Em 2005, quando cheguei ao Brasil, levava comigo o interesse em conhecer João Alves das Neves, um jornalista português há muito radicado em S. Paulo. Ouvira falar dele ao meu primo Carlos Eurico da Costa, com quem havia trabalhado nessa breve e pouco conhecida aventura jornalística portuguesa que foi o "Diário Ilustrado". Como outros jornalistas portugueses oriundos dessa experiência, Alves das Neves viria sair para o Brasil e a ingressar em "O Estado de S. Paulo". Durante décadas, vir o seu nome ser referido, em Portugal, associado a diversas atividades públicas realizadas no Brasil.
Encontrei João Alves das Neves pouco tempo depois de estar no Brasil, no tradicional almoço semanal da Casa de Portugal. Ao longo do tempo que estive naquele país, fomos mantendo um contacto escrito regular e, por diversas vezes, conversámos em S. Paulo. Lembro-me bem de, uma tarde, ter de lhe acalmar os seus ânimos agitados contra a gestão do nosso consulado-geral em S. Paulo. Era um homem emotivo, porque era uma figura muito apaixonada por tudo aquilo em que empenhava.
João Alves das Neves foi uma personalidade que se preocupou com a divulgação da cultura e da literatura portuguesa no Brasil, estando ligado a inúmeras iniciativas nesse âmbito, muito em especial através do movimento associativo da comunidade. Tinha um especial interesse em Fernando Pessoa, cujo Centro de Estudos criou, em S. Paulo.
Morreu agora na sua terra beirã, de que sempre falava com saudade.
Morreu agora na sua terra beirã, de que sempre falava com saudade.
7 comentários:
Era um homem bom e sabedor.
AGC
Brasil
Estive com ele muitas vezes no Brasil e foi quem me apoiou no meu mestrado na Cásper Libero. Um Senhor. Mais um que nos deixa.
Papai lia muito o Jornal do Brasil. Eu acostumei com o de Minas Gerais.
Que pena nao ter lido sobre este senhor que tão bem falou sobre Portugal aqui no BRasil
Contem com minhas solidariedade
com amizade e carinhod e Monica
Prezado Senhor Embaixador,
Tive o prazer se conhecer o Sr. Alves das Neves no Verão passado, por acaso.
Água escorria da varanda de cima e molhava um móvel que eu tinha acabado de pintar, pelo que fui falar com os responsáveis: os vizinhos de cima, que não conhecia.
E foi aí que tive a sorte de ser recebida pelo Sr. João e pela esposa, duas pessoas encantadoras e com muita coisa para contar. A tal ponto que, duas horas depois de me ter visto sair para ir falar com os vizinhos, o meu marido foi à minha procura, pois ficámos esse tempo todo à conversa:)
Aprecio muito o seu blog!
Andreia
Cara Andreia: muito obrigado pelas suas palavras. Sinta-se em casa.
Caríssimo embaixador,
Chamo-me Daniel Gonçalves, sou conterrâneo do saudoso João Alves das Neves, da sua terra natal, da pequena aldeia de Pisão, Coja, Arganil, Coimbra.
Embora afastados, enquanto amigo que nos visitava regularmente, fui e sou uma testenmunha do seu amor pela sua terra, pelo seu Brasil e também pela Europa.
Um gesto de grande gratidão pelo reconhecimento deste Português que tão bem o soube ser em vida e cuja obra só o poder perpétuar. Bem haja
Caríssimo embaixador,
Chamo-me Daniel Gonçalves, sou conterrâneo do saudoso João Alves das Neves, da sua terra natal, da pequena aldeia de Pisão, Coja, Arganil, Coimbra.
Embora afastados, enquanto amigo que nos visitava regularmente, fui e sou uma testenmunha do seu amor pela sua terra, pelo seu Brasil e também pela Europa.
Um gesto de grande gratidão pelo reconhecimento deste Português que tão bem o soube ser em vida e cuja obra só o poder perpétuar. Bem haja
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