Admiro as pessoas que olham com orgulho para a sua profissão, que lhe trabalham as origens e a sua história, que aprofundam as dimensões culturais da actividade que exercem, um pouco nos moldes seguidos pelas antigas corporações medievais.
Há hoje em Portugal um blogue sobre essa tradicional actividade que é a barbearia, expressão que a modernidade acabou para fazer evoluir para cabeleireiro de homens - talvez porque "fazer a barba" em estabelecimentos públicos deixou já de ser muito comum. Quem alimenta esse interessante espaço informático é Joaquim Pinto, um homem que tem um carinho muito especial pela sua tão antiga profissão e que, por essa razão, se dedica a recolher as memórias que dela, ao longo dos anos, foi colectando.
Deixo aqui o link para esse curioso blogue, feito por alguém de quem sou cliente há mais de três décadas, mas que há muito deixou essa qualidade para se tornar num estimado amigo pessoal.
Deixo aqui o link para esse curioso blogue, feito por alguém de quem sou cliente há mais de três décadas, mas que há muito deixou essa qualidade para se tornar num estimado amigo pessoal.
7 comentários:
Concordo plenamente. Também tenho o meu barbeiro há já anos (o que só revela que quer eu, quer FSC temos cabelo, pelo menos que justifique cortá-lo, ou apará-lo, de quando em vez!). Um senhor que já ultrapassou a fasquia dos 80 (sim, incrível!), simpático, sereno, delicado, educado e que me leva apenas...7,5 Euros (depois dou um “pózinho” a mais para compensar a “inflação). E que procura falar connosco em função dos nossos interesses. Conhece-nos, a todos, muito bem. E, comigo, nunca fala de futebol. Sabe o quão pouco, ou mesmo nada aprecio essa “actividade”. E gosta da sua profissão. Como eu gosto da minha. A diferença porém, entre nós, está em que eu quero um dia deixá-la e gozar uma descansada reforma e ele prefere continuar no seu posto até que “alguém o reforme à força”, como costuma dizer. Um tipo especial. De quem, igualmente, gosto muito. E respeito. E ali, naquele corte de cabelo, penso em tudo, menos nas preocupações, privadas, pessoais e profissionais. Outro dos “benefícios” de ir cortar o cabelo à velhinha barbearia Sr. Gonçalves.
Albano
PS: esta imagem do Post está excelente! Com damas e cavalheiros, elegantes, a aguardar a sua vez. Notável requinte!
O pedestral em que por momentos se tornava a cadeira do barbeiro !
Como qualquer pessoa que uma vez ou outra abre as gavetas do passado, e o que encontra são pedaços, mas pedaços vivos, cheios de sabores e de cheiros, o seu post, recorda-me o meu barbeiro "daquele tempo académico", e os momentos de regozijo.
Não só cortava o cabelo e engraichava os sapatos, mas também, tinha conhecimento das ultimas das Académica, do rugby, etc
Relembro que o corte de cabelo terminava numa apoteose de pó de talco, derramado em quantidades generosas sobre o meu pescoço, e num enorme pincel com que o Alcino barbeiro me limpava os olhos e orelhas em movimentos frenéticos.
Hoje, por outras bandas, os momentos passados no barbeiro, são bons momentos... zen!
Carlos Falcão
Muito interessante. Obrigado.
O Senhor Embaixador não consegue convencer o seu amigo barbeiro a dar ao blog um nome com mais graça, como "Pêlo sim, pêlo não..."?
FL
A vida tem destas coisas. O Senhor Pinto trata das cabeças da esquerda e da direita, independentemente das respectivas... densidades capilares!É uma prova da sua diplomacia! Eu que o diga!
Ainda estou a rir com a ideia genial de "Pêlo sim, pêlo não" :):) Parabéns FL ! Obrigada por este comentario em perfeito acordo neste blog.
Grata também a FSC pelos temas escolhidos e pelas fotografias magnificas!!
Quero apenas associar-me a esta merecida homenagem ao Sr. Pinto e à sua imensa dedicação ao ofício que há tanto prestigia.
É um exemplo de excelência como profissional e de simpatia e humildade como homem.
Também eu tenho orgulho em ver em Joaquim Pinto um amigo.
Gabriel B.
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