No passado domingo, no 4º Festival das Artes da Fundação Inês de Castro, em Coimbra, falou-se de "As viagens dos Portugueses cinco séculos depois: Ásia, Brasil, África". Por lá estive, com os meus colegas Marcello Mathias e António Monteiro, recordando experiências e refletindo sobre o que aprendemos nas andanças profissionais da nossa vida. Cada um tinha a sua perspetiva, mas todos tínhamos a consciência de ser os herdeiros coletivos das viagens que outros, em nome de Portugal, fizeram no passado, deixando marcas diversas pelo mundo.
O tema das viagens está, no imaginário público, ligado à vida dos diplomatas. O António Monteiro deixou, aliás, uma história, curiosa e verdadeira, ligada aos concursos de entrada para o Ministério dos negócios estrangeiros. Como ele recordou, na "prova de apresentação" - uma conversa informal entre o candidato e os membros do júri, chefiados pelo secretário-geral, que sempre tem lugar -, havia sempre uma recomendação que era feita aos putativos diplomatas: nunca se "descaírem", dizendo que uma das principais razões que motivava a sua candidatura era o gosto pelas viagens. Uma frase dessas, porque indiciadora de uma motivação lúdica, podia arruinar em definitivo a prova.
3 comentários:
O gosto pelas viagens...In FSC
Além da precedente motivação para mudar o mundo através da persuasão(Incluindo o privilégio de o fazer em sitios de si cuidados)...
Talvez devessem, antes, demonstrar apreço pela arte de estar à mesa...
(só por causa dos "almoços de trabalho")
Há uns anos, os felizardos que tinham ingresso na TAP e na Carreira Diplomática eram uns heróis aos olhos de muitos de nós. A figura física e saber bem algumas línguas também ajudava. Mas, o nome de família, muitas vezes, ainda contava mais!
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