Nos últimos dias, com aquilo que por aqui disse sobre a intocabilidade temporal do lugar do governador do Banco de Portugal e sobre o erro que seria mexer no Conselho de Finanças Públicas nesta conjuntura, fui incensado pelos meios conservadores ou mesmo de direita pura e dura. O online de um semanário colocou-me a "atacar o PS", escondendo que eu tinha precisamente elogiado a atitude oficial do partido e do seu líder sobre os dois temas, apenas tendo procurado alertar os socialistas para o inconveniente de eventualmente irem contra essa linha, utilizando metaforicamente a figura de que o PREC, com o seu histórico ataque às instituições, tinha já acabado há muito.
Logo de seguida, ao ter-me indignado com o boicote à palestra de Jaime Nogueira Pinto, passei logo a ser citado como "insuspeito" pela direita - que é aquilo que se costuma chamar aos "do outro lado" quando o que dizem nos dá pontualmente "jeito". Porque escrevi que o boicote que tinha conduzido à suspensão da sessão tinha tido origem numa estrutura da extrema-esquerda, isso foi sublinhado com ênfase e júbilo pelo lado contrário.
Ontem, ao mostrar desagrado com a crispação na Assembleia da República, sem explicitamente crucificar o líder da oposição, fui logo criticado, em algumas redes sociais. Desta vez foram alguns comentaristas de esquerda que acharam que eu estava a "meter tudo no mesmo saco", reclamando pelo facto de não me ter pronunciado sobre o fundo da questão (e os "culpados"), mas apenas sobre o "ruído" público do espetáculo parlamentar.
Há uns tempos, se bem se lembram, quando Manuela Ferreira Leite, Bagão Felix ou Pacheco Pereira criticavam o governo de Passos Coelho, essas figuras surgiam, para a esquerda, como uma espécie de "novos camaradas". Eram gente que "dava jeito". Não eram "dos nossos", mas, como surgiam a criticar quem nós criticávamos, isso era logo visto como positivo. Longe de mim colocar-me ao nível desses senadores, mas chamo-os à colação porque foram casos simétricos.
Agora, nestes últimos dias, à direita dizem que sou "insuspeito" porque, aos olhares desatentos de alguns (para quem, em política, "o que parece é"), parece que surjo reticente face ao setor de onde sou oriundo. Mas, estejam descansados! Bastará que eu elogie a "geringonça" ou zurza a bancada parlamentar da direita para logo vir ser crismado com todos os qualificativos desqualificantes, nos blogues e outros meios desse setor. Logo passarei a "suspeito", num instante... Lembro-me do que ouvi quando publiquei um texto chamado "Não lhes perdoo!".
Alguns amigos dirão: "Mas por que é que te pões a jeito? Assim, eles utilizam-te!". Talvez, mas a liberdade de dizer o que penso é, para mim, um valor bem mais importante do que o risco de vir a ser utilizado por aqueles com quem não concordo.
Logo de seguida, ao ter-me indignado com o boicote à palestra de Jaime Nogueira Pinto, passei logo a ser citado como "insuspeito" pela direita - que é aquilo que se costuma chamar aos "do outro lado" quando o que dizem nos dá pontualmente "jeito". Porque escrevi que o boicote que tinha conduzido à suspensão da sessão tinha tido origem numa estrutura da extrema-esquerda, isso foi sublinhado com ênfase e júbilo pelo lado contrário.
Ontem, ao mostrar desagrado com a crispação na Assembleia da República, sem explicitamente crucificar o líder da oposição, fui logo criticado, em algumas redes sociais. Desta vez foram alguns comentaristas de esquerda que acharam que eu estava a "meter tudo no mesmo saco", reclamando pelo facto de não me ter pronunciado sobre o fundo da questão (e os "culpados"), mas apenas sobre o "ruído" público do espetáculo parlamentar.
Há uns tempos, se bem se lembram, quando Manuela Ferreira Leite, Bagão Felix ou Pacheco Pereira criticavam o governo de Passos Coelho, essas figuras surgiam, para a esquerda, como uma espécie de "novos camaradas". Eram gente que "dava jeito". Não eram "dos nossos", mas, como surgiam a criticar quem nós criticávamos, isso era logo visto como positivo. Longe de mim colocar-me ao nível desses senadores, mas chamo-os à colação porque foram casos simétricos.
Agora, nestes últimos dias, à direita dizem que sou "insuspeito" porque, aos olhares desatentos de alguns (para quem, em política, "o que parece é"), parece que surjo reticente face ao setor de onde sou oriundo. Mas, estejam descansados! Bastará que eu elogie a "geringonça" ou zurza a bancada parlamentar da direita para logo vir ser crismado com todos os qualificativos desqualificantes, nos blogues e outros meios desse setor. Logo passarei a "suspeito", num instante... Lembro-me do que ouvi quando publiquei um texto chamado "Não lhes perdoo!".
Alguns amigos dirão: "Mas por que é que te pões a jeito? Assim, eles utilizam-te!". Talvez, mas a liberdade de dizer o que penso é, para mim, um valor bem mais importante do que o risco de vir a ser utilizado por aqueles com quem não concordo.