O Conselho Geral da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD), a que presido, decidiu ontem aumentar em 12 euros por ano (um euro por mês), as propinas de base para o ano letivo 2011/12. Ponderámos muito esta decisão, não tanto pelo acréscimo em si mas, principalmente, porque este esforço acrescido se soma às dificuldades por que passam muitas famílias, atingidas pela crise económico-social.
Poderíamos ter evitado tomar esta decisão? Claro que sim: se não houvesse estudantes a furtarem-se à liquidação das propinas, o que é altamente injusto para os colegas que cumprem as suas obrigações, este aumento não teria sido necessário.
As universidades públicas portuguesas (não apenas essas, mas são essas que para aqui interessam) atravessam, embora de forma desigual, um momento algo complexo, produto de diversos fatores, que vão desde as alterações recentes do seu mercado ao facto de terem de adaptar-se às limitações orçamentais com que o setor Estado vive. E isso exige mudanças, com algumas a poderem não ser as mais populares.
Pela génese da sua oferta pedagógica, pelo seu enquadramento geográfico e por outros fatores específicos de vária natureza, a UTAD tem necessidade de fazer, com caráter de urgência, algumas opções estratégicas muito sérias. Por essa razão, porque a universidade deve repensar a sua estrutura, o seu modelo e os seus objetivos, vi aprovada uma proposta que apresentei para que se organizem, em Outubro e Dezembro, duas jornadas de reflexão estratégica. Vamos ouvir o que a Academia pensa para a sua universidade e, de seguida, com base em estudos devidamente fundamentados, vamos tomar, em 2012, as medidas que tivermos por mais adequadas para o futuro da UTAD.
Ser embaixador em França não é incompatível com esta contribuição, a titulo totalmente gracioso, que faço à universidade da minha terra. É com muito prazer que retiro dias de férias para vir, de Paris, algumas vezes por ano, trabalhar umas horas em Vila Real, tentando ser útil à UTAD.