Passaram já onze anos, dia por dia, desde a morte, aqui em Paris, de Diana de Gales. Tinha esquecido a data, mas um amigo, há umas horas, lembrou-me isso, ao chamar a minha atenção para a profusão de flores que hoje estão colocadas junto à chama dourada (que nada tem a ver com a morte da princesa, diga-se) que se situa por cima do túnel de Alma, onde ela teve o seu mortal acidente.
Nos mais de quatro anos que vivi em Londres fui espetador distante da crise matrimonial que então já atravessava a realeza britânica. Diana era uma figura mítica, adorada pelos fotógrafos e explorada até ao limite pela imprensa. A força da monarquia britânica mede-se também pela capacidade com que conseguiu lidar, sem ser destruída, pelo fenómeno Diana.
Uma noite, em Buckingham Palace, na cerimónia anual em que a corte recebe o corpo diplomático, Diana parou junto da delegação portuguesa, na breve conversa circunstancial que toda a família real tem com a representação de cada embaixada. Notando que o cônsul-geral, Duarte Ramalho Ortigão, e eu próprio tínhamos, ao pescoço, o símbolo da Cruz de Cristo (a única condecoração portuguesa que, embora nos graus inferiores que, à época, eram os nossos, assim pode ser usada), Diana, sopesando, atrevida, a insígnia do Duarte, inquiriu junto do embaixador António Vaz Pereira, que chefiava o nosso grupo: "Ambassador, you don't have it?". Vaz Pereira, que tinha ao peito outras condecorações bem importantes, respondeu, diplomático, com um largo e deliciado sorriso: "I'm working for it, Your Highness!" Diana deu uma bela gargalhada.
Em 1993, Diana esteve, com o príncipe Carlos, na nossa Embaixada em Londres, no jantar que o presidente Mário Soares ofereceu à rainha Isabel II. Posso assegurar que era muito mais bonita ao vivo do que em fotografia.
9 comentários:
interessante memória pessoal
Hoje de manhã, durante a viagem para o ex/novo posto de trabalho, ouvi no noticiário a efeméride.
Foi a primeira vez que consegui acertar no tema do post de hoje, e estava (se acertasse, como aconteceu), com alguma expectativa para o ler.
Gostei da serenidade com que é escrito. Gostei muito.
Faz parte da nossa memória ativa tudo quanto na ocasião foi dito e especulado, e retenho o que alguém, não sei quem, disse, e que não esqueci:
- não se lhe conhece opinião nenhuma sobre coisa nenhuma!
Não sei nem me interessa se era verdade ou não, mas confesso que de vez em quando a plagio em relação a alguns figurões...
Um abraço
Sem dúvida ...
Toda uma Mulher
Carismática...
Bastava sorrir
Isabel Seixas
Vim aqui por causa do Ferreira.
E mais por causa da Princesa Diana.
Mamae e eu somos viciadas em principe, rainhas.
Mas só vemos na TV . E aqui no Brasil é muito pouco difundido.
Mas tinha uma afeição pela princesa Diana e quando fomos em Paris quisemos ver onde tinha acontecido o acidente.
Volto outra hora com carinho
MOnica
mas este homem anda a espetar na crise matrimonial de quem ?
e onde ?
só então entendi , ele usa o novo acordo ortográfico ...
não levem a mal , é só um desabafo .
respeitosamente ...
Não posso, de momento, prever quantos serão os volumes que preencherão as "Memórias do Embaixador Seixas da Costa".
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Continuo adorar como nessa cabecinha há tanto e mais coisas para "botar" para o papel.
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São as memórias das andanças de um diplomata que correu Ceca e Meca e nos vai deliciando com factos vivos do passado e hoje trazidos à luz.
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Todos nós e o mundo teve conhecimento do fatídico acidente que causou a morte à Princesa Diana
há 11 anos, mas o correr do tempo foi apagando a memória colectiva e poucos se lembram da data em que roubou a vida da infeliz Princesa de Gales.
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Saudações do River Kwai - Tailândia
José Martins
E com todo o respeito que a princesa Diana merece, linda mesmo considero a rainha da Jordania. Estonteante, com ou sem producao!
Pois, pois... agora compreendo melhor porquê tanto nervossismo, e porque é que houve "latas amolgadas e alguns farois partidos" antes do jantar : ))
Para os menos atentos : dar uma espreitadela ao post de 10 de Novembro de 2009, deste simpatico blogue.
Rubi
muita muita muita produção.
Como eu li aqui há dias numa revista qualquer: "Não há mulheres feias, há mulheres pobres"
Isabel
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