Terminou, finalmente, o longo folhetim sobre a renovação do mandato do presidente da Comissão Europeia.
Sucessor de Romano Prodi e Jacques Santer, Durão Barroso sucede agora a si próprio, por mais cinco anos. Uma boa notícia para o próprio e, sem a menor dúvida, para o país.
18 comentários:
Através desta imagem e destas poucas linhas, o que aqui fica "dito" é imenso e fruto de muita sabedoria. Parabéns Embaixador.
IM
A Democracia tem momentos em que se confunde com a Justiça. Honra ao mérito!........
"Com vontade de poder não ser anónimo"
Pois.
Bela alegoria
O teu post tem a brevidade de um poema japonês
e o rigor de um alexandrino.
Para o próprio, claro. Para o país vamos a ver...
Senhor Embaixador, o seu texto é um primor! Se não fosse, já, uma sua admiradora, depois deste poema, ter-me-ia para sempre entre os seus fãs!
Post politicamente correctíssimo:)!
Espero que Durão Barroso, além de politicamente europeu liberal que ja mostrou ser, venha a ser tambem, no mínimo, politicamente menos mau para a imagem do País e da Europa...
PS: Adorava saber quem é o fotografo...
Senhor Embaixador, ou as férias estao a decorrer sem sol ou o regresso esta a ser dificil...
Senao vejamos pelos titulos dos 4 ultimos posts : Suicidio, Direito à Barbaridade, Conspiraçao e Europa !
Yo no creo en brujas. Pero que las hay, las hay !
Va la, um pouco mais de poesia...que a rentrée é cinzenta para todos.
Julia Macias-Valet
“Sucessor de Romano Prodi e Jacques Santer”…nenhum deles um Presidente da Comissão que deixou...”marca”, ao contrário do outro “Jaques”...Delors. Curiosa constatação...ou comparação...que aqui é feita.
Foi, de facto, um longo folhetim. Recordo-me de Barroso, recentemente, muito irritado, em francês, em bom francês, sejamos justos, o homem – ou “o nosso homem em Bruxelas”- domina bem a língua de Dumas, pai e filho, quando questionava um qualquer representante da oposição (a ele), no PE, em tom muito zangado (“eh pá, você vota em mim, ou em quem quiser, é lá consigo! Bolas!” – tradução semi oficial). Teve menos votos do que antes? E depois? Foi eleito à mesma! E de lá, cá (aqui no Rectângulo) nos virá “cair em cima” (mais precisamente em Belém), um dia, a seguir à sua travessia, não no “deserto”, mas em Bruxelas (que é bem mais agradável! Em vez de ter de comer gafanhotos como o João Baptista quando andava pelo deserto, sempre come algo mais substancial e apetecível por lá) . E tê-lo-emos...por mais 10 anos! Que perspectiva! “Senhores ouvintes”, como dizia um amigo meu!
Albano
Cara Julia. As férias acabaram e o tempo está cinzento. Mas, quem sabe?, talvez tudo se componha e venha por aí um Outuno do nosso contentamento. Mas uma coisa não entendi: a Europa é um tema triste? Num dia de júbilo nacional?
'júbilo nacional' é um nadinha estrepitoso, mas, vá, entende-se.. :)
Agora o que me desgostou foi o comentário devastador e sectário do dr. Louçã e o engasgado remoque do sr. Jerónimo.
Não há patriotismo que lhes dê um sorriso pelos que estão noutro ponto do arco-íris?
Fico triste.
Do vinho à cortiça, pasando pela inteligência dos cientistas e investigadores, até aos escritores e - sim! - aos políticos, é inevitável não ficarmos felizes por qualquer bom destaque do que é 'nosso'.
Parece que são de outra pátria...
Não vejo a coisa assim, sob a “lente do patriotismo”, como diz aqui Margarida. Espanta-me o comentário (quanto mais não seja pela ingenuidade!). Porque, ou aqueles Partidos acreditam nos seus princípios, ou não acreditam. Não cabe aqui tecer críticas ás suas ideologias, não se trata disso. Nem me interessa. A questão é outra. Ou eles se mantêm fiéis aos seus ideários políticos, ou não. Nestas coisas, não se faz um intervalo para apoiar o Sr. Barroso, só porque é “um dos nossos” (o “conterrâneo” num lugar chave na cena política europeia) e depois voltar a criticar o homem, no dia a dia do PE, por não se concordar com a sua gestão à frente da Comissão! Assiste-lhes toda a legitimidade de terem a opinião que exprimiram (recordo aqui, também, as declarações do deputado Miguel Portas). E devemos respeitar essas posições! O contrário, se o Prof. Louçã e o SG do PCP tivessem vindo a terreiro apoiar o Dr. Barroso é que seria demais! Seria lamentável. E constituiria uma perda das suas credibilidades. Têm toda a razão para terem agido assim. Foram consequentes com o que pensam. Já “outros” não tiveram a mesma atitude…E, nesse sentido, que pensar então da atitude de Ana Gomes, ao optar por se abster? Simples: foi coerente consigo!
Bolas, não me venham com tretas de patriotismos! Já basta a do TGV! Ali tratou-se de política europeia. Não de política nacional. E Barroso pouco, ou quase nada, poderá fazer aqui pela “malta”. O facto de ser português não o deverá fazer perder a devida distância e ponderação no exercício do cargo para que foi reeleito. Nem o conseguiria.
É, de facto, uma mania nacional, esta do “patriotismo”. A gente emociona-se com tudo a que “cheire” a isso. Como no futebol. Um “tuga” sobressai “lá fora” e pronto: comovemo-nos! Salta lágrima! Patriotismo é trabalhar melhor e mais para por este desencantado país a sair da crise e do nível de atraso em que se encontra (económico, educação, etc). Isso sim. E já estamos atrasados!
Albano
Só não ganha a Europa. Depois da desgraça dos últimos cinco anos, vamos ter mais cinco de: pedir licença aos Estados-Membros para apresentar propostas; "melhor regulamentação" (leia-se, menos propostas); colar-se às iniciativas de Estados-Membros e fazer de conta que são suas (alterações climáticas, Tratado de Lisboa).
Só espero que os próximos cinco anos passem a correr...
Caro Albano
Por favor alivie-me desse peso que nos vai cair em cima... É que ainda acredito em milagres e mesmo que vá de bengala, a minha cruzinha não terá.
Quanto à travessia do deserto...será benevolência sua. Quem dera que todos que o atravessam, tivessem tamanha recompensa!
Margarida, minha querida, destaque por destaque, fico-me pelo Cristiano, que sempre marca mais golos!
Ou me engano muito ou alguns dos comentadores não perceberam a "finura" do nosso Embaixador ao escrever o que escreveu. Como eu o conheço, percebi-o muito bem...
Senhor Embaixador, nao ha temas tristes, mas realidades menos sorridentes...
Eu nao disse triste. Foi o senhor que utilizou o adjectivo.
A Europa nao é triste (e eu que o diga : mae portuguesa, pai espanhol e marido francês). Mas a Europa de Bruxelas essa é morosa e tristemente sem surpresas.
Quanto ao "jubilo nacional" penso que temos ainda um longo percurso a fazer até deixarmos de pensar que um portugês/a num lugar de relevo no estrangeiro é uma missao impossivel. Ou serao os proprios portugueses a nao acreditar neles proprios ?
Julia Macias-Valet
A 'ingenuidade' é uma forma de (me) ver...
Mas não aquela sobre onde se alicerça o meu sentir. Sei bem o que digo e melhor ainda o que sinto.
A política é um saco de gatos.
Necessária, mas arisca.
Não é à toa que prefiro outros temas...
:) mais... ingénuos! ;)
As coisas são como são e não adianta não as querer ver. Se na primeira eleição se conjugaram uma série de factores, quase todos pouco recomendáveis, para a eleição de Barroso, na segunda, não obstante a oposição velada de alguns dos "seus", há mérito indiscutível.
Claro que se eu estivesse no Parlamento Europeu votaria contra como votaria contra qualquer candidato socialista que esteja de acordo com o Tratado de Lisboa e com a construção antidemocrática desta Europa, ou seja, contra todos. Mas se fosse obrigado a escolher entre Barroso e um qualquer Rasmussen neoliberal lá do norte cheio de preconceitos relativamente à gente do sul, também não hesitaria. E foram considerações deste género e outras parecidas que seguramente levaram o único governante socialista de esquerda existente na Europa a apoiar Barroso com o peso dos seus muito deputados socialistas. Deus nos livre e guarde dos Tony Blairs e de outros muito arecidos com ele.
Barroso, como se viu, tem a vantagem de ser mais moldável e isso na presente conjuntura é bom...
CP
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