Daqui a dias, muitas centenas de candidatos vão iniciar essa longa maratona que é o concurso de acesso à carreira diplomática. É "apenas", e a uma larga distância, o mais exigente e difícil concurso de toda a Administração Pública portuguesa. Serão apenas trinta os que, no fim do exercício, virão a ser admitidos. A esses, espera-os uma carreira muito exigente, cheia de "patamares" (adido de embaixada, secretário de embaixada, conselheiro de embaixada, ministro plenipotenciário, embaixador), com um percurso por várias geografias, por esse mundo fora, em consulados ou embaixadas, passando alguns por organismos multilaterais. Uma vida que lhes vai mudar a vida e, podem crer, também o modo de olharem para o papel do país no mundo.
Iniciado há algumas semanas, organizámos na Universidade Autónoma de Lisboa um curso de preparação para candidatos a este exame, que contou com um número apreciável de alunos. Tive o gosto, uma vez mais, a convite da Autónoma, de coordenar o intenso programa de aulas, durante as quais passámos em revista todos os temas que podem vir a ser abordados nas provas. Da economia internacional à história diplomática e à política externa portuguesa, do direito internacional às questões europeias, passando pelas temáticas políticas da atualidade mundial, procurámos habilitar os alunos a ultrapassarem os obstáculos daquele concurso. Esse trabalho terminou hoje. Foi um belo exercício, na minha perspetiva. Só posso desejar toda a sorte do mundo a quem nele participou.