segunda-feira, fevereiro 09, 2015

O derby

O meu amigo José Ferreira Fernandes escreve, quase todos os dias, na última página do "Diário de Notícias", uma das mais lidas colunas do país. Culta e erudita, divertida e incisiva, a sua crónica faz com que eu leia sempre o jornal como um livro em árabe: da última para a primeira página.

Ferreira Fernandes não se esconde no politicamente correto mas, por vezes, quando um certo viés o achaca, "encarna" a escrita e a sua tecla, até aí subtil e livre, resvala para uma ambiguidade que o desmerece. 

Hoje, o seu espaço é inspirado pelo jogo que ontem teve lugar no estádio do Sporting Club de Portugal e tem por título "O derby que me iluminou o fim de semana". O autor não esclarece como essa iluminação se processou, mas, sabendo-se a luz que o persegue, acho que, paradoxalmente, poderá ter sido à sombra de um lampião.

Tenho grandes cumplicidades com Ferreira Fernandes. Partilhamos muitas afinidades e, por conseguinte, temos várias "desafinidades" em comum. Mas, discordamos, saudavelmente, em matérias essenciais da vida, em temas telúricos, chãos, coisas rente à relva, a qual, por sinal, é e será sempre verde. Por isso, há pouco, ao ler o título do seu (sempre excelente) texto, lamentei que nos não tratássemos por tu. Porquê? Porque me apetecia dizer-lhe: o que tu queres sei eu!   

7 comentários:

Anónimo disse...

E o que o embaixador quer, também eu sei. Vá curtir as mágoas doa 7 pontos de diferença para Ribeira de Pena, Sabrosa, junto ao Douro, junto ao Tua, em Carviçais, no S. Gião, ou onde mais lhe aprouver. Assina: o Talhante de Carnide, que também vende dores de "corno", melhor, de cotovelo (massinhas). Avante, Sporting, avante! Não desistam,ainda podem chegar lá à frente, concelebrando (não é missa) o Bruno de Carvalho com o Inácio, o Virgílio e o Zé Eduardo dos pastéis finos de bacalhau e dos fretes. Mas não caiam no fosso, ou na cova dos leões. O Hospital de Santa Maria está superlotado com as gripes e tardará a dar-lhes assistência, apesar da proximidade. A não ser que desloquem o Dr. Eduardo Barroso do Curry Cabral para lá e recorram à prata da casa, Dr. Daniel Sampaio, para assistência psiquiátrica. Cantemos em uníssono o Parabéns a Você pelos 42 anos do presidente BdC do Sporting, não do BdP (Banco de Portugal). Esqueceram que começaram de uma dissidência em Belas. Pergaminhos, pergaminhos, Carnide, Carnide, Alvalade, de Alvalade, que é mais fino. Do fino, não bebo eu todos os dias, pois me não sobra a verba.

Anónimo disse...

A relva pode ser verde mas está lá derramado o sangue encarnado ( e azul relativo à aristocracia) dos maiores campeões, a começar pelo do Eusébio, que tanta pancada levou.
a) Jaime Graça

Correia da Silva disse...


Leão com asas, só na Praça Gomes Teixeira ( vulgo praça dos leões), no Porto.
Quanto aos futebóis, são todos amestrados ou de peluche !!!!

ferreira fernandes disse...

Caro Francisco Seixas da Costa, temos muita coisa em comum, incluindo esta: a idade. E essa afasta-nos num tema. É que eu estou como aqueles aprendizes de pasteleiro: entraram garotos e o patrão empanturrou-os para perderem a gula por bolos. Não que deixem de gostar deles, gostam, mas já têm pelos bolos um olhar de connoisseur. Acontece que nas nossas infâncias fui empanturrado pelo Senhor Coluna. É, não foi pelo Mário Lino ou pelo Morais... E isso marca a vida. Se fossemos um pouco mais velhos, seria eu a não ter a referência do Senhor Travassos. Enfim, posso ver um derby vulgar e até apreciar mais os jovens sportinguistas que os meus. Mas isso não me ocuparia um fim-de-semana (nem mesmo o William de Carvalho, a caminho de senhorzinho). O meu derby, o que me iluminou o fim-de-semana, foi mesmo o sugerido na crónica: a cara de orgulho do velho Tommy Lawrence. Eu, no futebol, só aceito excelência.
Ferreira Fernandes

Portugalredecouvertes disse...


Também adoro ler a crónicas desse senhor no jornal! Encontro-lhes grande humanidade e humildade

Anónimo disse...

Ontem durante 90 minutos "alugou-se meio campo".

Mais uma vez uma arbitragem "exemplar" evitou a derrota do Carnide nos últimos segundos.

Silva.

Anónimo disse...

Relativamente ao derby apenas uma pequena nota relativa ao record de assistência no campo grande: é sempre assim quando Glorioso visita outras equipas mais pequenas, que participam no campeonato, e que, desta forma, arrecadam um receita que por vezes lhes permite a sobrevivência o resto da época.

David Caldeira

Agostinho Jardim Gonçalves

Recordo-o muitas vezes a sorrir. Conheci-o no final dos anos 80, quando era a alma da Oikos, a organização não-governamental que tinha uma e...