terça-feira, março 01, 2016

Esperança?


Não sei se devemos ter grandes esperanças no cessar-fogo que entrou em vigor na Síria. A experiência mostra que este tipo de acordos é sempre muito frágil. Resta ainda notar que as partes geralmente aproveitam, nos primeiros tempos, para efetuar retificações nas linhas de conflito, onde pensam poder obter algumas vantagens operacionais, com custos políticos residuais.

Mas vale sempre a pena tentar, quanto mais não seja porque um qualquer abrandamento das ações armadas significa um alívio, ainda que pontual, para populações que já sofreram mais um quarto de milhão de mortos, em que 11 milhões (imaginamos o que isso é?) de pessoas tiveram de deixar as suas casas (entre refugiados no estrangeiro e deslocados dentro do país), num cenário de guerra bárbara que dura há mais de cinco anos.

Convém começar por lembrar que esta guerra começou pela violenta rejeição do governo sírio de efetuar qualquer abertura política que pudesse vir a democratizar o regime. A reação do presidente Assad, que desde o início percebeu poder contar com o "backing" complacente da Rússia, que travaria qualquer ação mandatada pela ONU, foi de extrema violência, fechando quaisquer pontes ao menor entendimento com as forças opositoras.

Assad é um criminoso de guerra (embora creio o TPI o não tenha indiciado como tal, graças à entrega atempada, com intermediação russa, do seu arsenal de armas químicas), mas algumas das estruturas político-militares que se lhe opõem também não são "flor que se cheire". Em alguns casos, são grupos de exilados que derivam da oposição do tempo do pai do ditador, com uma agenda de interesses cuja legitimidade não é muito distante da que impõe a lei em Damasco.

Durante os primeiros tempos do conflito, a comunidade internacional elegeu como interlocutores anti-Assad figuras que, desde há algumas décadas, se passeavam pelos salões políticos de Londres e Paris. Encheu-os de dinheiro para financiar a liberdade mas, rapidamente, percebeu que esses fundos desapareciam num buraco negro de corrupção e desvio de objetivos.

Mas, mais do que isso: a certo passo, os interlocutores ocidentais dos grupos anti-Assad deram-se conta de que a representatividade efetiva dessa gente deixava muito a desejar. Com efeito, os grupos para-militares no terreno passaram a gerar uma agenda política própria e a comunidade internacional deu-se conta de que tinha de alargar o espetro de interlocutores se, de facto, queria ter alguma eficácia nas suas tentativas de promover a paz. Afinal, os políticos engravatados no exterior representavam bastante menos do que estes.

O "puzzle" de interesses que se reflete na Síria é demasiado complexo para poder ser classificado, de forma maniqueísta, entre "bons" e "maus", muito embora seja evidente que, em tese, a pura preservação do poder ditatorial de Assad não tem a menor sustentação no plano dos princípios. Resta saber se, no plano prático, qualquer solução não tem mesmo de passar por Assad.

No meio de tudo isto, surgiu entretanto o Estado islâmico, que veio somar confusão à confusão, combatendo Assad mas atuando com uma agenda própria, que vai muito para além da Síria. Num terreno que tem um histórico próprio, o problema curdo também se imbricou na questão, à medida que a Turquia era arrastada para o conflito. Ancara utiliza o seu inevitável envolvimento na questão, ao ser vítima da chegada de ondas de refugiados, para uma ação colateral anti-curda.

Dois outros atores regionais aparecem também cada vez mais envolvidos. O Irão, relativamente recuperado pela comunidade internacional desde o seu acordo nuclear, é um aliado objetivo de Assad, mas tem como principal agenda a manutenção do poder do Hezzebolah, cuja influência é determinante no Líbano e, em Gaza, junto do Hammas. Num polo oposto, a Arábia Saudita, que vive numa orfandade geopolítica desde que os EUA iniciaram um evidente "desengajamento" na região, teme agora a nova liberdade de Teerão, gostaria de ver Assad derrotado e está a reforçar o eixo sunita para dias que alguns preveem potencialmente muito perigosos. Dos outros poderes regionais relevantes, só Israel se mantém com um "restrain" notável, apenas aproveitando a conjuntura para fazer ações cirúrgicas junto do Hezzebolah.

Como ficou evidente desde o primeiro momento, a Rússia constitui o principal apoio de Assad, não podendo sequer a aliança objetiva de Damasco com o Irão ser considerada ao mesmo nível. Estas relações datam dos anos 50. As razões russas são de óbvia natureza estratégica. Moscovo está desde há muito preocupado, e com razão, com a desregulação crescente na região, temendo que a influência islamita radical possa vir a alargar-se pelas zonas do Cáucaso do Norte, de onde partiram milhares de combatentes para ajudar a insurgência anti-Assad. Além disso, a Rússia aproveita para não perder as suas apostas logísticas na área, nomeadamente para garantir a preservação da base de Tartus, que ajuda a reforçar a sua atenção à zona mediterrânica, facilitada agora pelo "take over" da Crimeia. A sua resposta positiva ao apelo do governo sírio, formalmente para combater o Estado Islâmico - mas, na realidade, para atacar também os combatentes anti-Assad -, teve a curiosidade de, por algum tempo, transformar a presença russa na região na única que tinha uma legitimidade incontestável: um pedido de um governo ainda tido internacionalnente como legítimo. Esta "nuance", naturalmente pouco sublinhada pelo mundo ocidental, acabou por dar a Moscovo espaço diplomático para se associar com "magnanimidade", no Conselho de Segurança, à resolução que legitimou a presença da coligação que combate o Estado Islâmico.

Termino com uma constatação, que pode não agradar a muita gente: este cessar-fogo não teria ocorrido tão cedo se a ação russa não tivesse equilibrado a situação no terreno. Isso pode ter tido como consequência um "ressuscitar" de Assad, mas, pelo menos, pode vir a calar (algum)as armas por algum tempo. Alguns mortos se pouparão.

14 comentários:

Luís Lavoura disse...

esta guerra começou pela violenta rejeição do governo sírio de efetuar qualquer abertura política que pudesse vir a democratizar o regime

Houve outros governos árabes que, de forma similar, rejeitaram violentamente efetuar qualquer abertura política - por exemplo, o do Bahrain. Tal rejeição não implicou que a oposição pegasse em armas.

Eu diria que esta guerra começou quando a oposição a Assad resolveu - e conseguiu - pegar em armas - que alguém lhe fez chegar às mãos - para responder à "violenta rejeição" do regime. Para que haja guerra é preciso que haja armas dos dois lados.

Joaquim de Freitas disse...

O Senhor Embaixador conhece melhor que eu os meandros da politica internacional. Permita entretanto que dê a minha opinião.

Quando escreve:" Convém começar por lembrar que esta guerra começou pela violenta rejeição do governo sírio de efetuar qualquer abertura política que pudesse vir a democratizar o regime, " não o creio.

Curioso que não fale do plano Clinton, em 2010, que encorajava negociações secretas entre Israel e a Síria, para afastar a Síria da influência do Irão. Que não deram resultado. Como não resultou, procuraram isolar ou mesmo vencer o Irão, com a Arábia Saudita e a Turquia.

Como, mais uma vez não deu resultado, Clinton passou ao plano B : derrubar Assad.

Em 2011, a Primavera Arabe foi a bela ocasião. A CIA pôs-se ao trabalho! A Turquia e a Arábia Saudita exploraram as protestações locais primaveris para aquecer a marmita. Os EUA publicaram um comunicado : Assad deve partir!

Depois, e até ao recente cessar fogo os EUA recusaram todas as proposições de cessar fogo enquanto que Assad estivesse no poder. Isto é, exigiam uma mudança de regime e depois um cessar fogo! Como eram os Sírios que morriam, não tinha importância.
Sabotaram assim , com esta inflexibilidade, o plano de paz de Kofi Annan .

Bastava ler o que escrevia o jornal The Nation :" A exigência dos EUA da partida de Assad e da imposição de sanções antes mesmo que comecem negociações sérias, como de incluir o Irão no processo condenavam a missão de Annan."
A política americana foi um fiasco, como de costume. Assad não se foi, e não foi vencido, a Rússia veio ao socorro do aliado, o Irão também.

Os mercenários, que o Senhor descreveu bem, eram eles mesmos djihadistas extremistas com os seus próprios planos. Engoliram todos os dólares que os americanos enviaram, e criaram o caos. Este caos abriu a porta à Daesch, cuja estrutura são os antigos oficiais iraquianos excluídos pelos EUA em 2003.

E patética a posição dos ocidentais, incluindo estes imbecis de Paris, Holande e Fabius ( o pior MNE de sempre), que não cessam de repetir como papagaios : Assad vai embora, Assad vai embora! Aliás, a pressão de Hollande sobre Obama meses antes para bombardear Damasco era indecente. Mas Obama também não é louco.

Aliás esta guerra não tem nada a ver com Assad nem com a Síria. Trata-se sim duma guerra por procuração com o Irão, e o Hezzebolah por ricochete. O verdadeiro inimigo de Israel e dos EUA não é SIRIA, mas o Irão. E o banho de sangue é ainda mais trágico por causa disso. Pagam pelos outros.

Creio que Israel está muito mais implicado nesta situação que o que escreve. E creio mesmo que se é Clinton o próximo Presidente dos US, a sua proximidade com a política israelita será muito maior que a de Obama. E portanto um risco de guerra maior também.

O que podemos dizer, é que o caos que se instala na Europa com os milhares de migrantes empurrados desses paises para a Europa, os culpados desta situação, os que criaram o caos, não se ouvem. Fazem como se isso não lhe dissesse respeito. Os EUA são os culpados deste caos.

Dor em Baixa disse...

"Assad [...]desde o início percebeu poder contar com o 'backing' complacente da Rússia".
"A Rússia constitui o principal apoio de Assad".
Tudo claro, nomes dados aos bois.
Entretanto no outro lado:
"A comunidade internacional elegeu como interlocutores anti-Assad figuras que [...].Encheu-as de dinheiro [...]".
"Os interlocutores internacionais dos grupos anti-Assad deram-se conta de que [...]".
"A comunidade internacional deu-se conta de [...]".
Os bois não têm nomes.

Unknown disse...

A persistência de "burocratas" em teimarem em decidirem a politica doutros países, que os anglosaxoes e seguidores, com justificações pífias que não resistem a uma analise franca dos factos, tão maus resultados (bem espelhado na fotografia do post) tem dado continua porquê? porque se continua a chamar criminosos de politicos? e muitos ocidentais!!

NG disse...

"Convém começar por lembrar que esta guerra começou pela violenta rejeição do governo sírio de efetuar qualquer abertura política que pudesse vir a democratizar o regime, "
Já ninguém cai nessa. Esta guerra começou como começaram todas as outras nos últimos anos, desde a desintegração da Líbia, do Iraque, da Ucrânia e até da Jugoslávia: a instigação pelos iluminados estrategas ocidentais de toda e qualquer instabilidade que possa afectar regimes que não sejam hostis a Moscovo. Com um mínimo de inteligência político-militar, entre os dirigentes europeus e americanos desta geração (todos, sem excepção, não há registo audível de quem se tenha oposto a esta via louca), vários milhões de pessoas não teriam morrido de forma violenta, muitos de forma bárbara, e a Europa não estaria cercada pela anarquia e invadida pelos desgraçados que dela tentam fugir. Era muito difícil terem encontrado uma forma mais eficaz de comprometer a segurança e os valores das suas democracias. Agiram indigentemente contra os seus próprios interesses.

Joaquim de Freitas disse...

Os bois sem nome ? Sim têm um nome: O grupo dos "Amigos da Síria" e o clube Elisabeth Arden (Washington, Londres, Paris), que pretende desde há um quarto de século incarnar a "comunidade internacional" , que se transformou ao fio dos anos num directório de "moralizadores de chicote" , tendo como inspiradores os neoconservadores do "Estado profundo" dos países de Ocidente e de algures, e por aliados privilegiados os regimes médio-orientais mais motivados pela flagelação.
Em 2011, depois do Iraque, o Sudão, o Afeganistão, a Somália, a Palestina, a Jugoslávia, o Irão ou a Ucrânia e mais alguns outros, os "moralizadores", se bem que absorvidos pela sua "nobre" missão de proteger as populações líbias bombardeando-as, antes de liquidar fisicamente Kadhafi, vão reservar à Síria um tratamento de choque. As sanções choviam . Mas, recordo de ter visto um vídeo no Net que perguntava: Para que servem as sanções contra a Síria? Já há mais de um ano que as sanções choviam sobre a Síria, sem resultado. O que é preciso é punir e abafar economicamente o regime de Assad, dizia o vídeo.

Um dos "Amigos da Síria" ,o "socialista" Laurent Fabius, MNE indecente da França, foi até dizer , em 2012 , "que ainda era possível reforçar as sanções contra a Síria, insistindo para que a Grécia cesse de importar fosfato da Síria"! Com "amigos deste calibre" a Síria não tem necessidade de inimigos!

Os nossos dirigentes ocidentais, tão bons e pudicos, conhecem só a verdade dos protegidos emigrados que vivem confortavelmente instalados nas nossas capitais. Que vão viver no inferno sírio, com o povo, inferno devido ao fanatismo dos seus "libertadores" e dos seus aliados turcos ou árabes assim como ao sadismo do "Eixo do Bem", padrinho dos terroristas e grande especialista de sanções.

A Síria, conheço um pouco, era um país próspero, não endividado, auto suficiente, com o seu petróleo e o seu gás, "laico", e as sanções e a guerra por procuração contra o Irão, imposta pelo Ocidente e os seus amigos, destruíram-no.

Sejamos justos com este povo martirizado e humilhado. Não cobramos dum véu de virtude os criminosos ferozes que procuram destruir em nome da intolerância a Síria tolerante.

Joaquim de Freitas disse...

NG disse: "Com um mínimo de inteligência político-militar, entre os dirigentes europeus e americanos desta geração"! Mas Caro NG, a inteligência existe nessa casta? No lugar da inteligência existe a geo estratégia dum Império brutal que nos asfixia todos. Veja como ele se preocupa do desastre humano dos migrantes ?

carlos cardoso disse...

Muito bom artigo, claro e objectivo.

A propósito do "restrain" de Israel gostaria de salientar que, desde que o conflito israelo-palestiniano deixou de ser o problema principal no médio oriente, Israel tem aproveitado a "distracção" internacional para acelerar o processo de colonização da Cisjordânia, inviabilizando cada vez mais a solução a dois estados. So much for the restrain.

Mais uma vez se confirma que alguns do seus comentadores vivem noutro planeta e noutra era...

Anónimo disse...

Resumindo, a verdade é só esta quem está a resolver a questão Siria é a Rússia. O Putin, veio alterar o esquema do Obama e dos seus lacaios amigos. Eles estavam a deixar a coisa em lume brando, para que o SSad fosse embora. Não importava que o Estado Islâmico estivesse a dizimar as populações, para eles Obama e companhia limitada queriam era de lá o Assad fora, mas Russia não é de brincadeiras, como aliás já mostrou e bem na Ucrânia.

Luís Lavoura disse...

A história da Carochinha que o Francisco nos conta sobre a Síria recorda-me a história da Carochinha que nos foi contada nos anos 1980 sobre a heroica resistência dos afegãos à invasão do seu país pela URSS. Na altura, diziam-nos que os pobres camponeses afegãos tinham fugido para as montanhas armados com espingardas do século 19 que ainda guardavam do tempo da luta contra a ocupação britânica. Só mais tarde se veio a saber que na verdade os resistentes afegãos tinham armas fornecidas pela CIA e estavam bem financiados pela Al Qaeda. Só mais tarde se veio a perceber que aquela revolta supostamente espontânea dos afegãos era na verdade uma revolta bem planeada e financiada e armada pela CIA e por grupos islâmicos internacionais.
Agora o Francisco vem-nos contar uma história da Carochinha similar, com a pobre oposição síria que se defende contra a brutal repressão de Assad e. num ápice, conquista vastas porções de território. É evidente que essa oposição teve acesso a armas que alguém lhe deu, e a dinheiro que alguém lhe deu, e que tudo isto foi tão planeado - pela mesma CIA e pelos mesmos grupos islâmicos internacionais - como a resistência afegã à invasão soviética.

NG disse...

Verdade, Joaquim de Freitas. E não são apenas os dirigentes que se comportam como autênticos criminosos. É uma catástrofe cívica para a Europa ver passar esta desgraça à frente dos olhos com os jornais e televisões cobardemente alinhados com esse discurso manipulador, de saudosos da Guerra Fria, os movimentos sociais num silêncio cúmplice, e o contraste e denúncia dessas narrativas remetido aos confins das redes sociais e aos raros testemunhos directos que conseguem atravessar essa barreira
https://m.youtube.com/watch?v=Xb959nKgtZg

Anónimo disse...

Sr. Embaixador,

Isto tudo não tinha chegado onde chegou sem a invasão do Iraque.

Acabou-se com o tradicional equilíbrio sunita(Iraque) / Xiita (Irão) o que fez sobressair o poder iraniano e provocar temores na Arábia Saudita que começou por todos os meios a tentar desestabilizar os iranianos e os seus aliados.

Por outro lado, os militares de Saddam ficaram fora da nova estrutura estatal, afastados e com formação militar e em intelligence, são hoje alguns dos principais cérebros do daesh.

Joaquim de Freitas disse...

A Luís Lavoura: Tem razão. O objectivo dos EUA era de expulsar a URSS do Afeganistão. Os moudjahidine foram financiados e armados pelos EUA. E foram eficazes : os Russos foram obrigados de partir. Bem jogado. Só que, depois vieram os Talibã. E o resultado foi a destruição duma nação. Fazia parte dum plano. A melhor prova do plano a longo prazo dos EUA, é esta:

O acordo EUA -Afeganistão exigido por Washington ,gelado durante um ano por causa da recusa de Karzai de o assinar, foi assinado em grande pompa em Kabul no dia 30 de Setembro 2014, no dia seguinte à investidura do sucessor, Ashraf Ghani. Chama-se "Acordo de cooperação sobre a segurança e a defesa", valido de 2015 a 2024. Resultado prático para os USA: 10 000 militares ficarão em permanência no país, com a missão de aconselhar (digamos comandar!) , treinar, equipar e apoiar as "forças de segurança" nacionais. Serão apoiados pelos drones armados, helicópteros e bombardeiros que partirão de bases terrestres e porta avioes que se encontram nas zonas limítrofes.

As forças americanas têm a autorização para penetrar nas casas dos afegãos (que Karzai não queria aceitar) , os mesmos militares estão submetidos só à única jurisdição americana, por não importa qual tipo de crime civil ou militar! Os EUA podem proceder a novas construções onde quiserem.
Em suma , os EUA e a NATO ficam no Afeganistão, que é agora um satélite americano, na fronteira da Rússia.

Plano bem sucedido dos americanos, para se implantarem na região, sobre montanhas de cadáveres afegãos. O Império no seu melhor. E sabemos que nenhum presidente americano, qualquer que ele seja, democrata ou republicano , abandonará esta posição de cerco à Rússia.

Quando se olha para o mapa das bases da NATO na Europa, até à Ucrânia, não há duvida nenhuma que a Rússia, se um dia a tensão sobe ao limite máximo, tem todo interesse em detectar as intenções do inimigo, e ser ela a lançar o primeiro ataque, nuclear e devastador, se quiser escapar ao mesmo destino que o Afeganistão.

João P Seixas disse...

Sr. Embaixador
Já leu ou escutou Robert Kennedy Filho?

25 de novembro