... e lá fui, com Américo Tomás, conduzido até Belém.
O leitor não deve esperar deste post uma insólita historieta que envolva o antigo presidente da República, afastado pela Revolução de Abril. Trata-se, muito simplesmente, do facto de ontem ter sido levado pelo motorista do MNE, sr. Américo Tomás, à Torre de Belém, para assistir, como convidado, à cerimónia da entrada em vigor do Tratado de Lisboa.
Como a imagem que captei com telemóvel pobremente documenta, foi uma bela festa, organizada por Portugal, para comemorar, simultaneamente, o início da aplicação do novo Tratado que leva o nome da capital portuguesa e para recordar, uma vez mais, o facto da presidência portuguesa da União Europeia, em 2007, ter conseguido garantir os difíceis consensos que viriam a permitir o fecho dessa longa negociação institucional.
Muita gente na Europa tem esperança que o Tratado de Lisboa represente a "pacificação" da conflitualidade institucional que se instalou na vida comunitária desde há muitos anos, bem patente nas efémeras revisões do Tratado de Maastricht - Amesterdão e Nice -, seguida pelo fracasso do Tratado Constitucional. O Tratado de Lisboa, precisamente porque muito dificilmente parece ser possível opor-lhe uma alternativa consensual a 27 ou mais países, pode ter garantida uma longa vida. E, com ele, o nome de Lisboa ganhará um merecido lugar no imaginário europeu.
13 comentários:
Afinal 369 anos depois encontrou-se outro motivo para festejar o 1° de Dezembro. E este é bem mais simpatico e "pacifista".
PS. Havia Representaçao Castelhana em Belém ? Y sin rencor ?
PS. 2- O Senhor Américo Tomas (o que acompanhou o Senhor Embaixador, evidentemente) nunca fez nada para tentar mudar de nome ?
1.O PM Zapatero falou na sessão.
2.O Sr. Américo Tomás vive, julgo, perfeitamente confortável com o seu nome.
Para além do PM Zapatero ter falado na sessão, é de recordar a participação dos Reis de Espanha...
Senhor Embaixador
Permito-me uma pequena precisão: o Tratado não se chama de Lisboa. De Lisboa é o texto que revê o Tratado da União Europeia e o Tratado da Comunidade Europeia agora denominado Tratado sobre o Funcionamento da União Europeia. Mas compreendo (e partilho) do entusiamo luso.
Cara Pitucha: nenhum tratado tem o nome de nenhuma cidade. Mas, não obstante, "existiram" os tratados de Roma, Maastricht, Amesterdão e Nice. A vida europeia é feita destes registos patronímicos. Quanto ao "entusiasmo" luso, trata-se apenas do facto de ver o nome de Lisboa mais referido, creio.
Senhor Embaixador,
Apesar do orgulho patriótico que possamos sentir pelo Tratado de Lisboa, não estou ainda persuadido de que este Tratado seja o melhor para Portugal.
Vemos os nossos interesses salvaguardados? O que ganha Portugal com o Tratado (além da notoriedade de ser de Lisboa)?
Espero que não pense que sou anti-patriótico, mas são estas as questões que julgo importantes.
Cumprimentos,
A.C.
Espero que nem o sr AM nem o "patrão" dele (sabia?) sejam leitores deste blog.
Vizinho ex-Marxista
Julgo poder dizer que amo profundamente o meu País.
Por isso,não entenda as minhas dúvidas como falta de patriotismo.
Mas como portuguesa e, sobretudo como economista que continua atenta ao que se passa aqui e no mundo,partilho das dúvidas de Abel Cohen.
E, infelizmente para mim, não tenho a bondade do Senhor Embaixador quanto à eventual longevidade do Tratado, não tanto por ele, mas pelas consequências que para a Europa vão ter os défices orçamentais que estão à vista!
Ao vizinho ex-marxista: que fique claro que se tratou de uma "boleia", obviamente em viatura pessoal (e só de ida), a que o senhor AM apenas emprestou, em hora vaga e num feriado, os seus "skills" como condutor. Nada que lhe afecte a exclusividade oficial, bien entendu.
A quem se referiu à substância do Tratado de Lisboa, gostava de deixar claro que, em nenhuma parte do meu post, ela é qualificada.
Senhor Embaixador a sua diplomacia fez-me dar uma sonora gargalhada.
De facto, "et pour cause", em nenhum ponto do seu post a substância do Tratado é qualificada!
Dra. Helena Sacadura Cabral: nem para o bem, nem para o mal, note-se!
Foi por ter notado, Senhor Embaixador, que falei em diplomacia.
Não se zangue comigo. É que tenho um sentido do humor muito ácido em relação a certas questões. Mal de família!
Enviar um comentário