O curto e incisivo telegrama que ontem referi num "post" fez-me lembrar uma outra historieta similar, também famosa na nossa "casa".
Um dia, a um embaixador, foi pedido por telegrama que efetuasse uma determinada diligência, junto do ministério dos Negócios Estrangeiros local. O assunto era relativamente urgente.
Passaram alguns dias e não houve resposta. Na antiga linguagem tradicional, que poupava artigos e preposições, Lisboa voltou a insistir: "Muito se agradeceria Vexa resposta urgente nosso ...." (indicando o número do telegrama que havia formulado o pedido).
O embaixador mantinha-se, contudo, em silêncio. O posto era distante, os telefonemas eram difíceis, a via telegráfica continuava a ser a única utilizável.
Com paciência, a "Secretaria de Estado" (designação histórica pela qual todos nós tratamos a sede do Ministério dos Negócios Estrangeiros, em Lisboa, em especial na correspondência) lá insistiu, já mais seca: "Aditamento nossos .... e .... Solicita-se resposta urgente Vexa".
Nada. O nosso homem em posto continuava a não dar sinal de si. É nessa conjuntura que o Secretário-Geral, o chefe da carreira, abandonando a prudência de estilo que os hábitos da casa sempre impunham, expediu um curto, incisivo, claro e hoje histórico telegrama, com uma única palavra: "Então?!". A história não acolheu a resposta que o embaixador terá, finalmente, dado.
2 comentários:
Não seriam duas palavras: "Sim ou sopas"?!
"Então?!".
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