"Para um T3, parece-me caro demais. Não tem outras opções? É que aquela zona vinha-me mesmo a calhar! O miúdo tem a escola perto".
Não era visível a cara da senhora funcionária do hospital que, em bem alta voz, usava, sem quaisquer peias (ou comentário reprovador de colegas), o seu telemóvel, na sala de recobro, onde os doentes acabados de sair de operações "regressam", desejavelmente em sossego, ao reino da consciência. Eu acordei da minha operação com a história do T3, que durou longos minutos. Outro doente, que gemia em permanência, pareceu-me pouco capaz de se entusiasmar com a transação em curso. Os restantes, ou estavam ainda sob o efeito da anestesia ou, silenciosamente, partilhavam, como eu, este interessante diálogo sobre o mercado imobiliário lisboeta. Registo que, acabada que foi a conversa sobre o apartamento, a temática do debate entre as funcionárias passou para hipóteses de troca de tarefas laborais para o resto da semana, ou coisa assim. Sempre em voz bem alta, claro. Seria de propósito, para nos acordar?
Era assim o ambiente de atendimento "profissional", ontem, ao final da tarde, na área de "recobro" de um conhecido hospital de Lisboa. Privado, para que reze a história. Imagino que, no tempo do Mundial de futebol, o recobro se devesse fazer com transmissão direta...
22 comentários:
Estive hospitalizada, no período "áureo" do Herman José que tinha um programa aos Domingos pela hora do jantar, por muito que tocássemos à camapainha....NADA! às vezes ainda se ouvia uma voz muito ao longe:
" que é vem a ser isto? Não tiram o dedo da campainha???? Tá alguém a morrer??????"....
Não era privado!!!
É inaudito...; se fosse 'público', ainda encolheríamos os ombros, tão (mal)habituados que estamos a cenários similares tão pouco edificantes.
Esbateu-se há muito a noção do pudor, o brio pessoal-profissonal, a divisória entre o dever e o poder.
Não há viagem que não me confronte com conversas privadas em tom de magafone, não há circulação pelas ruas sem telemóveis em riste ou conversas entre cidadãos que não me interessam nada. Mesmo que sejam 'interessantes' (e às vezes tenho pena de não ter memória privilegiada, porque algumas davam belas histórias...).
O povo libertou-se do jugo do murmúrio e leva tudo à frente.
Lamentável...
Esse acordar foi maçador e merecia uma voz autoritária a bramir contra semelhante despautério.
Mas a anestesia, não é?...
;)
E as boas maneiras, claro, que à falta nos outros se mantêm em alguns.
São os agredidos a ficar embaraçados e acabrunhados.
Que bons feitios, temos...
Mas as úlceras vão-se formando...
Lamento que tenha "recobrado" em tão sonora e indelicada companhia... mas apraz-me, e muito, que o seu humor tenha acordado intacto da anestesia:)!
Subescrevo tudo o que diz a Margarida e tenho assitido a cenas de que fala a Papoila em hospitais aqui. Felizmente, tive recobros mais calmos!
O importante é que possa "globe-trotar" de novo e o mais rapidamente possivel.
Fico encantada por continuar, mesmo acamado, a regalar-nos diariamente!
Bien à vous!
Desejos de rapido restabelecimento.
Pena que as pessoas nao consigam separar o "publico" e o "privado":(
Papoila, pelo menos você teve a sorte de ter uma campainha que funcionava. Em Paris, ha 15 anos atras numa grande maternidade semi-publica, tive direito de madrugada (apos uma cesariana) a um quarto onde a campainha NAO funcionava.
Caríssimo Embaixador,
Acho que depois de 15 operações, fui bem mais feliz e bem sucedido. Numa delas, acordei a cantar, a plenos pulmões, o "Jesus Cristo Superstar", perante o olhar estupefacto da minha mulher, freiras, médicos e pessoal de enfermagem!
Razão para poder dizer: Isto, não lembra nem ao diabo!...
Numa outra, acordei da anestesia a distribuir bofetadas a quem de mim se aproximava ou me dizia alguma coisa...
Mas, quando da operação ao coração, dizem as "más" línguas que mais parecia um carneiro mal morto de cor esverdeada...
Enfim, isto de anestesias gerais, dá para todos os gostos e desgostos..
Boa convalescença e rápido regresso ao nosso convívio!
Fraterno abraço.
Paulo M. A. Martins
Para quem está, ou esteve, em "recobro" continua com a inspiração afinadíssima... Bom para nós que acompanhamos o blog. Quanto ao conhecido Hospital de Lisboa (disse-me um passarinho familiar qual era), tem talvez a melhor cafetaria do género para quem vai de visita... quase valia uma crónica. Por isso nem tudo é mau. Estimo as rápidas melhoras. MPB
Os hospitais privados em Portugal têm uma longa história de inépcia, na sua maioria. E ainda há quem critique os públicos! Ainda recentemente um irmão meu teve de ser tratado no S.José, aqui em Lisboa e ficou encantado.
Pior ainda são as propostas que por aí circulam a incluir em versão de ante-projectos de “outras coisas” tendo em vista o fim gradual do tal “público”, em prol do privado! Sabendo como se sabe, ou conhecendo-se como se conhece o comportamento das Seguradoras em geral, mas em particular em Portugal, mesmo para casos menores como um simples acidente de viação, é de pasmar tanta audácia e desprezo por quem menos pode. Recorrendo a uma certa “terminologia”, diria que existem mais do “razões atendíveis” para se manter uma componente pública forte no sector da saúde e nesse sentido apetrechando com equipamento e pessoal os hospitais públicos.
Minha cara Margarida, não estarei de acordo, perdoe-me, com essa sua posição relativamente aos hospitais públicos (“se fosse público ainda encolheríamos os ombros”). Dos casos que conheço, ou por mim, ou familiares e amigos, não tenho dessas razões de queixa. Mas, naturalmente haverá sempre excepções à regra.
As melhoras!
P.Rufino
Conheci hospitais privados no Brasil e na Índia e hospitais públicos em França e em Inglaterra : nos primeiros, a qualidade paga-se e bem, nos segundos a qualidade impõe-se naturalmente, sem luxos, mas com o rigor do essencial assegurado. Mas em ambos os casos há qualidade! E respeito pelo doente...
Os hospitais privados portugueses, com irregular e desigual qualidade médica, com pessoal de enfermgem mal pago e a acumular com o serviço público, vivem só das suas vantagens na hotelaria, mas são um risco para a saúde, uma ofensa para os doentes e um roubo para quem lhes paga - e paga bem!
Por mim, em Portugal, prefiro os hospitais públicos : espero horas encurralado como gado, é certo, mas sou bem atendido no fim!
Senhor Embaixador
A expressão "recobro" tem para mim trágicas conotações, visto que mal saí da de um filho, tive dias depois, a do outro.
Por isso, agora quem recobra dos dois sustos seguidos que levei, sou eu!
Mas aquilo a que assisti em ambos os casos assemelha-se bastante à sua descrição!
Rápidas melhoras.
C.Falcão
Não me espanta nada mesmo que, mesmo acamado e no recobro, Francisco Seixas da Costa mantenha o seu bom humor. Aliás, foi ele mesmo que disse um dia que estas coisas do humor são para levar muito a sério. Por isso, não há perna que lho quebre.
Infelizmente, pelo que nos conta, até aos recobros já chegou a ditadura do telemóvel, que a tudo se impõe e sobrepõe.
Por isso mesmo, já me vi obrigado a tomar medidas ao nível do Serviço onde estou, aqui no Brasil.
Na sala de atendimento, com mais ou menos utentes, tornava-se, frequentemente, quase impossível o trabalho dos funcionários. O telemóvel – aqui apelidado de celular – era rei! Desde a negociação de acções, de contratos de arrendamento, até acaloradas conversas com o mecânico da oficina onde se havia deixado o carro para reparar, tudo valia. E em tal sonoridade que todos nós, interessados ou não, tínhamos que ficar a conhecer os mais pequenos detalhes do assunto. E não eram só as ligações recebidas. Muitas eram as originadas. Uma espécie de “passatempo enquanto espero”.
Não consigo perceber onde foi parar o pudor, para não dizer mais nada.
JR
'P.', a hipótese não passou disso porque também não tive razões de queixa desse teor (ou de outro, na verdade), quando tive de me 'hospedar' uns tempos em dois. A um até dirigi esfusiante epístola ao director (eu e as cartas...) que teve a amabilidade de me responder.
Apenas concedemos mais 'facilidades' ao que é público, por mil razões que seria aqui fastidioso elencar.
Quando toca a 'privado' muitos mais euros cantam e espera-se, no mínimo, um upgrade substancial...
Assim uma espécie de spa cinco estrelas...
:)
Mas o factor humano é sempre surpreendente. Como se viu.
Ou então eu vejo muitos filmes...
"regressam", desejavelmente em sossego, ao reino da consciência. Eu acordei da minha operação com a história do T3, que durou longos minutos.
Prova superada...
Estrategia sr. embaixador
E fundamental no pos operatorio auscultar o estadio de consciencia, o sr nao so despertou com todas as sensibilidades presentes como com boa orientacao espaco temporal e ainda com as funcoes de maior cumplexidade a sua massa cefalica critica inalterada denotando a sua pericia de analise do mercado imobiliario.
Tem um bom metabolismo anestesico
Claro que se estivesse num hospital publico para alem da equipa de deslumbramento por embaixadores teria uma Enfermeira a perguntar num sussurro... tem dores? ...
Mas no privado ha que optimizar recursos
Estou em crer que esse hospital privado cumpre os requisitos...
Boa recuperaçäo
Isabel Seixas
Perdoe-me a falta de acentos ., näo os encontro neste teclado.
Já "recobrada" venho desejar-lhe rápido estabelecimento. É que antes deveria tê-lo dito e não disse.
Pois
Por ca
Oiço falar catalao
tento entender, mas suspeito que nao tenho recetores linguisticos deste Espanhol!
Bem a saude nao se compadece de amadorismo...
Entao ai vai uma tentativa de Florence Nightingale reencarnada...
Back to Basic
Aula de cinesiterapia respiratoria
como prevençao dos efeitos secundarios da imobilidade.
Inspirar profundamente como quem cheira uma flor ate a regiao abdominal para perfundir os tecidos , mantendo os labios cerrados filtrando pelos cilios nasais as impurezas do ar e evitando inalar microorganismos indesejaveis.
Expirar lentamente como quem sopra a uma vela, ate colar a regiao umbilical as costas ... chama-se dissociaçao dos tempos ventilatorios faz favor de fazer isto dez vezes de manha e de tarde.
Tonifica o diafragma e os musculos abdomimais.
pois agora precisa de repousar o menisco e o cruzado.
por hoje chega...
Ja me fez gastar 1 euro
O senhor paga em prefacios
Isabel Seixas
se a estadia incluir programa de holismo ou seja o doente no seu todo... otimo para o senhor
senao
E para saber o que perde por nao ter sido operado em chaves, e a vida... continuo sem ver os acentos,
Ó Senhor Embaixador, a Isabel Seixas, qual Nightingale virtual, deixa-nos de rastos com os seus conhecimentos e conselhos.
Eu vou competir com ela. Assim, aconselho-o vivamente a não ver televisão nacional e a ficar-se pelos jornais estrangeiros. Isto e mais dez avelãs por dia vão pô-lo são que nem um pero. Mas atenção, afaste-se de barcos por um tempo...
Bem o programa de ontem pode ser repetido sem causar overdose...
agora vamos a mobilidade
tonificar os musculos do membro nao afetado para sustentar o outro quando encetar a reeducaçao funcional...
contraçoes isometricas ou seja va fletindo o pe flexao plantar e dorsiflexao
Apesar da ilusao das ferias promocionais pensao completa,e do repto de mostrar à familia que nao sou ou estou workhaolic ou pior computerhaolic e blogue duasoutrescoisashaolic...
Ca vai
A FUNCAO especifica da Enfermera é promover a independencia o maisrapidamente possivel...Virginea Henderson
Certifique-se...
Atividade de vida nutriçao
Sopa
Creme leve de cenoura
4 batatas médias
2 cebolas
1 alho frances
4 cenouras
1litro de água
tudo a cozer na panela de pressao passar coma varinha e adiconar um fio deazeite de mirandela,aí podeser alfacinha...
Isabel Seixas
Presumo que tem nutricionista que planeia dieta a gosto...
Aqui emsalou temdireitoasopa knorr e ...e
Continue oprogramadereeducaçaofuncional.
Vinte...
Atividade sono e repouso...
Daria pano para mangas...
Só noite
Como
Se a insónia
Fosse... Só...
Má.
E aquela que nos desperta...
Sem Dor
Naquele sorriso
Megalómano de Amor
Límpido sem sono e temor
Escuro sem fobia de escuro
Silêncio sereno urgência prematuro
Hora Só Nossa, consciência arrumo
Conceção fio de prumo em parcimónia
Escuta O ruído vazio A queda do Pó
Está?!!!...
Isabel Seixas
Don't break the elastic!
In April, Maya Angelou was interviewed by Oprah on her 70+ birthday. Oprah asked her what she thought of growing older.
And, there on television, she said it was 'exciting...'
Regarding body changes, she said there were many, occurring every day......like her breasts. They seem to be in a race to see which will reach her waist, first.
The audience laughed so hard they cried. She is such a simple and honest woman, with so much wisdom in her words!
Maya Angelou said this:
'I've learned that no matter what happens, or how bad it seems today, life does go on, and it will be better tomorrow.'
'I've learned that you can tell a lot about a person by the way he/she handles these three things: a rainy day, lost luggage, and tangled Christmas tree lights.'
'I've learned that regardless of your relationship with your parents, you'll miss them when they're gone from your life.'
'I've learned that making a 'living' is not the same thing as making a life.'
'I've learned that life sometimes gives you a second chance.'
'I've learned that you shouldn't go through life with a catcher's mitt on both hands; you need to be able to throw some things back...'
'I've learned that whenever I decide something with an open heart, I usually make the right decision.'
'I've learned that even when I have pains, I don't have to be one.'
'I've learned that every day you should reach out and touch someone. People love a warm hug, or just a friendly pat on the back....'
'I've learned that I still have a lot to learn..'
'I've learned that people will forget what you said, people will forget what you did, but people will never forget how you made them feel.'
Recobro privado
Só para partilhar
Isabel Seixas
Back to BASIC
É profundamente errado o conceito enraizado de que para artrose e para o sofrimento que lhe está associado, nada há a fazer para além de suportar as dores e assistir á deformação articular.
Aplicação de calor húmido
Forma eficaz de diminuir a dor e a rigidez, ainda que temporariamente. Um banho quente à noite e pela manhã poderá melhorar significativamente a redução do sofrimento e a rigidez articular.
Isabel Seixas
A Sua incursão por poemas profundos é premonitória de Algo tipo a severidade dos desconfortos dos seus joelhos?...
Anda bem?
Abraço
Isabel
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