

19 comentários:

Anónimo disse...

Caro Sr. Embaixador

Embora os conteúdos do seminário sejam importantes,VEXA sabe muito bem que para muitos é a possibilidade de virem passar o Natal a Portugal com viagens pagas e muito mais. Em tempo de contenção, seria bom ter anulado este seminário.

Francisco Seixas da Costa disse...

Caro Anónimo das 0.55: É falso! O MNE não paga a ninguém para se deslocar a Lisboa. Quem, à sua custa, acaso estiver em Lisboa, assiste ao Seminário. Não há, nem nunca houve "viagens pagas e muito mais". Valia a pena informar-se melhor antes de afirmar o que não sabe. O despeito anti-diplomatas é uma escola de falta de pensamento muito antiga. E que, pelos vistos, continua a ter os seus cultores. Desculpem o tom deste comentário, mas não aturo mentiras!

Alexandre Rosa disse...

Caro Embaixador e amigo Francisco Seixas da Costa
A desmontagem de ideias feitas que, muitas vezes, alimentam os falso conhecimento de senso comum, é muito importante e deve ser feita com determinação. Como no teu esclarecimento ao post do Anónimo das 0.55.
Queria aproveitar este comentário para te desejar bom ano, rápida recuperação e o maior sucesso para o novo posto. Portugal ficará muito bem representado e a UNESCO ganhará muito com a tua presença. Um abraço

Anónimo disse...

"sectoriais" ou "setoriais" ?

J. Silva Rodrigues disse...

Caro Embaixador F. Seixas da Costa,
estou a entrar no seu blog pela primeira vez (a convite de um primo vila realense!) e gosto do seu tom: é preciso não aturar mentiras e acusações fáceis e levianas! A opinião que muita gente tem sobre tudo e sobre todos, sem sequer saber do que fala é desgastante e inaceitável. Desejo-lhe rápidas melhoras e bons ventos na UNESCO. Cumprimentos de Bruxelas.

Anónimo disse...

Caro Sr. Embaixador

Sou daqueles que peço desculpa quando faço asneira e se fui injusto aqui me penitencio. O meu comentário ao Seminário Diplomático foi com base em informações de um funcionário do MNE, pensava eu bem informado, que comentou estas coisas e muitas outras indignas de qualquer diplomata, mas que certamente tal como esta não passam de atoardas sem fundamento.

Anónimo disse...

Caro Seixas,

Recomponha-se e Bom Ano. Igualmente, boa sorte na acumulação com a UNESCO. Fica bem entregue a RP daquela Organização.
Como estava nas mãos de Alcipe, aliás.
Quanto ao Seminário, do mais o mesmo, não se preocupe.
Rilvas

Helena Sacadura Cabral disse...

Senhor Embaixador
São sempre os Anónimos que fazem este tipo de intervenções.
Se soubesse o que eu oiço...até tinha pena de mim!

Anónimo disse...

Prompt rétablissement!

C.Falcao

gherkin disse...

Caro senhor embaixador e amigo,
Ao iniciar o ano, ano com novas responsabilidades que, por ser BOM E EFICIENTE É BRINDADO COM MAIS TRABALHO E RESPONSABILIDADES!, venho PARABENIZÁ-LO e desejar-lhe, primeiramente, uma boa e rápida recuperação. Se já era necessária, agora MUITO MAIS! OS MELHORES VOTOS DE MUITAS FELICIDADES E VENTURAS NA COMPANHA DE SUA ESTIMADA FAMÍLIA, particularamente a sua esposa, a quem peço me recomende! E, a propósito aquela prometida visita a Londres no mês que vem, ainda está na agenda? Espero que sim! O abraço do Gilberto Ferraz

patricio branco disse...

boas melhoras, rápida recuperação

Mônica disse...

Sr Embaixador.
Hoje me deu vontade de ler os comentarios, não faço normalmente.
Mas quero lhe dizer que para nao ter problemas minhas irmãs pois eu nao sei fazer blog foram minhas irmas que o criaram pra mim. Elas colocaram de um jeito que nao posso ter anonimos.
E assim acho que depois disto nao apareceu mais um bobagento que quase me matava de vergonha.
E estou pesarosa por sua saude, não poder lhe dar a alegria desta reuniao que me pareceu deliciosa.
Mas o ano que vem se aqui estiver vou lembra-lo de marcar os exames com antecedencia pra poder ir.
E depois contar o que por lá se passou.
E nao sei se estou mais inteligente ou entao o senhor esta facilitando pra mim pois estes blogs inicias estou entedendo tudinho não?

com muito carinho e amizade sua amiga bobinha mas que o estima e respeita muito
Me disseram que foi embaixador de Portugal aqui no Brasil .
Onde o sr morava? Eu queria lhe escrever uma cartinha se aqui morar de novo.

Unknown disse...

Caríssimo Amigo Francisco

A saúde é o bem essencial da nossa vida. Faça o favor de se recuperar como diria o nosso Raul.

E sei de certeza feito que a UNESCO vai ter o melhor diplomata Português; como sabe, é a minha opinião de sempre e para sempre.

Faço-lhe um pedido: continue uma vez mais com o seu blogue. Tem, por direito próprio, lugar destacado na blogosfera.

Abç

Helena Sacadura Cabral disse...

Faço minhas as palavras do Henrique.
Ó Henrique não podias ter-me deixado a primazia? :))

Anónimo disse...

A velha senhora defende, épica, o anonimato e chama-me (só!) parvo (a pontuação é da minha responsabilidade):

ó helena aÿres, doce helena amiga,
formiga e cigarra em tantos quintais,
onde, mel na boca e/ou faca na liga,
em prosas e versos contais e encantais,
porquê, dizei vós ou que alguém me diga,
contra os anónimos vos levantais:
anónima eu sou por razões já ditas
e outr@s o são por outras desditas


como o parvo, este, que aqui me intromete
ou os cinco, esses, que vos fascinaram
no dia três, catorze e vinte e sete,
que, hétero sendo, anónimos ficaram
pra quem os não saiba ou não interprete;
nem é por isso que mais se ilustraram.
jovem douta amiga, bem sabeis já
que a obra, não o nome, valerá.

Anónimo disse...

Se o Seminário diplomático é de participação voluntária e não obrigatória ( Para quem andar por Lisboa nestas datas...), basta isso , para lhe retirar importância !
Escusa o Sr embaixador estar preocupado com o que irá perder !
As directivas do MNE podem ser dadas por video conferência...
Eu estava a ver a coisa no sentido inverso, ou seja o MNE ouvir os representantes diplomáticos e suas realidade, uma vez que ainda não tem meia duzia de meses no cargo !

OGman

Francisco Seixas da Costa disse...

Nós, portugueses, somos únicos! Se o MNE pagasse a ida dos diplomatas ao Seminário era "um fartar vilanagem"; como não paga, o Seminário não tem qualquer importância...

Anónimo disse...

Uma vez mais, o dito Seminário foi o torpor do costume, com a única diferença de que, desta vez, se quis reinventar a roda.
Isto há coisas do diabo! Já em tempos, um tal Martins da Cunha julgava que tinha sido ele o inventor da pólvora.
E assim vai o MNE, agora mais depauperado do que nunca.
Rilvas

Anónimo disse...

Essa do reinventar a Roda , tá boa!!!

Mas os portugueses são peritos nisso da reinventação : Reinventão a cadeira, a roda , a mesa , o alguidar e a panela ; Reinventam tudo para andarem sempre ocupados e passarem por grandes engenhocas !

Eles até reeinventaram os Aeroportos e colocaram um em Beja !!!

O secretário de Estado da Solidariedade até reinventou a Lambreta ! O Passos coelho reinventou a marmita para os trabalhadores portugueses , etccc


OGman

Os borregos

Pierre Bourguignon foi, ao tempo em que eu era embaixador em França, um dos grandes amigos de Portugal. Deputado à Assembleia Nacional franc...