domingo, novembro 13, 2011

Verde Eusébio

"Não gosto do Sporting. No meu bairro, era o clube da elite, da polícia e dos racistas". "Eu nem do Sporting de lá gosto, quanto mais do de cá", diz Eusébio no 'Expresso' ".

Pois é, Eusébio! Mas nós, quer você queira quer não (e já se percebeu que quer...), gostamos de si, mesmo sendo do Benfica. Aqui deixo uma foto de quando você era de um Sporting...

Vemo-nos na Tia Matilde!

39 comentários:

Anónimo disse...

Eusébio:
O que seria do mundo sem os pobres de espírito.
Continuo a admirar-te.
L

Anónimo disse...

É incrível (ou não?) a falta de memória (ou desonestidade intelectual) deste jovem sexagenário, que conheci na já longínqua década de 1960, em Queluz, no quartel da RAAF, onde era um jovem soldado humilde e bem educado.

E como o diminuem estas declarações!

"Pilrriteiro que dás pilritos..."

João Figueiredo

Anónimo disse...

Querem saber? Se calhar não querem, mas eu digo:

Fui treinador do jovem soldado durante 45 minutos. Em 1964. Palavra de honra. Explico.

Eu era aspirante a oficial miliciano em Infantaria 1, na Amadora, onde depois estiveram os comandos. A nossa equipa que englobava o RI 1 e o RAAF participava no campeonato da Região Militar de Lisboa.

O capitão Maggiolo Gouveia - que viria a ser morto na ilha de Aileu, em Timor, alegadamente executado pela Fretilin - era o treinador do time. Num sábado, teve de ir à terra natal e, sabendo que eu gostava (e gosto) muito de futebol, nomeou-me seu substituto. E, assim, quase fiquei para a História do Futebol Português...

Isto porque o soldado Eusébio da Silva Ferreira jogou o primeiro tempo contra O BC 5. Mas, ao intervalo, chegou o coronel Manuel dos Santos Carreira, dirigente dos encarnados, e levou a estrela para o estágio do Benfica.

Assim, foram só 45 minutos de glória os que vivi. Estive até para mandar fazer cartões de visita:
Henrique Antunes Ferreira
Ex-treinador do Eusébio

Mas, antes do jogo começar, na «cabina» a céu aberto disse-lhe que era uma pena que ele tivesse sido "raptado" pelo Benfica, quando vinha de Lourenço Marques - para o Sporting.

Nessa altura, sorriu, mas não emitiu qualquer opinião como estas declaradas ao "Expresso". Era, como diz o João Figueiredo, um moço tímido, simples e simpático. E, mal ou bem eu era o nosso aspirante...

Por isso, a minha estranheza ao ler a entrevista. Mudam-se os homens - ou mudam-se as vontad,... digo, as declarações?

Isabel Seixas disse...

Luva branca.

Helena Sacadura Cabral disse...

Senhor Embaixador, Eusébio é um ícone do futebol português e de Portugal.
Esqueceu-se das razões pelas quais veio para Portugal. Mas na idade dele isso acontece. Começa-se, infelizmente, a re-escrever a própria história.
Fez muito bem em lhe enviar um abraço. Verde ou amarelo. Associo-me!

Julia Macias-Valet disse...

O nosso escriba tem às vezes estas quedas p'ras artes plasticas...mas no que me toca prefiro os seus dons de escrita ; )
Admiro os esforços e o exercicios cromaticos que tenta sempre à volta do "green" e de imagens de leoes...claro que todos os artistas têm as suas quedas... mas nammm, abdique ! : )

Pensava que verde na Adega...so o caldo ! : )))

Santiago Macias disse...

O melhor é levar, de facto, estas coisas "na desportiva". Estas coisas valem o que valem. Pela minha parte, sendo benfiquista, dediquei-lhe o "Camino verde".

Anónimo disse...

Caro Eusébio
Parece-me que nao gosta porque estao verdes...
Mesmo assim aqui tem um forte abraco deste sportinguista.
Francisco F. Teixeira

Antonio disse...

Boa noite,
Peço desculpa por ser uma “voz dissonante”!
Em Portugal existem clubes e ressalvando algumas excepções, são naturalmente rivais!
Sendo assim e dado que vivemos num país onde a liberdade de escolha e opinião ainda está institucionalizada devemos reconhecer ao Eusébio o direito de a utilizar!
Falou como benfiquista e não gosta do Sporting! Qual é o escândalo?
Quantos sportinguistas não gostam do Benfica?
Que todos os males do mundo fossem estes!
Mas gostaria também de chamar respeitosamente a atenção que existe em Portugal um outro “Clube” que se chama Selecção Nacional, e desse o Eusébio não disse que não gostava!
Sou um seguidor do seu blogue que muito aprecio!
Os meus respeitosos cumprimentos

patricio branco disse...

estamos em tempos de declarações que não percebemos bem, desde otelo a eusébio passando por outros. Terão eles as suas pessoalíssimas razões?
Aliás, já não percebemos nada de nada
Ps. talvez se tivesse sido treinado pelo HAF os outros 45 minutos, não tivesse proferido agora as declarações. Foi pena tão curto treino, foi.

Anónimo disse...

Eusébio e Amália são Portugal, como Pelé e Buarque são Brasil. Não interessa nada o clube ou casa de espetácos em que atuaram. Eusébio diminui-se ao dizer o que disse. Não havia necessidade...
brrr

Anónimo disse...

Toda a vida o meu pai disse: "O Eusébio fala bem é com os pés."

Eu cá, fosse nas idas à Tia Matilda (para onde acorríamos mal era detetada a camioneta encarnada) ou nos bitoques no Fonte Nova onde ele via os jogos com ar de poucos amigos, sempre me mantive à distância...

Doa a quem doer, o Eusébio é, primeiro do que tudo, um símbolo do Benfica. E se o país lhe dá importância, isso tem, desde logo, a ver com o facto de a maior parte do país ser do... Benfica.

A mim também me chateia mas... vamos fazer o quê?

Julia Macias-Valet disse...

Ontem o meu comentario nao apareceu : ( ...colocou algum filtro a Benfiquistas ? : )))
Mas como sou de idéias fixas tento outra vez ; )

O nosso escriba tem às vezes esta queda p'ras artes plasticas mas eu prefiro os seus dons de escrita : )
Ja nao é a primeira vez que FSC nos brinda com exercícios cromaticos em torno do "green" e de leoes...nao tenho nada contra, afinal todos os artistas têm as sua áreas de predilecção : )
Mas prefiro a missiva humorada que envia ao Nosso Pantera Negra...mesmo se la no fundo ficou um bocadinho VERDE DE RAIVA !!!

PS : Pensava que na Adega...verde so entrava o caldo ! : )

Anónimo disse...

Não gosto de futebol e, naturalmente, dele nada percebo,mas opino contra a corrente: as declarações não o diminuem nada – é uma típica declaração de um adepto de um clube que, por isso, não acrescentam nem diminuem, valem o que valem sendo que Eusébio vale muito, mesmo como pessoa pública, que é a única que conheço.
João Vieira

Anónimo disse...

Sr. Embaixador, eu também não gosto do Sporting. Na minha cidade era o clube da legião portuguesa, da policia de choque, do capitão Maltez e de toda essa cambada de bandidos.

Cumprimentos ao Eusébio, pelas suas politicamente incorrectas palavras.

JCM

Anónimo disse...

'casa de espetáculos'.
brrr

Julia Macias-Valet disse...

Desisto : (
Ja enviei dois comentarios e nenhum passa...havera algum filtro contra os benfiquistas ?

Anónimo disse...

O que eu nao gosto é deste comentário de outros parecidos, que gostam dos negros (ou brancos) humildes e bem educados (leio: sem direito à palavra):


"É incrível (ou não?) a falta de memória (ou desonestidade intelectual) deste jovem sexagenário, que conheci na já longínqua década de 1960, em Queluz, no quartel da RAAF, onde era um jovem soldado humilde e bem educado."

Senhor embaixador, se isto não é racismo ou coisa parecida.... Please!

Anónimo disse...

A profusão e proliferação dos «anónimos» neste blogue e em muitos outros - no meu, não entram, seja decisão ditatorial minha, ou não seja - deixa-me espantado, ou melhor ainda espantado.

Já devia ter idade para... ter juízo e ter algumas dúvidas quanto ao Pai Natal. Mas, que os meninos não vêm de Paris no bico de uma cegonha, penso que já não acredito...

Nós, os tugas, somos muito bem apanhados: atiramos a pedra, mas convenientemente escondidos sob o mato do «anonimato» que, de modo algum, é diáfano nem fantasioso.

É-nos difícil dar a cara. E, muitas vezes também é muito conveniente que não a demos. Os pseudónimos também o são e muito. Por vezes, até me convenço que o medo se voltou a instalar por este rincão natal. E quiçá a denúncia, e os bufos. Mas, se calhar, é ainda a minha ingenuidade... Se não for... temos o caldo (mesmo o verde) entornado...

Oxalá não.

Anónimo disse...

Júlia,

Se o que aconteceu a fez aparecer aqui três vezes, então, nunca poderia ser censura mas sim uma... bênção.

Quanto a essa coisa de ser benfiquista... todos temos algo em nós que não correu bem. Não se preocupe.

Anónimo disse...

Para o Anónimo das 15.54:

A minha mulher, que apesar da passagem dos anos continua a ser a mesma bela morena goesa de quem me enamorei há quase 50 anos, fartou-se de rir quando leu o disparate que o senhor escreveu.

Eu, que não tenho tão bom feitio, digo-lhe: Racista é a tua tia, pá!

João Figueiredo

Francisco Seixas da Costa disse...

Há um certo anonimato, a coberto do qual emerge a "coragem" de muita cobardia, que, às vezes, eu "gosto" de deixar passar neste blogue, na certeza de que quem assim o "aprecia" fica a conhecer melhor o país que (também) somos. Por isso, caro Henrique, explique-lhes que o bilhar grande é um belo espaço para passear em torno.

Anónimo disse...

Tia Matilde e Sete Mares, dois gostosos lugares para privar com "Deusébia".

O que lhe mandaram dizer minimisa-o, e é pena.

Agentes de desestabilização antes do DERBY.

Respeitosos cumprimentos e saudações leoninas.

Anónimo disse...

Caríssimo Francisco

EU, ainda que sozinho apoio por unanimidade as palavras do meu Amigo.

E também as do «anónimo» João Figueiredo. Destes «anónimos» com nome, gosto. Ressalvo: se é que é verdadeiro...

Anónimo disse...

O Eusébio é da Mafalala!

Ele foi arrancado de Moçambique! Se não soubesse dar aqueles chutos na bola, tinha ficado lá !

O Jesus também é do Sporting e ninguém vê nisso um problema!

O Sporting de Lourenço Marques não tinha nada a ver com o Sporting de Portugal, a não ser a cor da camisola como a NAVal e o campomaiorense ! O que o Eusébio disse é a pura da verdade! Os jogadores vêm o clube pela imagem dos seus dirigentes na altura e o Sporting sempre cultivou a mania de ser ser elitista, exceptuando a fase do Sousa Cintra e do bigodes angolano , do qual não me lembro do nome !

Vê-se por exemplo que o Sporting foi a Angola por dinheiro e que o seu presidente anda a tentar captar Sonandolares , no entanto , estão a actuar fora do seu ADN.
Os ultimos presidentes do Sporting são tudo pessoas com interesses em Moçambique: Roquettte , dias da Cunha e agora o actual !

Em Luanda, onde estive há cerca de 1 ano, o que funciona é o Benfica ( mantorras) e o Porto ( djalma ) . O resto é tretas !
O Pinto da Costa é que não gosta dos calores de Africa, mas o Porto é sem sombra de duvida a equipa com maior adeptos e projecção em em Angola !

Voltando ao Eusébio, não critiquem o homem , porque ele faz pela vinda!
Mas acho uma burrice o Benfica e o Sporting não terem nenhum africano na equipa! Embora a a selecção de Moçambique seja um pouco fraca , Angola , ao invés , tem bons jogadores e o Porto tem um e muito bom . O Benfica , cujo presidente anda envolvido em negócios com capital angolano, quer transformar o Mantorras noutro Eusébio, mas não lhe ficava mal meter um jogador na Equipa! O M United tem Manucho que recambiou para a Turquia !



A lusofonia está na moda no seio da diplomacia de interesses e a Bola é um veiculo muito importante que é desaproveitado pela falta de visão dos nossos dirigentes/empresários!!!! Eles não querem dar protagonismo a jovens desses paises e investir! ainda estão a pensar que aquilo é só sacar, como no tempo colonial e depois ficam surpreendidos!

As Marcas Benfica Porto e Sporting valem milhões em Angola. Aquilo que o Sporting fez foi uma falta de respeito , levar uma equipa com juniores de 17 anos e levar 4 batatas! Não se faz ! O angolano não aprecia este tipo de coisas!

Para vocês virem o poder de angola no futebol português, basta ver a publicidade nos estádios portugueses, cheios de marcas angolanas : BIC ( banco) e Blue( refrigerente)

Mesmo com estas realidades a entra-nos casa a dentro, somos incapazes de pensar de acordo com a circunstância . Estamos sempre a pensar com as memórias do passsado esqueçendo o presente e sobretudo borrifando-se ( ou medo!! ) com o futuro .

Há gente que ainda sonha com as carvelas do Vasco da Gama !

OGam

Anónimo disse...

É indiscutível que o Eusébio é um símbolo nacional, mas também é indiscutível que o dom fugiu-lhe todo para os pés e não ficou pouco para as palavras.

E para o "Anónimo" que se irritou com os ditos comentários racistas, passo a transcrever um excerto das "Crónicas de uma muçulmana" de Faranaz Keshavjee (in Expresso):

"Durante o regime de apartheid na África do Sul, uma professora que queria fazer valer a sua ideia de igualdade, entrou no autocarro que levava meninos a uma visita de estudo e disse: "A partir de hoje, não há mais discriminação entre entre pretos e brancos! Aqui somos todos azuis! Agora, os meninos azul claro ficam de um lado do autocarro, e os azuis escuros do outro"."

Já agora, o texto intitulado "Somos todos azuis" é sobre a situação financeira de Portugal na União Europeia e interessante:

http://aeiou.expresso.pt/somos-todos-azuis=f685999

Isabel BP

Julia Macias-Valet disse...

Carissimo Verde ? Catinga,

Como um mal nunca vem so...para além de benfiquista (e ex-atleta do Glorioso SLB), também sou alentejana e half-espanhola...decididamente e na optica de alguns as fadas nao se inclinaram no meu berço ; )))

Saudações blogueiras : )

Anónimo disse...

Antes demais, permita-me Sr. Embaixador, lembrar que ninguém na web é anónimo. Todos têm um endereço IP, de fácil identificação.
Relembrado que está, voltemos ao 'post'.
É, ou não, verdade o que Eusébio, afirmou na entrevista? Que no bairro dele "era o clube da elite, da polícia e dos racistas"?
Quem sabe se aqueles leitores, do seu excelente blogue, que não foram dar um passeio ao belo espaço do bilhar grande, possam contestar, de facto, a afirmação daquele que "fala bem é com os pés", ao invés de darem o 'showzinho' próprio dos patrulheiros do politicamente correcto.

Dylan disse...

vá lá, isto não era para levar tanto a peito. Por outro lado, é estranho as palavras do Grande Eusébio terem gerado tanto ressentimento. Será por terem algum fundamento de verdade?...

Anónimo disse...

Caríssimo Francisco

Peço-lhe desculpa de nova intromissão; isto porque gostaria de perguntar ao «anónimo» das 12:51 o que é isso do endereço IP. Como sou velho e burro, não me é fácil aprender línguas.

Se quisesse ter a bondade de mo explicar - para eu ir ver quem é, só para isso, nada mais, juro que não o direi a ninguém - ficaria-lhe muito agradecido. Palavra que não gosto de falar para atendedores automáticos, afins & correlativos. Feitios...

A não ser assim - e dada a minha iliteracia congénito/blogueira - vou continuar a não conseguir chagar, perdão, chegar a nada nem a ninguém quando clico no «anónimo». Niente, nul, rien du tout, nothing, nic, mitte midagi, ei mitään, τίποτα, nimic, कुछ नहीं,ничего,沒有,ไม่มีอะไร(*) - ou seja zero...
________
(*) Viva o Tradutor Google, viva!

Fernando B. disse...

É isto meu caro,
O Otelo,
O Eusébio,
e...
os economistas...

"perante tantos génios, uma pessoa até sente saudades dos idiotas" (Woody Allen)

Francisco Seixas da Costa disse...

Meu caro Henrique: sei tanto de endereços IP como você. Aparentemente, através de uma pesquisa (que não sei fazer, nem me interessa, porque não tenho vocação policiesca), pelos tais IP chega-se à origem dos comentários. Os anónimos que pedem que recorramos aos seus IP, estádio supremo da transparência, poupar-nos-iam o trabalho dessas verificações se, "com toda a tranquilidade" (para citar um clássico a quem a noite correu de feição), tivessem a clareza de deixar, no fim dos comentários, o seu nome completo, com "todos os efes e erres". Mas é o deixas!... Será por acaso? É que nós, os que blogamos, assumimos a nossas responsabilidades plenas, sem equívocos, colocando o nome por baixo do que escrevemos.

Anónimo disse...

A internet não serve só para ocupar o tempo com polémicas e questiúnculas de lana caprina. É, acima de tudo, a maior enciclopédia do mundo, aqui... mesmo na pontinha dos nossos dedos.

Anónimo disse...

A velha senhora intervém na questão do anonimato com 'sonetilho' em que não diz, afinal, por que mantém o seu: médica na reforma, a sua atividade 'rimalhética', a ser conhecida de colegas e doentes, iria prejudicá-la no exercício de medicina que ainda mantém. De resto, anónimo que sou por várias razões, concordo com a possibilidade de anonimato nesta espécie de literatura ligeira que são, em geral, os blogues.

pois terá sexa razão
na opinião que sustém.
mas é o nome que a alguém
razão dá á opinião?

só rimalhadora sem
alimentar a ilusão
de ter eu razão ou não,
não é o nome que vem

juntar qualquer mais-valia
a quanto quero dizer.
curo, médica, e curei

quem meu nome não sabia.
quero, mulher, quem me quer,
de nomes nunca cuidei.

JM Correia Pinto disse...

Meu Caro
Só agora vi este post. Eusébio, via João Malheiro, não está a reescrever a história. Está a contar um pouco da vida de um menino de Mafalala nos anos cinquenta e sessenta. De um menino que só ia à cidade do cimento como mainato. Muito gostava de saber por aqui um vídeo do Zeca ---"Lá no Xepangara..." para que os mais novos fiquem com uma ideia do que era ser preto em África naqueles tempos.
Eusébio - alguns comentadores parece que não sabem.... - era de Moçambique. Uma terra com muito racismo, um racismo que somente a chegada em massa das Forças Armadas em meados da década de sessenta atenuou um pouco nalgumas das suas manifestações mais humilhantes.
E o Sporting que tem a ver com isto? Bem, o Sporting era (e ainda quer ser...)um clube aristocrático no sentido não etimológico do termo. Os seus "melhores", os que estavam ao leme, eram da Legião, da União Nacional, do Exército (do que havia mmais reaccionário no Exército).
Se for "provocado" ponho nomes...
Abraço

Francisco Seixas da Costa disse...

Caro JM Correia Pinto: o azar de um sportinguista é que, podendo aguentar sem dificuldade com a "revelação" de tais nomes (Góis Mota, Cazal Ribeiro e tantos outros), tem uma educação e um pudor social que o inibem de elencar algumas outras figuras, essas coradas à luz dos lampiões, cujo perfil público não é qualificável em espaços informáticos que pretendem obedecer às regras da decência.

JM Correia Pinto disse...

Meu Caro Embaixador:
Estou curioso pela revelação desses nomes cuja decência não deixa enumerar. Será o Vale e Azevedo? Sim, claro, prejudicou o Benfica, dizem. Ou dito de outro modo: aquilo que fazia para beneficiar o Benfica era também ilicitamente aproveitado pelo "benfeitor".
Mas é tão somente um delinquente de direito comum. Faço-me entender? Espero ter contribuído para a decifração do enigma.

jpt disse...

Antes de tudo, e porque neste postal penso que isso é relevante, sou sportinguista. Enceno um bocadinho a paixão, apenas a tornar mais risonha, pois ela está cá desde miudo. Depois vivo em Maputo há quinze anos. E até tive o prazer de conhecer o senhor Eusébio (o "King", como aqui o chamam) [tal como Hilário, seu irmão, que agora os jornalistas tentaram colocar em contraposição - os homens são praticamente irmãos, diga-se]. Achei muita piada a este seu postal, e até tomei a liberdade de reproduzir a imagem que aqui coloca (e irei reproduzi-la de novo no nosso blog). Reproduzi-a, de sorriso nos lábios, como sportinguista, de pirraça contra o que Eusébio disse, como sportinguista.

jpt disse...

Agora a outra versão. Quem conhece a história do futebol moçambicano e, em particular, de Lourenço Marques sabe que Eusébio não está a inventar. Não posso jurar as datas, pois não tenho os papéis imediatamente disponíveis, mas até cerca de finais dos anos 40 o futebol laurentino comportava uma I divisão (grosso modo os clubes da baixa) e outros clubes dos bairros. Nos primeiros não jogavam nao-brancos, primeiro, e depois (acho que já desde finais de 20) paulatinamente os indianos e mulatos. Só em finais de 40 (para além do pós-guerra pelo menos) é que os negros começaram a jogar nos clube de primeira (os tais da baixa) e penso que o primeiro foi o Ferroviário (talvez pelas suas dimensões operárias) [ainda que não possa afiançar essa primazia]. Ora houve então um paulatino processo de "africanização" dos grande clubes moçambicanos (que ainda por cima comportava, de início, distinções entre os jogadores de diferentes origens - como alguns narram no recente "Finta-Finta", livro com biografias de jogadores moçambicanos, de Lage a Abel Xavier, da jornalista italiana Paola Rolletta - e as quais foram, também, esbatendo-se ao longo dos 50s e 60s).

Nesse processo o Sporting de LM foi exactamente o último a abrir as portas a jogadores negros, já nos inícios de 50s. E era, realmente, o clube da polícia, com o que isso implicaria na imagem junto do povo (em LM como noutro sítio qualquer, sabemos bem como protestamos com a polícia até dela precisarmos). Tinha como tal uma imagem de clube racista, e prática também. A qual se esbatendo nos 50s e depois 60s, onde assumia os mesmos padrões de comportamento que os outros clubes grandes - e não é aqui o local para discutir esses padrões (ainda que esteja subjacente a visão idílica em muitos dos comentários mais exaltados).

Desculpar-me-á ter acampado de modo tão extenso no seu blog mas, francamente, e sportinguismo à parte, incomoda-me este acinte contra Eusébio (aqui e em tantos outros locais, até em correntes de emails). Que foi um grande jogador. Que é uma jóia de um homem. E que nem sequer está a faltar à verdade, apenas ecoa a percepção dele (e de tantos outros da sua geração) sobre o que era o Sporting de LM do seu então.

Os meus cumprimentos, e dobro o pedido de desculpas por tamanha verborreia neste seu blog.

25 de novembro