Roman Polanski, o genial realizador de cinema, cometeu um crime de violação, há cerca de três décadas. Foi condenado, com todas as garantias de defesa, a cumprir uma pena de prisão, situação a que se furtou, indo viver para o estrangeiro. Agora, por distracção, foi detido e arrisca-se a ser extraditado para o país que o condenou. Esse país não é nenhuma ditadura onde haja uma desproporção chocante entre a gravidade do crime e a pena que lhe compete: trata-se dos Estados Unidos da América.
Isto faz-me lembrar, medidas as diferenças de escala, as atribulações por que sempre passa a diplomacia portuguesa quando certos cidadãos nacionais - desde que com bons contactos (artistas, jornalistas ou outros mediáticos "istas") ou ditos de "boas" famílias - se metem em alhadas com a justiça pelo mundo, com a droga como motivo mais comum. Nas horas seguintes, lá chegam aos titulares das embaixadas ou dos consulados, por vezes de instâncias inesperadamente "altas", telefonemas pedindo urgentes intervenções e personalizadas diligências, com vista a tentar safar suas excelências. Tudo isto procurando garantir uma forma de actuação diferente do que aconteceria se se tratasse de um qualquer pobre diabo, sem nome nem amigalhaços influentes, que apenas receberia a protecção consular normal.
Às vezes, há que reconhecer que é difícil resistir a tais pressões, embora, no MNE, como se recordarão, o tempo das "cunhas" já tenha tido melhores e mais mediáticos dias...
Se ele se chamasse Zé do Anzóis e vivesse num subúrbio, nem uma linha seria publicada e, porventura, já estaria a caminho da prisão. Como tem um nome internacional, amigos poderosos e uma corte de admiradores (entre os quais me incluo), correm já por aí abaixo-assinados para isentar o violador do cumprimento da pena. Subscritores que, muito provavelmente, nunca tiveram as suas filhas violadas.
Isto faz-me lembrar, medidas as diferenças de escala, as atribulações por que sempre passa a diplomacia portuguesa quando certos cidadãos nacionais - desde que com bons contactos (artistas, jornalistas ou outros mediáticos "istas") ou ditos de "boas" famílias - se metem em alhadas com a justiça pelo mundo, com a droga como motivo mais comum. Nas horas seguintes, lá chegam aos titulares das embaixadas ou dos consulados, por vezes de instâncias inesperadamente "altas", telefonemas pedindo urgentes intervenções e personalizadas diligências, com vista a tentar safar suas excelências. Tudo isto procurando garantir uma forma de actuação diferente do que aconteceria se se tratasse de um qualquer pobre diabo, sem nome nem amigalhaços influentes, que apenas receberia a protecção consular normal.
Às vezes, há que reconhecer que é difícil resistir a tais pressões, embora, no MNE, como se recordarão, o tempo das "cunhas" já tenha tido melhores e mais mediáticos dias...
9 comentários:
Cunhas/Diga da sua justiça
Normalmente os nossos clientes são consumidores e traficantes de drogas. Violadores, nunca tive. E tu?
Penso que ha um pequeno lapso na sua visao, ou talvez no que eu sei da historia do que aconteceu. Polanski assumiu o sexo consensual com a miuda e passou 3 meses num hospital psiquiatrico por causa disso. Ele apenas fugiu dos EUA quando se preparavam para o julgar/condenar outra vez. Ele nao fugiu depois de condenado.
A justiça acabou por condenar Polanski por violação. A versão do sexo consensual que apresentou, e que a vítima não confirmou, não terá convencido os juízes. Portanto, Polanski é hoje apenas um violador que fugiu ao cumprimento da pena a que foi condenado.
Comment peut-on admettre qu'un acte sexuel entre un homme adulte et une jeune adolescente de 13 ans est "consensual" !!! Moi j'appelle ca un viol sur mineure et que la jeune fille d'alors devenue femme aujourd'hui lui pardonne ne le lave pas de cette acte odieux !
Messieurs si vous avez des filles essayer d'imaginer une telle scene avec la votre !
M. De Jesus
Não sei como há pessoas que conseguem encontrar qualquer coisa de desculpável neste tipo de crime...
Ponham-se :
1. no lugar da violada
2.se isso não chegar, pensem que é vossa filha/irmã/mãe....
Então? Não dói?
Neste caso, andou ele 30 anos na "santa vidinha" como se nada fosse enquanto a vítima e respectiva família o iam vendo na tv.
Se fosse comigo nem que fosse 40 anos depois eu gostaria de o ver preso e arrependido.
Este meu raciocínio é feito na base de ele ter sido considerado CULPADO, quanto aos "breves " minutos que passou na psiquiatria.....não convencem ninguém.
Violador que após trinta anos do acto diz: 'foi com o consentimento dela'. Ela que tinha 13 anos a quando da violação. Lapidar ...prisão com ele.
A violação é um crime punido por lei. E crime agravado quando a vitima é menor.
Tratando-se de Roman Polanski ou do
Zé dos Anzois a Justiça deve ser exemplar.
Estou inteiramente de acordo com o autor deste post (refiro-me ao Homem que é FSC).
Obrigada pela pertinência da sua opinião.
Esta da prisão de Polanski faz-me lembrar a recente do pastor da zona de Braga...
Más consciências de poderes policiais e
judiciais.
A catarse e a regeneração de pesadelos e pecados muito mais graves.
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