quarta-feira, maio 11, 2011

Mulheres

Lembrei ontem a figura de Maria Lamas, na intervenção que fiz, na universidade de Nanterre, na abertura do importante colóquio internacional "As mulheres portuguesas na diáspora", que ali decorre até 14 de maio.

Julguei importante relembrar esta corajosa mulher portuguesa, desaparecida em 1983, que esteve exilada em Paris entre 1962 e 1969, e cujo trabalho pela emancipação da mulher deve ser relevado. A obra e a vida de Maria Lamas deveriam ser melhor conhecidas dos portugueses.

8 comentários:

ARD disse...

Também a obra literária e as traduções.
É dela uma tradução absolutamente magistral das "Memórias de Adriano", de Yourcenar, quee honra o original da obra prima em causa.

mpereiradecastro disse...

A fotografia reflete uma forte personalidade, assim como era a escritora Maria Lamas.

Sim Senhor, Maria Lamas deixou uma obra para conhecer, de que gosto muito. E, segundo uma expressão repetida com esse exagero tão frequente na conversa dos Portugueses - até infelizmente, no seu duas-ou-tres - aquele « ficar mais pobre » logo ecoado depois dum óbito, irá acontecer por, vezes sem conta, cair no esquecimento a creatividade de tantos portugueses. Não saber manter vivos os seus legados, agora sim, por essa via, perdemos muito.

Lamento também o mesmo « fim » para a obra de Maria Archer. O relato das suas viagens em Angola encanta pela subtileza do estilo, da riqueza do vocabulario, da lucidez nas observações e nos retratados com humor. Os livros de Maria Archer quer sobre Portugal, quer sobre África, também fazem dos seus leitores seres mais ricos.
mpereiradecastro

Helena Sacadura Cabral disse...

Senhor Embaixador
Conheci Maria Lamas através de amigos comuns. Era uma mulher fascinante com uma história de vida supreendente.
Quando a nos conhecemos ela já havia vivido muito e eu nem tanto. Ou, julgo, tinha "aproveitado" pouco dessa minha vivência.
Tem toda a razão. A sua obra e a sua vida mereciam ser mais conhecidas. Seria uma excelente biografia!

Anónimo disse...

Durante a noite negra do fascismo, Ela foi a "mulher"

que todas outras

soube condensar na luta, exilio e postura civica e moral...

Maria Lamas, sempre!!!

Força Força Camarada Vasco disse...

e Mitologias associadas....

diáspora é excessivo

houve gentes que se foram antes em piores condições e nunca conseguiram voltar

a Virginia Rau ficou por cá e nem por isso todo o mundo se dela alembra

e ninguém mantém as palavras vivas depois do corpo morto, quando muito mantém as mortas palavras durante uns tostõezinhos de tempora et mores

Anónimo disse...

De facto há posts que pela forma de conteúdo não podem ficar sós...

Mau Era...

O sr. alicia-nos com um colóquio internacional multi e pluridisciplinar, bem podia agora desvendar a interdisdiplinaridade conseguida, a adesão às vezes ultrapassa e transcende a distância...

Pelo menos algumas extrapolações para a nossa Etnia feminina.

Isabel seixas

mpereiradecastro disse...

A fotografia refleta uma forte personalidade, assim como era a escritora Maria Lamas.
Sim Senhor, a vida de Maria Lamas é uma obra para conhecer, de que gosto muito. E, segundo uma expressão repetida com esse exagero tão frequente na conversa dos Portugueses - até infelizmente, no seu duas-ou-tres - aquele « ficar mais pobre » logo ecoado depois dum óbito, irá acontecer por, vezes sem conta, deixar cair no esquecimento a creatividade de tantos portugueses.
Não saber manter vivos os seus legados, agora sim, por essa via perdemos, muito.

Também de lamentar o mesmo « fim?» para a obra de Maria Archer. O relato das suas viagens em Angola encanta pela subtileza do estilo, a riqueza do vocabulario, da lucidez nas observações e nos retratados com humor. Os livros de Maria Archer quer sobre Portugal, quer sobre África,fazem dos seus leitores seres mais ricos.

Mulheres portuguesas... mulheres com garra!
mpereiradecastro

Coralia disse...

Gostei muito de o ouvir na sessão de abertura.O mais elevado sentido de humor, que muito estrangeiro não reconhece ser atributo do povo português, é o que deriva da capacidade de rirmos de nós mesmos. Parabéns!

25 de novembro