Então tu, meu magano, querias que o voto secreto dos Conselheiros de Opinião da RTP fosse no sentido de escolher para provedor do ouvinte aquele que é talvez o mais qualificado profissional da Rádio Portuguesa?
Achavas mesmo, meu caro João Paulo Guerra, que eles iam escolher uma voz independente, que não deve nada a ninguém e que pede meças a quem quer que seja em experiência qualificada no setor, para essa função crítica?
O Joaquim Vieira tinha, na douta opinião secreta dos conselheiros, escassa tarimba na Rádio? Pimba!, foi chumbado. A seguir vinhas tu e, claro, foste também às malvas na urna, imagino que por aquele critério desqualificador antigo que é o "excesso de habilitações".
Que importância tem a listagem de prémios que, ao longo da vida, recebeste pelo teu trabalho radiofónico, ao lado do currículo brilhante de alguns dos conselheiros, que como prova útil da sua existência só têm o seu direito de veto?
Que sabem eles do PBX, do Tempo Zip, daquela escola inigualável que foi o noticiário do Rádio Clube? Acaso eles ouviram alguma vez os Reis da Rádio ou O Fio da Meada?
Tenho a suspeita, João, de que entre os conselheiros que te vetaram está aquele escriba que, um dia, iniciou uma crónica com o histórico "Era meia-noite e, no entanto, chovia...". Como é que se chamará esse conselheiro? Acácio, não é?