Por que diabo se lembrou o embaixador de Portugal de criar um blogue (escrevo sempre assim, à portuguesa) ? Imagino que essa deva ser a pergunta, de legítima curiosidade, de quantos chegam a este primeiro texto, publicado no dia da minha chegada a Paris.
Pois bem, a resposta é simples: porque entendi que poderia valer a pena testar esta via como forma de dar a conhecer, a quantos considerem minimamente interessante sabê-la, a minha perspectiva sobre factos que, de certo modo, se liguem à actividade que actualmente exerço, bem como sobre diversos aspectos da vida e da actualidade portuguesa ou luso-francesa - acontecimentos, pessoas e ideias - que entenda valer a pena sublinhar aos potenciais leitores. E algumas notas pessoais, que me pareça curioso deixar expressas.
Que fique bem claro que este não é um portal oficial: para isso, a Embaixada tem os seus veículos próprios de informação e de diálogo. Aliás, usá-los é um direito que estimulo muito que seja exercido.
Este será - convém ter claro - um espaço de aparição irregular, sem uma tentação de actualidade, ao qual não quero, por isso, associar nenhuma temporalidade cíclica, diária ou outra. Desenganem-se os que esperam um diário.
Não excluo que possa parecer algo pretensioso, aos olhos de alguns, dar à estampa textos na primeira pessoa, como que assumindo que a visão do embaixador português possa, pelo mero usufruto desse estatuto, ter um mérito que justifique a sua leitura. Mas fico confortado com a ideia de que só me lerá quem quiser e que ninguém será obrigado, por dever oficioso ou outro, a seguir o que aqui se colocar.
Noutras funções, embora também num outro modelo, já utilizei o blogue como forma de comunicação e, confesso, o seu resultado foi muito reconfortante. Agora, neste caso, e ao fim de algum tempo, logo se verá. Se a assiduidade dos leitores o justificar, o exercício continuará. Se não for esse o caso, o blogue terá o destino óbvio.
Duas questões finais, para bem esclarecer.
A primeira para dizer que o espaço de comentários estará aberto a quem os desejar fazer, no entendimento que, tal como este blogue, não sejam anónimos. E que sejam escritos em tom construtivo e com a necessária urbanidade, como é óbvio.
A segunda para esclarecer que, embora, como disse, este espaço não tenha uma natureza oficial, naturalmente que quem o escreve assume, em pleno, a responsabilidade da função que exerce e que, por essa razão, não se esquece dela ao escrever. "À bon entendeur"...