quarta-feira, agosto 25, 2010

Craveiro Lopes


O nome, agora conhecido, do próximo candidado presidencial do Partido Comunista Português, Francisco Lopes, leva a recordar que o nosso país já teve um presidente com um nome similar: Francisco Higino Craveiro Lopes.

Craveiro Lopes, um general da Força Aérea, surgiu na ribalta por virtude da morte súbita do presidente Óscar Fragoso Carmona, em 1951.

"Eleito" sob ditadura, em 1928, Carmona havia sido a resultante final dos golpes e contragolpes no seio das forças que fizeram o "28 de Maio", em 1926. O seu mandato, discretamente renovado em 1935 e  1942, viria a ser contestado, em 1949, pelo general oposicionista Norton de Matos, que desistiu antes do sufrágio. Ao que se sabe, as relações de Carmona com Salazar já não seriam as melhores, nos últimos anos de presidência, mas o velho general nunca se sentiu impelido a pôr em causa o aval que os militares, por seu intermédio, sempre deram formalmente ao Estado Novo. É que outro tipo de aval, complementar deste, e provavelmente mais eficaz na prática, era concedido ao ditador por Santos Costa, um hábil manobrador da corporação militar, que Salazar alcandorara à pasta da Defesa. 

A morte de Carmona induziu no regime um tempo político muito interessante, com os monárquicos a vislumbrarem, na conjuntura, uma oportunidade para colocarem, como "rei", Duarte Nuno. Este último era um "herdeiro da coroa", oriundo da linha miguelista, ungido como candidato ao trono pelo facto do último rei efetivo, dom Manuel de Bragança, exilado desde a implantação da República, não ter deixado descendentes. Salazar, ao que parece, não nutria especial apreço pela figura de Duarte Nuno, quanto mais não fosse pelo facto de este falar um português sofrível e por ser muito duvidoso que um "estrangeirado" desconhecido pudesse vir a criar uma relação afetiva com o país, numa "restauração" realista que poderia mesmo abalar alguns equilíbrios internos do regime. Há quem entenda que Salazar, ao levar o partido único, União Nacional, a não acolher a ideia de uma reimplantação da Monarquia, optando por voltar a escolher um novo presidente, terá quebrado definitivamente o laço que, praticamente desde 1926, vinha a manter com setores da linha monárquica, numa hábil ambiguidade que havia permitido o esmagador apoio desta corrente à ditadura. Seja isto verdade ou não, o facto é que, a partir desse momento, alguns monárquicos passaram a contestar publicamente Salazar e a alinhar, com alguma regularidade, com a oposição contra o regime.

Para a "eleição" em que Craveiro Lopes foi escolhido - que decorreu já sob a égide da Guerra Fria, sem que a ditadura, recém-admitida na NATO, sofresse grande pressão internacional para a democratização - o regime considerou inelegível um oposicionista mais radical, o professor Rui Luis Gomes, e criou condições repressivas que forçaram a desistência de um militar moderado, o almirante Quintão Meireles. O general da "situação" acabaria por ser, assim, o candidato único.

Francisco Craveiro Lopes revelou-se, de início, um presidente dócil, mostrando mesmo uma grande reverência face a Salazar. Tinha uma boa presença protocolar e a memória fotográfica portuguesa recorda um tempo recheado de visitas de Estado que protagonizou pelo lado português, desde a rainha Isabel II à rainha Juliana dos Países Baixos, passando pelos presidentes brasileiros Café Filho e Juscelino Kubitschek. As suas deslocações a África ou ao Brasil (35 dias!) ficaram no imaginário de quem, por essa época,  lia a "Flama" ou "O Século Ilustrado". Sinais há, porém, de que, a exemplo da distância criada com Carmona, também Craveiro Lopes, nos últimos anos do seu mandato, pode ter dado a Salazar razões políticas que aconselharam a sua não reeleição. Fala-se, em particular, do progressivo agravamento das relações do presidente com o ministro da Defesa, Santos Costa, com o primeiro a dar crescente expressão política junto de Salazar do desagrado de setores castrenses contra o segundo. Talvez por isso, em 1958, Salazar levou a União Nacional a prescindir de Craveiro Lopes e optou pelo contra-almirante Américo Tomás, que, depois de uma "eleição" contra o general oposicionista Humberto Delgado (ver aqui e aqui), haveria de ficar na chefia formal do Estado até ao 25 de Abril.

Craveiro Lopes terá ficado agastado com o seu afastamento e, após este, viria a tomar duas atitudes públicas com algum significado político. A primeira foi o seu inesperado prefácio ao livro do advogado Manuel José Homem de Melo, "Portugal, o Ultramar e o Futuro", em que subscreveu aquela que foi considerada uma proposta muito heterodoxa de nova política para as possessões africanas. A segunda atitude foi o seu aberto apoio à chamada "abrilada de 1961", a tentativa de golpe de Estado liderada pelo general Botelho Moniz, gorada por ingénuos formalismos dos seus promotores. É histórica, embora de certo modo caricata, a cena de Craveiro Lopes a entrar no Palácio da Cova da Moura, em 13 de Março de 1961, com uma mala na mão, na qual traria a sua farda de Marechal, com que tencionava reassumir as funções de chefe de Estado, após o esperado êxito do "pronunciamento".

Há uns anos, autorizei que fosse filmado no meu antigo gabinete de secretário de Estado - lugar exato onde a reunião final da conspiração de 1961 se realizou - o que julgo ter sido um "remake" desse patético momento. O último em que alguns generais das Forças Armadas portuguesas tiveram oportunidade de dar um novo rumo à política colonial, poupando o país a 13 anos de  tragédia. Não o fizeram e tiveram de ser os capitães a intervir...

11 comentários:

patricio branco disse...

instrutivo comentario, interessante relato sobre uma figura presidencial portuguesa dos anos 50 hoje quase esquecida ou desconhecida.
C V lopes era efectivamente uma boa figura de chefe de estado e creio que mais nada, talvez alguma dignidade interior, mas nada fez para mudar o regime (dificultando a vida a salazar) igual que os outros presidentes do regime. apenas tinha um sentido da dignidade e presença exterior/protocolar que fez com que nao caisse no ridiculo, como acontecia frequentemente com americo tomas.
interessante esta evocaçao de CL do autor deste blogue. Creio que, pequeno pormenor, so lhe faltam as datas de nascimento e morte de FHCL, mas isso ee facil procurar.

Helena Sacadura Cabral disse...

Senhor Embaixador,
Se a minha memória é de elefante, que direi da sua? E não falo de conhecimentos, porque esses, não são comparáveis, claro.
Vivi todo este tempo e conheci todos estes intervenientes. É um prazer ler estes seus post´s de análise política, feitos por alguém de dentro.
E eu que estou a escrever sobre os últimos 50 anos de Portugal deliciei-me com esta sua análise. Mais uma vez muito obrigada!

Anónimo disse...

Com o devido respeito, cenas "caricatas" e "patéticas" fazem parte de todos processos históricos, creio, e sobretudo quando falhados...

Contudo, se a Abrilada de 61 vingasse, com Craveiro Lopes, creio teriamos tido outros desenvolvimentos, eventualmente melhores, ao menos na guerra colonial...

Da minha analise HOJE, o que acho "caricato", é a ingenuidade de os conspiradores terem-se dirigido a ATomas,

e assim por via deste, accionarem o contra-ataque de Salazar e Santos Costa, com os resultados que se pagaram durante mais 13 anos...

Cpmts

Anónimo disse...

O Meireles não era general, mas sim almirante. Havia nessa altura três almirantes na Oposição ao fascismo: o Quintão Meireles, o Mendes Cabeçadas e o Afonso Cerqueira. Quanto ao resto tudo bem.
27 de agosto de 2010 00:00

Francisco Seixas da Costa disse...

Caro Anónimo: obrigado pela lembrança quanto ao "ramo" do Quintão Meireles

Nuno Pinto da França Craveiro Lopes disse...

Caro Embaixador Francisco Seixas da Costa,

Embora um pouco fora de tempo, gostaria de dar a conhecer, à laia de resposta a Patrício Branco, o contributo de Craveiro Lopes para a mudança do regime.
Não é verdade que Francisco Higino Craveiro Lopes, nada tenha feito para mudar a ditadura. Ele, Humberto Delgado e Henrique Galvão, todos eles militares fervorosamente apoiantes do 28 de Maio, foram os únicos que de dentro do regime se revoltaram e tiveram a coragem de se opor à ditadura de Salazar com sacrifício da sua vida. Cada um à sua maneira e com consequências diferentes, deram um contributo incomensurável para o amadurecimento da Consciência Nacional, abrindo caminho para o sucesso da "Revolução dos Cravos".

Homem de Mello, com quem Francisco Higino mais privou escreveu sobre ele:
"Ao ser eleito nada fazia prever que esta Presidência acabasse por ser problemática, um verdadeiro estorvo, para o regime. Os problemas surgiram desde o início.
Entre Craveiro Lopes e o presidente do Conselho as relações foram sempre frias e formais. O feitio das duas personalidades nunca poderia produzir relações amistosas. Poderia, no entanto, ter havido alguma empatia o que nunca se verificou.
Craveiro Lopes com o decorrer dos anos vai-se sentindo cada vez mais humilhado e vexado. Os discursos eram modificados, os projectos recusados ou protelados, as convocações da Presidência ao Governo ignoradas.
Como militar fora habituado a agir. Herói na II Grande Guerra em África onde entrou em combate corpo-a-corpo com o inimigo alemão, condecorado com a Torre e Espada, era uma personalidade que não estava habituada a ser apenas um elemento decorativo, a desempenhar um papel passivo, sem uma actuação directa e visível.
Marcelo Caetano na sua obra "Minhas Memórias de Salazar" ao analisar a personalidade do Presidente refere que este não tinha sido talhado para aquele tipo de funções. "Funções de um moderador, sem iniciativa, sem papel governativo. Um mero símbolo da unidade nacional e de guardião das instituições".
Ao aproximar-se o termo do mandato, a metamorfose operada foi radical: o desabar das ilusões que se foram desvanecendo e sobre ele se abateram viria a abrir os olhos do Presidente.
A oposição, por seu lado, foi-se acercando do Presidente.
Com Craveiro Lopes foi nascendo a esperança de mudança.
Por meio de cartas, pedidos de reuniões, audiências davam-lhe conta do que se passava no País. Veiculavam a questão da censura, da falta de liberdade de reunião, da questão do sufrágio, etc.
Do outro lado, o regime não pretendeu nunca um Presidente que quisesse exercer actividade governativa, ou que quisesse ter um papel activo. A situação foi-se tornando demasiado perigosa. Era necessário dar-lhe uma solução, antes que estivesse fora de controlo. Assim, o regime foi passando, a pouco e pouco, uma imagem negativa da personalidade de Craveiro Lopes, de forma a que pudesse ter justificação a sua substituição, em altura propícia.
Foi dando uma imagem do Presidente de inflexibilidade, de rigidez, de inacessibilidade. Acabou por ser conectado com a oposição ao regime, um homem disposto a substituir Salazar.
O ano de 1958 chegou. As eleições presidenciais também, tal como previsto pela Constituição.
Craveiro Lopes ambicionava um segundo mandato e Humberto Delgado afirmaria mesmo que não concorreria se o Presidente o fizesse. (continua)

Nuno Pinto da França Craveiro Lopes disse...

Salazar, escudando-se na União Nacional, no entanto, escolheu Américo Tomás. Craveiro Lopes é afastado."

O historiador Fernando Rosas descreveu com rigor os acontecimentos após o seu afastamento:
"Ao sair de Belém - desiludido e amargurado -, Craveiro Lopes não só parecia, como era, efectivamente, outro homem. A continuidade da presença de Salazar no vértice político tornara-se-lhe nefasta e inaceitável.
Poder contribuir para a respectiva substituição surgiu, assim, aos olhos de Craveiro Lopes, como um dever político a cumprir friamente e um ajuste de contas pessoal incontornável.
Provavelmente logo em Março de 1959, teve algum contacto com a gorada “revolta da Sé”, pois os oficiais que a promoveram, encabeçados pelo capitão Almeida Santos, estavam perto da sua casa militar e eram amigos de seu filho e ajudante-de-campo, major João Craveiro Lopes.
relativamente à "Abrilada” de Botelho Moniz em 1961, o seu compromisso foi total e aberto.
Haveria a intenção por parte dos conspiradores de colocar Craveiro Lopes na chefia do Estado e Caetano à frente do Governo, apesar deste se ter distanciado sempre do “golpe”. Ao contrário de Caetano que nunca aparece, Craveiro Lopes arrisca tudo. Enverga a farda de gala e vai para a Cova da Moura onde, na tarde do dia 13 de Abril, se reúne o comando do movimento para decidir do arranque militar.
É sabido como a conspiração terminou, pelas 5 horas da tarde, com os comandantes militares, na Cova da Moura, na presença do marechal Craveiro Lopes, já demitidos horas antes pela antecipação de Salazar, depois de um penoso processo de ameaças e hesitações arrastado pelos chefes militares desde os últimos dias de Março. Ou se ia para a desobediência e o afrontamento militar, ou se desistia. Os conjurados desistiram, insensíveis aos apelos de Craveiro Lopes que insistiu até ao último minuto.
Apesar de os conspiradores terem tido as condições ideais para agir, tanto internamente como externamente, pois haveria inclusivamente um apoio disfarçado dos EUA que estavam interessados na mudança de orientação da política Portuguesa nas colónias, não há dúvida que a conspiração falhou pela inépcia, pela hesitação e pela cobardia política dos chefes militares golpistas, nos quais prevaleceu o espírito castrense da disciplina e o temor reverencial pelo poder instituído.
Como o regime não pode tocar no marechal,vingou-se mobilizando o seu filho João Carlos, do posto de ajudante-de-campo do marechal para uma comissão de 3 anos em Angola, S. Salvador do Congo, uma das zonas de guerra mais activa".

A fase final da vida de Craveiro Lopes foi investigada e publicada na Revista Expresso há uns anos, por José Pedro Castanheira e a sua equipa:
"Abortado o golpe, Craveiro Lopes não se remete ao silêncio e à inacção. A Legião, sempre atenta, assinala a sua presença, em Outubro de 1961, numa reunião “com um grupo de oposicionistas em Sanfins, Valpaços”. (Contitua)

Nuno Pinto da França Craveiro Lopes disse...

No ano seguinte escreve o prefácio para um livro de Manuel José Homem de Mello, onde comete o supremo pecado de defender a discussão, livre e sem censura, da política ultramarina. A edição do Livro foi distribuído no primeiro dia e posteriormente apreendido e o seu autor interrogado pela PIDE. O prefácio de Craveiro Lopes critica abertamente a ditadura de Salazar, e foi considerado um autentico sacrilégio pela elite do regime. É um curto texto, em que, numa alusão clara à censura vigente, refere que “a informação e a discussão em em Portugal são de tal forma limitadas que praticamente pode dizer-se que a discussão é nula e que a informação fornecida é unicamente aquela que se ajusta ao pensamento oficial”. Perante este cenário, Craveiro Lopes defendia que “há que escutar todas as correntes de opinião portuguesa, pois só assim será possível encontrar solução verdadeiramente nacional”. Para ele, “deve informar-se com verdade e consentir na livre discussão”. E sem demoras, porque “não há um minuto a perder: pena é terem-se já perdido alguns anos!”.
Este reaparecimento público é registado pela Legião e pela PIDE, que capta o fatal rumor de que “está na forja um valente golpe militar”. A liderança seria de Craveiro Lopes, que contaria com o apoio norte-americano!
Á revelia do regime, em 1961 o marechal viaja até Moçambique e em 1962 até Angola, visitando os teatros de guerra. Em carta enviada a Homem de Mello confirma a sua desilusão relativamente à política ultramarina, a carecer de reforma urgente.
De volta ao país, a Legião detecta o seu retorno à conspiração: “Tem andado activo juntamente com o general Beleza Ferraz à procura de uma oportunidade para desferirem um golpe no regime de Salazar”.
Em Agosto de 1963, dá uma importante entrevista ao “Diário de Lisboa”. A entrevista como o prefácio do livro é uma corrosiva critica ao regime e principalmente à política ultramarina de Salazar. Começa por ser interditada pela censura mas acaba por ser autorizada e publicada na edição de 10 de Agosto de 1963, sob o título “Julgo que deveriam discutir-se livremente certos aspectos fundamentais da política geral, a evolução da vida económica e os problemas ultramarinos”.
Esta entrevista é uma demarcação pública e formal em relação à ditadura. Não admira, pois, o seu impacto internacional - nas chancelarias e na Imprensa. Sintomática é a notícia do “Jornal do Brasil”, que titula na primeira página da edição de 12 de Agosto: “Craveiro pede mais liberdade em Portugal”.
Com Humberto Delgado a sofrer a erosão do longínquo exílio e os militares da “Abrilada” punidos, desarticulados ou mobilizados para a guerra colonial, Craveiro Lopes passa a ser encarado pelo regime como um dos seus principais adversários. Tanto mais que possui a credibilidade de quem foi Presidente durante sete anos e o prestígio de ser o único marechal das Forças Armadas. Aos 69 anos é erigido pelos sectores mais retrógrados e rancorosos do salazarismo como um inimigo. E na mais implacável lógica da ditadura os inimigos são para combater - e, se necessário, abater... Sem olhar a meios para atingir os seus fins, a ditadura decide recorrer à chantagem mais baixa e mesquinha para o silenciar. Menos de um ano depois, fortemente pressionado e incomodado, o marechal é acometido por um ataque cardíaco. Claramente fragilizado, não resiste e morre.

Foi, tal como Humberto Delgado e Henrique Galvão "Homens que nasceram antes do seu tempo... então certamente, o País estava atrasado para os acompanhar."

Melhores cumprimentos

Nuno Craveiro Lopes

Francisco Seixas da Costa disse...

Caro Nuno Craveiro Lopes : Muito obrigado pelos seus comentários, que muito enriqueceram esta memória do marechal Craveiro Lopes.

patricio branco disse...

Li com atenção e interesse o comentário de NC Lopes sobre o (seu parente?)Gen Craveiro Lopes. E tenciono relê-lo.
Trata-se de uma figura histórica do estado novo que deveria ser mais estudada e biografada (desconheço se existe obras sobre ele) como tem sido feito com algumas outras.
Provavelmente existem papeis pessoais ou oficiais, cartas, diários, agendas, apontamentos de audiências ou testemunhos de amigos, colegas e intimos com quem conversava e se abria, que nos poderiam dar mais luz sobre uma figura algo misteriosa mas amável do estado novo. Sem duvida que foi um presidente que exerceu o cargo com sentido protocolar e da dignidade, algo que o seguinte não fez.
Acredito que C V tenha ido despertando ao longo do seu mandato, durante o qual ainda assistiu à campanha de humberto delgado, para a real situação de falta de democracia. E tambem que se tivesse tornado incómodo para salazar, o que explica que não tenha sido reconduzido como candidato em 1959. Isto, ter sido preterido, pode por sua vez ter trazido maior determinação a C V para se vir a opor e incompatibilizar com salazar bem como fortalecer ideias sobre as mudanças que portugal necessitava.
FCL, personalidade digna e uma das poucas faces amáveis do estado novo, devia pois ser estudado e biografado sem demora.

mcnuno disse...

... sem querer destoar o interesse e informação do "Post", e expresso nas respostas, agradecia o vosso interesse e possível apoio. Estou a compilar informação para produzir um trabalho sobre o Comboio Presidencial que circulou entre 1940 e 1970, e necessito de depoimentos e imagens sobre o comboio as viagens de comboio. Fica a disponibilidade para esclarecer um pouco mais estas linhas.
Obrigado.

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