sábado, junho 25, 2011

S. João

Tenho pena de não ter comigo o belo texto que François Mitterrand dedicou ao S. João do Porto, no "L'abeille et l'architecte"*. O antigo presidente francês, que visitava Portugal a convite de Mário Soares, terá percebido, nesse mergulho na noturna multidão tripeira, muito do nosso caráter como povo.

Há anos que não vinha a um S. João. E não me arrependi de ter voltado a experimentar esta noite, que é única no mundo. 

Conheço portugueses que vivem obcecados em fazer visitas turísticas a longínquos destinos da moda, como se disso dependesse o seu currículo cosmopolita, e que confessam nunca ter estado num S. João no Porto. Coitados...

* Um leitor corrigiu-me: eu pensava que o livro era "La paille et le grain"

41 comentários:

Patrick disse...

O São João também é a nossa principal festa anual. Uma grata herança da cultura lusa no Nordeste do Brasil.

ARPires disse...

O mesmo digo eu em relação aos Açores e ao nosso Douro.
Conheço várias pessoas que viajam pelo mundo e quando os questiono sobre os Açores e o Douro, dizem ainda não conhecer.
Será por pensarem, como um dado adquirido!
Talvez seja, mas é pena...urge conhecer.

patricio branco disse...

nunca estive num s. joão do porto e não me sinto coitado...

Eduardo Pereira Correia disse...

Ao lado Sr. Embaixador...

“Mário Soares entrou na multidão, rendido à festa popular, aceite por todos e bem integrado. Qual é o Chefe do Estado ou o Primeiro-Ministro, em todo o mundo, que poderia agir desta forma sem se arriscar a ouvir insultos, censuras ou ser agredido?”

MITTERRAND, François (1978), L’abeille et l’architecte, Livre de Poche, Paris, LGF, pp. 320

Cumprimentos

Anónimo disse...

Gostei mesmo do post...
Até porque em parte faço parte dos coitados, o que me dá uma certa satisfação pessoal...

Ah!E quem nunca veio ao dia de todos mesmo todos os Santos, até mesmo dos pecadores cá em chaves...

Ah! para que conste...
Isabel Seixas

De qualquer forma já fui ao Santo António

Francisco Seixas da Costa disse...

Cara Isabel Seixas: para que conste, já fui (claro!) aos Santos a Chaves, por mais de uma vez.

Carlos Fonseca disse...

Fui duas vezes ao S. João "de" Braga, vezes sem conta ao S. João "da" Figueira da Foz, mas nunca fui ao "do" Porto.

Fiquei a saber hoje que passei ao grupo dos "coitados".

Por acaso o Sr. embaixador já foi às Festas de S. Pedro no Casal do Redinho (município de Soure)?

Se nunca foi, embora não seja "coitado" por isso, perdeu um excelente diovertimento popular.

Cumprimentos

Carlos Fonseca

Anónimo disse...

Está bem pronto...Estou convencida.
Pois Sr. Embaixador é-me muito mais fácil perceber a sua vasta cultura Transmontana...

De qualquer forma não passou a prova da água das caldas(...)
Isabel Seixas

patricio branco disse...

é um facto que alberto joão jardim entra em muitas festas na madeira todos os anos, misturando-se com os residentes, falando, comendo, bebendo, dançando, em arraiais,nas praias, festas religiosas, carnaval. Se há politico governante que se mistura e convive com a população e com gosto na verdadeira acepção das palavras, é ele um.

tempus fugit à pressa disse...

ao menos que fizessem uma festa ao solstício com um nome de jeito

grande bacanal do Sol mio do Norte

agora s.João é fraquito

tempus fugit à pressa disse...

“Mário Soares entrou na multidão, rendido à festa popular, aceite por todos e bem integrado. Qual é o Chefe do Estado ou o Primeiro-Ministro, em todo o mundo, que poderia agir desta forma sem se arriscar a ouvir insultos, censuras ou ser agredido?”

MITTERRAND, François (1978)

resposta: Alberto João

são de resto almas gémeas nas artes da manipulação e noutras

o outro só teve o azar de nascer na Madeira e não ter um pai que arrastou a dívida à 1ª como o filho fez à 3ª república

de resto pagamentos da dívida só nos tempos salazarentos

amortizações da dívida jámé

foi a geração do francês técnico

o Santo-António as festas populares, os arraiais de corta-fitas são a expressão deste regime que amordaça assim o povo

quem foi mesmo que disse isto?

deve ter sido um fascista qualquer ou coisa parecida

Helena Sacadura Cabral disse...

Pois bem pena tenho eu de aí não ter estado!

Helena Oneto disse...

Não vivo obcecada com destinos longinquos e nunca estive num S. João no Porto nem num dia de todos os Santos em Chaves, nem na avenida da Liberdade a ver as marchas populares no Santo Antonio, nem no São Pedro não sei onde... Tadinha de mim(:

Anónimo disse...

Nunca fui ao São João
do Porto, não tive lata!
Mordomo não faz desporto,
trabalha como este Mata!

a) Felismino da Mata

Francisco Seixas da Costa disse...

Caros comentadores: eu só chamei "coitados" ao obcecados com os cosmopolitismo viajeiro e que não conhecem o S. João do Porto. Não chamei "coitados" aos que ainda não foram ao S. João... Leiam-me bem, por favor!

Anónimo disse...

Eu estava morto no deserto e o Porto aqui tão perto, dis a canção. Mas eu não gosto do Porto, apesar de todas as tentativas que fiz para isso! Prefiro Lisboa, Paris ou Splitz!

Anónimo disse...

Oh! pois eu claro que falei por despeito puro, bem gostava de ter ido, se há critério que eu exijo aos santos para serem santos é serem "Rapioqueiros"e mais nada...
Isabel Seixas

Anónimo disse...

Sou Feliciano da Mata,
não me chamo Felismino.
Estava a arear a prata,
quando dei por este mimo!

Eu de santos populares
não entendo patavina!
Mas respeitem os lugares
e este nome que afina!

a) Feliciano da Mata

Anónimo disse...

Caro Anónimo das 09:54,

Como diria o Diácono Remédios:

Oh meu amigo, eze!!! Dai a vossa opinião mas com cuidado, hum! Não havia necessidade de recorrer a Lisboa, Paris e Splitz para falar mal do Porto, hum. Ainda se fosse Monte Carlo, Portofino ou St Tropez para impressionar, hum! E até a letra do Sérgio Godinho... Mas isto tem algum sentido, oh valha-me Deus?

Nunca fui ao S. João porque ainda não se proporcionou, mas gosto muito do Porto!

Isabel BP (lisboeta)

La Mère Supérieure disse...

Sou Português, mas resido muito tempo no Brasil.
Acho que os portugêses estão muito pessimistas, encasquetam por pouca coisa, seus comentários são muito rancorosos. Isto aí é apenas uma festa para celebrar o Santo e a alegria.
Aproveitem e sejam felizes.
Deixem os azedumes para a política e os políticos.

Anónimo disse...

Cara Isabel Seixas, boa tarde, do tal anónimo: Acrescento que também gosto mais de Nápoles e de quase todas as cidades de Itália! Para impressionar? Então aqui vão mais umas, portuguesas e uma não, que estão bem à frente do Porto (no meu humilde parecer): gosto mais de Guimarães, Évora, Faro, Sesimbra, Viseu, Viana do Castelo e, até, Trancoso e Las Vegas!!!!!

Anónimo disse...

Proliferam os meus heterónimos

a) Francelino da Mata

Helena Sacadura Cabral disse...

Caro Antequam
Não temos de facto a alegria de certas regiões do Brasil. Mas não se inquiete: estes comentários parecem-lhe rancorosos mas não são. São apenas pouco calorosos. É que andamos cheios de calor...

Anónimo disse...

Pois gostos não se discutem, podemos ir por aí...

Mas caro anónimo boa noite, só para dizer que como cidades há mais Isabeis na terra...

Isabel Seixas
FLAVIENSE

Fada do bosque disse...

Até chorei de riso! ahahhahah!!!
Especialmente com os comentários do Fernandel!!... :))
imagino que o seja, pois não sei ler árabe....

Fada do bosque disse...

Bem... só agora cheguei ao comentário de Antequam... e não é que ele repara no mesmo que eu?! É... o português anda de maus fígados... é o fado e o fadinho, especialmente o fadista...que me mata!
Mas para ficat bem, basta chegar aqui, ler os posts para descomprimir e amiúde chegar às lágrimas com os comentários... mas isso devo ser eu, que sou de riso fácil. :)))
Bendito S. João!
O Porto é uma cidade linda!...

Fada da Mata! :)

Anónimo disse...

Alguns comentadores deste blog são tão viajados que falam de Splitz, como se existisse uma cidade com esse nome. Até me dá vontade de dizer como o nosso Embaixador: coitados.

Helena Oneto disse...

Caro Senhor Embaixador,
Trocou de foto porque esta é mais sugestiva das festividades ou para nos "arrancar" mais um sorriso? Aqui vai uma boa gargalhada:):):)! Biba o Puerto!

Rui Franco disse...

Porque razão há a tendência (já o constatei por diversas vezes) de imitar a pronúncia portuense recorrendo ao Castelhano? No Porto não se diz (nem escreve) "puErto" mas sim "puÂrto".

Coisa esquisita...

Fada do bosque disse...

Gosto das observações do Catinga! :)) especialmente no que se referem à língua portuguesa... estamos todos debaixo de fogo... então se houver castelhano pelo meio!... ;))

Helena Sacadura Cabral disse...

Cara Fada
Por supuesto...

carlos disse...

A pronúncia portuense é fácil de entender se lermos um pouco de português medieval, onde as vogais aparecem dobradas, sendo a tónica colocada na segunda vogal.
Lembram-se de Fernão Lopes?
"Meestre" (dizia-se 'me-éstre')
"Poobo" (dizia-se 'pu-obo')
Assim, "Poorto", dizia-se 'Pu-orto'.
A tendência para dobrar as vogais atinge situações extremas, de que agora até nem me ocorre nenhuma, mas recordo 'velu-udo' (veludo) ou si-im (sim).

carlos disse...

Em relação à observação do Catinga, relativamento ao "castelhano", não podemos esquecer a raiz galaico-portuguesa da nossa língua.
Português e castelhano nunca estiveram muito longe e até Gil Vicente escreveu a maior parte da sua obra em castelhano.
As línguas ibéricas, com excepção do basco, estão geminadas. Até o mirandês não é mais do que o antigo Leonês, com outro nome. Estudemos melhor o galego e o leonês e logo teremos melhor entendimento para aquele tocante e belo sotaque serrano das terras para além do Marão.

Rui Franco disse...

Carlos, a minha observação teve a ver com a substituição de um "â" por um "e" e é coisa que tenho visto demasiadas vezes em tentativas mais ou menos bem dispostas de imitar o sotaque portuense. Quanto a mim, não se justifica que uma característica nossa seja contaminada por uma estrangeira. Não faz sentido.

Quanto a outros sons... há um que me agrada bastante e que é o "o-u", em vez de "ou". Acho-lhe piada.

Haja alegria e conhecimento do que é da nossa terra.

Rui Franco disse...

Só mesmo por piada, fica aqui a recordação de uma conversa ouvida em Guimarães entre miúdos. Um deles contava um filme que tinha visto na noite anterior:

"Á mulher do bámpiiro estaba fazendo so-u-pa." :))

Fada do bosque disse...

Caro Carlos:
Aqui em Braga nota-se muito no sotaque das pessoas mais velhas a pronúncia de que falou, tudo ou quase, que acaba en "onte" sofre essa pequena "distorção" se é que se pode chamar a isso, na pronúncia do norte: monte = mu-onte
ponte = pu-onte, etc. etc. etc. E tem razão... o galego é muito parecido com o português, ao ponto de aqui no Norte se usar também o x muito acentuado, mesmo quando se escreve com ch... :)

Saudações

Fada do bosque disse...

Su-opa, Catinga, suopa! :))

Anónimo disse...

A minha velha senhora quis ir ao S. João do porto antes de morrer, senão matava-se:

toda torta
quase morta
não me importa
vou ao porto

não me exporto
não suporto
corpo morto
corto a aorta.

Pois sentiu-se em casa, com tanto afecto e tantos palavrões. Andou, andou, andou, maravilhada, até às quatro da manhã. Delirou. Ressuscitou.
E agora, sabendo da comum opinião dos caros Seixas (Isabel e Francisco), exige-me que a leve aos Santos de Chaves, se até lá durar.

Anónimo disse...

A velha ressuscitou no S. João, já informei, mas ressuscitou mais ts que nunca:

ela ele seixas
estou por tudo
tudo dá certo

sê muda mudo
desde que mexas
é céu aberto.

Anónimo disse...

E depois
Pecar
esquecer o colesterol
castanha assada
feira de boys
lençóis renovar
passando pelo tintol
na merenda bem regada...

Vai ser o bonito
diga à minha cara amiga que conte comigo pro que der e vier
Isabel Seixas

Anónimo disse...

Caro(a) anónimo(a) das 00:14,

Agradeço o seu miminho... Claro que a cidade é Split, mas o "copy & paste" tem destas coisas!

Isabel BP

25 de novembro