Chega hoje a Belém. Esperemos que para bem. Não votei nele, mas desejo, com a maior sinceridade, que, nos próximos cinco anos, saiba interpretar o interesse do país, que conhece muito bem. Entra de mãos livres, com escassa dependência partidária, o que lhe confere uma maior responsabilidade. Por um tempo de graça cuja duração só dele depende, terá a possibilidade de ser o presidente da "acalmação", como noutros tempos se dizia.
Julgo que o conheço bem, mas quantos de nós não dirão o mesmo? É um homem inteligente, arguto, rápido, perspicaz. Por muito que o olhemos sempre no meio de muita gente, é um solitário. Confia imenso em si mesmo, porque a vida lhe tem dado razões para isso, porque a sorte também o tem bafejado, embora a sorte dê muito trabalho. Espera-se que, em Belém, saiba ouvir e seja capaz de refrear um estilo impulsivo que, por vezes, o fez cometer alguns erros. Erros que, no entanto, não foram suficientes para estragar o "percurso limpo" que, com maestria estratégica, o levou até à Presidência - verdade seja que também por falta de comparência de uns e por falta de jeito de outros.
Não vale a pena sublinhar o contraste que fará com a imagem de Cavaco Silva, que ele procurará tornar muito evidente, sem nunca o dizer. O seu modelo de presidente, também sem o dizer, é, na realidade, Mário Soares - no abraço, na afetividade, na simplicidade que, nem por ser ensaiada com coreografia de mestre, de uma forma tão natural que já faz parte de si mesmo, deixa de ter alguma coisa de genuíno. No fundo, estou certo de que, no dia que sair de Belém, também lhe não desagradaria ser comparado, em postura ética, a Jorge Sampaio. Mas também nunca o dirá. Será igual a si mesmo. Enfim, logo veremos!
10 comentários:
Ainda não começou o mandato e já estou um pouco cansado do homem. Não se cala. Tem estado num "directo" contínuo. Sai a "múmia" falante e entra um "autofalante"...
O António Costa, nos momentos difíceis pelos quais vai certamente passar, agradecerá que Marcelo se mantenha assim como é: um verdadeiro "entretainer"... político.
Bom, qualquer das formas, mil vezes este do que aquele que vai sair.
Os maiores desígnios de Marcelo Nuno Duarte Rebelo de Sousa já foram alcançados.
Nem precisa dos aplausos de certas minorias vegetativas, e nem de muitas maiorias de políticos das quais muitos portugueses não se revêm nesta eleição.
Como hoje não passamos de um país simbólico, para muitas facções políticas, Marcelo será sempre um mero símbolo e não aquilo que é, presidente do povo que o elegeu.
Decerto não terá havido malícia da sua parte, mas desejar que seja o presidente da "acalmação" tem um quê de amaldiçoamento, conhecidos os resultados da última vez que tal política foi ensaiada.
Ó Embaixador, diga-me uma coisa, o Marcelo Oldebrecht também é seu amigo? é que ele é amigo do Lula e o Pinto de Sousa da covilhã, ou será de vilar maçada? só lhe digo quem tem como amigos estes dignatários, vai passar o resto dos dias a fazer visitas á cadeia para poder ver os amigos.
Ao anónimo das 10:55
Pobre país que tem anónimos deste jaez. Já agora, Covilhã e Vilar de Maçada escrevem-se com as inciais em letra maiúscula. Além de verrinoso é preguiçoso.
Não foram achados nem perdidos Lula e Roussef
Dou-lhe o benefício da dúvida. E como disse Francisco Louçã, Marcelo teve um discurso amável. Começou bem. A ver vamos, doravante.
Já vi que o zé da boina, ele vai já dizer que zé é com Z grande, mas este só merece z pequenino. Senhor da boina, já vi que também deve ser amigalhaço de todo este naipe.
Oh Senhor Manuel do Edmundo Filho : O Senhor tem razão : essa é mesmo, na minha opinião, a maior miséria portuguesa, da qual resultam todas as outras misérias! A democracia é uma grande porta aberta a tudo!
Olha, Olha! Agora a democracia é a causa da má educação e da corrupção… dos outros, claro! Sim porque a esquerdalha é toda bem-educada. E então em termos de corrupção são todos inimputáveis!
Bem mas, mais um eleito a pedido dos do Chiado (aqui juntam-se todos, esquerdalha e direitalha. O que interessa é a mama estar lá junto a eles)! E ele vai obedecer à risca! Ou seja defender-lhes o palco e os interesses, enfim as mamas!
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