Há já muitos anos, um amigo, já desaparecido,
revelou-me que fazia coleção daqueles pequenos letreiros que, nos hotéis, se
penduram na porta dos quartos, pedindo, de um lado, para "não
incomodar" e, do outro, para o quarto ser arrumado. Esse amigo pretendia
que eu colaborasse nessa sua peculiar "recolha", no curso das minhas
andanças diplomáticas.
Embora com alguma relutância, devo confessar, fiz-lhe a vontade e, durante alguns anos, fui "pilhando" esses penduricalhos dos quartos dos diferentes hotéis por onde passava. Devo ter-lhe "fornecido" algumas dezenas de exemplares, de todo o género, cores e tamanhos. Hoje pergunto-me o que será feito dessa sua imensa coleção, agora que a ele já ninguém pode, em definitivo, incomodar ou arrumar o quarto.
Lembrei-me disso há pouco, no quarto do hotel de Yerevan onde estou hospedado, onde a imagem de marca da "inesquecível" Intourist de outros tempos ainda não desapareceu por completo, ao ver um desses letreiros. Tive então pena de não sentir nenhuma tentação para o trazer comigo, o que significaria que o meu amigo colecionador ainda estava entre nós.
No momento, veio-me também à memória uma madrugada em que, envergonhado, senti ser meu dever repor na devida posição alguns desses penduricalhos, num corredor de um hotel algures no mundo, depois de uma destacada personalidade portuguesa, tocada por alguns efeitos etílicos, se ter entretido a invertê-las, criando um potencial incómodo para alguns hóspedes. É também para isto que servem os diplomatas...
Embora com alguma relutância, devo confessar, fiz-lhe a vontade e, durante alguns anos, fui "pilhando" esses penduricalhos dos quartos dos diferentes hotéis por onde passava. Devo ter-lhe "fornecido" algumas dezenas de exemplares, de todo o género, cores e tamanhos. Hoje pergunto-me o que será feito dessa sua imensa coleção, agora que a ele já ninguém pode, em definitivo, incomodar ou arrumar o quarto.
Lembrei-me disso há pouco, no quarto do hotel de Yerevan onde estou hospedado, onde a imagem de marca da "inesquecível" Intourist de outros tempos ainda não desapareceu por completo, ao ver um desses letreiros. Tive então pena de não sentir nenhuma tentação para o trazer comigo, o que significaria que o meu amigo colecionador ainda estava entre nós.
No momento, veio-me também à memória uma madrugada em que, envergonhado, senti ser meu dever repor na devida posição alguns desses penduricalhos, num corredor de um hotel algures no mundo, depois de uma destacada personalidade portuguesa, tocada por alguns efeitos etílicos, se ter entretido a invertê-las, criando um potencial incómodo para alguns hóspedes. É também para isto que servem os diplomatas...