O site "Dinheiro Vivo", e as suas edições no "Diário de Notícias" e "Jornal de Notícias", trouxeram três respostas telefónicas minhas a outras tantas questões que me foram colocadas sobre o trabalho económico das embaixadas, que podem ser lidas aqui. O "seminário diplomático", ocorrido na passada semana em Lisboa, concentrou-se nesta temática e o ministério dos Negócios Estrangeiros está plenamente mobilizado para, neste tempo de grande exigência, dar o seu contributo para a recuperação económica do país.
Os titulares das missões diplomáticas e consulares portuguesas são os primeiros interessados em ver valorizado o seu trabalho na área económica, correspondendo às orientações que lhes foram transmitidas pelo poder político. Julgo, aliás, que isso ajudará a alterar uma falsa perceção que existe, nomeadamente em alguma comunicação social, sobre aquilo que a diplomacia portuguesa tem feito, até agora, em matéria de apoio à atividade empresarial. Muitas empresas nacionais são boas testemunhas do grande empenhamento que os diplomatas de há muito colocam na ajuda à sua internacionalização. Sempre desafiei publicamente - e continuo a desafiar - aqueles empresários que possam ter razões concretas de queixa do trabalho das missões diplomáticas a exporem-nas de imediato às nossas autoridades, mesmo a denunciarem na imprensa os legítimos apoios pedidos à diplomacia e não correspondidos. Quem não deve não teme, e isso é válido para todos. O que é inaceitável é ver, por vezes, publicadas críticas de natureza genérica, que ofendem a nossa ética profissional e que mais não são do que meros preconceitos quanto à diplomacia e aos diplomatas.
As coisas podem e devem sempre melhorar, em especial através do reforço de uma cultura diplomática mais "business-oriented", em alguns casos através de uma mais eficaz relação das embaixadas com a AICEP. Tem de existir uma definição clara, por parte dos agentes económicos e dos organismos (associativos ou de promoção) que estruturam a sua intervenção externa, do que se pretende da atividade de cada missão diplomática ou consular. Até porque cada caso é um caso. O exigente ano de 2012 é talvez o tempo certo para levar à prática este esforço acrescido.
12 comentários:
Uma melhor coordenação entre Embaixadas, Consulados e as Delegações da AICEP ali sediadas é imperativo. Contudo, já vem sendo feito por Chefes de Missão e Chefes de Posto responsáveis e competentes. Porém, nem todos os CM e CP o têm feito. Importa igualmente que o MNE/AICEP não encerre Delegações onde já existem, em mercados relevantes para as nossas exportações. Não basta apregoar a Diplomacia Económica, que já existe como prática de quem é competente, tem de se dar condições de trabalho a algumas dessas Delegações da AICEP no estrangeiro. O que nem sempre tem sucedido (sei do que falo). Parece-me bem pedir um plano de acção/coordenação aos CM e CP sobre estas actividades futuras, tendo em vista a tal Diplomacia Económica. Quanto aos empresários críticos, concordo com o que aqui se diz. Se há razões de queixa, que as apresentem a quem de direito: o MNE e a AICEP em Lisboa. Se não há, não se deve criticar em vão.
Estando a roda já inventada, ninguém veio agora reinventar nada, pelo menos que haja uma melhor organização e coordenação entre Postos (e os seus responsáveis), o MNE e a AICEP, a partir de agora.
Vamos lá a ver se o País se levanta da Crise! Oxalá, nesse sentido, que a acção diplomática possa ajudar. Estou em crer que sim.
Rilvas
Caro Sr Embaixador,
Não se meta por caminhos que não conhece e ainda menos , não se meta a defender algo que não abarca !
Por muito bom embaixador que o sr seja, não pode vir defender toda a estratégia business-oriented das embaixadas nos 5 continentes que apesar de o orgão hierarquico superior ser o mesmo podem ter comportamentos e praticas diferentes consuante o chefe diplomático ou consular !
Eu não iria por ai, mas o Sr é que sabe!!!
Eu já vivi no estrangeiro e usava muito o British Council, ia ao consulado da França que nem me lembro do nome que lhe davam ( tinham biblioteca e o chamado agente de affaires ) ; ia à embaixada dos USA, ia à embaixada Sueca que tinha uma excelente departamento de apoio aos negocios e por fim , e para o deixar mal disposto fui também ao consulado Português que tinha uma senhora a cuidar de uns livros que eram usados pela população estudantil que estudava na escola portuguesa onde faziam os trabalhos de casa !!!
Já sei que se vai irritar comigo, mas essa era a realidade e digo-lhe mais, a representação portuguesa era a mais pobre daquelas que referi, levava um baile da representação Brasileira e era entristecedor estar num Pais lusófono e ver aquela triste figura que a representaçaõ diplomática portuguesa fazia!
Uma vez no ano havia uma feira onde a rapaziada do icep, apareciam que nem uns loucoa armados em business men com a empresas representadas no pavilhão de Portugal que era pago com os dinehiros dos contribuintes, onde a maioria das empresas nem sabia para onde vinha !!
Comparar as representações económicas do Brasil , Italia, Espanha , Alemanha e outras com a portuguesa é de facto comparar o incomparável !
Sr embaixador , os meus comentários podem deixá-lo indesposto mas por favor não brinque com a experiência de portuguêses que viram e sentiram de perto o que era o mau serviço de uma embaixada,até para os próprios portugueses seus filiados .
Se quiser eu digo-lhe de que embaixada se tratava e em que anos foram .
OGman
Cara OGman: só falo do que sei e sei do que falo. Quanto à sua experiência pessoal negativa, foi pena não ter tido o cuidado de dar conta, atempadamente, às autoridades portuguesas de então desses contactos menos bem sucedidos, por forma a que as pessoas fossem responsabilizadas. Ninguém o prendia, creio! Falar disso agora, à distância de anos, é um desforço triste.
Palavra de honra que não sabia que os Portugueses eram filiados nas embaixadas. Ainda se fossem amadores, vá que não vá; mas filiados? Na primeira divisão (como então se dizia), na segunda ou nas distritais?
Mas, muito obrigado pelo ensinamento, Sr. OGman
Quando se fala em Diplomacia não está sempre em questão, em tempo de paz, o tratamento de negócios que interessam às economias respetivas”?.
Até porque, tratando-se do M Negócios E, não é função das embaixadas influenciar, por opinião, a economia dos Países mas sim apoiar ou orientar e atrair oportunidades de negócio entre as economias em causa.
A concentração nesta temática no "seminário diplomático", ocorrido na passada semana em Lisboa, leva-me a supor que a tarefa das embaixadas e missões não tem estado a ser orientada com a necessária intensidade no seu principal objetivo.
Caro embaixador ,
Estou só a comentar no seu blogue como contra argumento, ao que o Sr Embaixador escreveu dizendo que a diplomacia económica portuguesa esteve muito bem, está e parece-me que vai de vento em popa!
Quando a realidade é bem diferente e os numeros falavam por si nessa altura. Hoje não sei como está !
Mas não ponho de parte que se tenha feito excelentes trabalhos em determinadas Emabaixadase representações , mas naquela onde estive inscrito aquilo metia pena!
Quanto ás queixas , já foi o tempo que as fazia enquanto ainda não tinha percebido como as coisas funcionam, hoje uso aquela máxima que quando as coisas estão mal mudo-me !
OGman
O caro OGman desculpe-me, mas porquê tanta
ignorância - e tantos erros de português? Neste como noutros comentários seus, abundam erros ortográficos, de sintaxe, de pontuação - além de óbvias gralhas. Quem escreve deve saber do que escreve e, se escreve em português, saber português. E, já agora, convém rever os textos antes de os enviar.
Por respeito para com o autor do blogue e para com os leitores, podia, meu caro, cuidar um pouco disso, sob pena de saltarmos os comentários que tenham OGman na última linha.
Uf! Finalmente alguém escreve (e bem) o que há muito ando a congeminar... Parabéns a quem escreveu o comentário às 12:36 de hoje 10 de janeiro.
Penso que o problema na maioria dos "expatriés" de qualquer nação com as respectivas representações diplomáticas é do foro da psicanálise.
xg
Senhor Embaixador, gostava muito de ter a sua opinião sobre uma pergunta que parece ser simples mas que esconde uma realidade bastante complexa. Na opinião do Senhor Embaixador, Portugal tem capacidade para manter uma rede diplomática tão extensa e uma rede de delegações da Aicep em tantos pontos do globo?
Parece-me ser este o ponto chave. Vejo delegações da Aicep e representações diplomáticas,em mercados fundamentais para a economia portuguesa, apenas com uma ou duas pessoas e vejo uma realidade diferente em outros países que são perfeitamente periféricos para os interesses actuais de Portugal. Dizem-me que não há dinheiro para dispensar pessoal onde não é mais necessário e para contratar onde, de facto, é necessário. Até quando vamos manter esta encenação? Estamos a gastar dinheiro em estruturas sem gente, apenas para manter a aparência - aparência essa que começa a estar degrada em várias representações diplomáticas de Portugal no mundo. Penso que se deverá pensar, antes de mais, onde Portugal tem que estar presente com estrutura e gente capaz e conhecer o orçamento que Portugal tem disponível para ter uma presença de qualidade. Depois tem que haver coragem de reforçar onde é necessário e encerrar (fechar) onde não é tão necessária a nossa presença. Não temos dinheiro para andarmos a desperdiçar e para se continuar com a ideia que temos que estar presentes em tantos pontos do globo.O Ministro Portas decidiu encerrar alguns postos mas foi claramente insuficiente, há muito mais a se fazer.
Ao comentador das 20:44 de ontem: "Gato escondido com rabo de fora"... mas está a melhorar.;-)
Pormeto que vou melhorar, a ver se acalmo as vossas mentes !
OGman
Parabéns e agradecimentos, caro OGman.
Não só melhorou o português, como reduziu o lençol a duas linhas, às 11h43.
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