O dos Castelos
A Europa jaz, posta nos cotovelos:
De Oriente a Ocidente jaz, fitando,
E toldam-lhe românticos cabelos
Olhos gregos, lembrando
O cotovelo esquerdo é recuado;
O direito é em ângulo disposto.
Aquele diz Itália onde é pousado;
Este diz Inglaterra onde, afastado,
A mão sustenta, em que se apoia o rosto.
Fita, com olhar esfígico e fatal,
O Ocidente, futuro do passado.
O rosto com que fita é Portugal.
Fernando Pessoa (in "Mensagem")
5 comentários:
Grande reaca, este Pessoa.
Europa
Caminhando
Num ordenamento
Territorial
Aos remendos
Qual manta de retalhos
Na procura
Da sofisticada uniformidade
Escorrega-lhe
Dos meandros da indivisível Liberdade
Da circunstância libertina
Alheia ao poder do poder
Que teima teimosamente na esgrima
De uma união desagregada do Ser
Os arquétipos
Orgulhosos e avaros de um espaço
Iludidos e Cegos
No excesso de auto estima
Esquecem o regaço
Ostentam a soberba Num Laço
Onde Ids,Egos E superegos
Enlaçam ócios
Ávidos de posse e obsessão do Ter
E caminha velada
Como se enganasse Alguém
Portugal
Na estratégica sacada
Dorme e acorda sem insónia terminal
E cada célula
Cada órgão, mostram arrebatamento
Onde Evas
Insidiosas mordiscam
As autorizadas maças dos outros
Os espaços emigrantes
Esses por preencher
Já são por inerência pertences
De Quem nasceu sem os Ter
E o livre arbítrio
Não existe
Impedido pelo Alegre
No mais justo Não coexiste
O maior recanto da Europa
Portugal Encapotado em Casebre
Num Esperto Neurónio aberta a Porta
Isabel Seixas
Dos outros
Claro Pessoa...
Está no meu pedestal do Inatingível
Na minha inveja aliciante ao respeito
Na minha única e impotente rendição
A impossibilidade de chegar Lá
Sequer ao Limiar do ténue Parapeito Da competência de ver esse invisível
Que Ele escreve sem pudor como um Olá
Isabel Seixas
Tenho-o...
Em casa, nos mais recônditos recantos
Amante, inócuo aos olhos dos Outros
Depositário dos inóspitos segredos
Das liberdades indivisíveis de doutos
Conceptor de fêmeas emoções/enredos
Imaginário onde se transcendem Antros
Isabel Seixas
PS Tenho a sorte de o meu marido não fazer blogoterapia.
Cubro de beijos
Os teus espaços sombrios
E são jóias sem preço
Ardentes cálidas desvarios
Reféns de Ti...
Do teu Impacto, e os Beijos
Num beijar cadente, são os brios
De um Amar Assim
À distancia
Tão cheio de sem importância
Sem tocar... sem presença
Sem conspurcar... a ausência
Da fria implacável vivência
Da agrura que conduz a convivência
Daquilo que não importa
Que nos encerra nessa Ténue Europa
De resíduos emocionais
Tóxicos à margem e semelhança
Do essencial dos ensejos,os Beijos
Murmúrio de amores em lugarejos
Escondidos em Mulheres atrás Porta
Da ira de ciúmes vãos Nessa Europa
Isabel Seixas
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