sexta-feira, abril 13, 2012

Margarida Figueiredo

Só hoje me chamaram a atenção para a magnífica entrevista que a minha amiga e colega (do MNE e da mesa do "Procópio"), também embaixadora, Margarida Figueiredo concedeu à revista do "Público", no último domingo, muito bem conduzida por Anabela Mota Ribeiro.

Ficou ali um retrato muito livre e a quente de alguém que está de bem com a vida que teve e tem, contada de forma divertida, saudavelmente irónica e sem baias. Nela soube traduzir, em linguagem colorida e inteligente, aquele que foi o tempo da entrada das primeiras mulheres na carreira diplomática, tudo isso somado a flashs curiosos sobre a burguesia portuense de onde emanou e que, desde sempre, cuidou em abalar e provocar. Para quem conhece bem a Margarida - e eu faço parte desses eleitos -, imagina-se o tom divertido com que aquelas palavras foram ditas, envolvidas pelo fumo de muitos cigarros e com imenso chá à mistura, sempre longe da preocupação do "politicamente correto", porque esse nunca foi o seu estilo - ou melhor, essa é muita da sua graça.

Retenho o seu delicioso "filme" do MNE, ao tempo de início de funções de Mário Soares, como ministro, logo após o 25 de abril: "No dia em que Soares chegou, em menos de dois minutos, estava o MNE inteiro no átrio. Tudo a tirar o brasão do dedo e a descobrir a lavadeira na árvore genealógica".

Bravo, Margarida! 

16 comentários:

Anónimo disse...

mas o "tudo" da carreira é assim tão oportunista?
João Vieira

Anónimo disse...

Margarida Figueiredo é a prova de que a competência não é contraditória com a irreverência

Anónimo disse...

Margarida no que respeita o MNE, utilizou, sempre, a maxima: "Para os amigos - tudo, para os outros aplique-se a lei"...

Anónimo disse...

Assim foi, infelizmente, anónimo das 14.51. Tem toda a razão.
Não se procure fazer dela uma heroína, ou mito, que nunca será.

Francisco Seixas da Costa disse...

Eu assinei o meu post. É pena que a coragem dos dois últimos comentadores-detratores anónimos não chegue ao ponto de o poderem fazer também.

patricio branco disse...

uma simpatica e alegre entrevista, talvez um pouco sobrecarregada sobre o aspecto "eu" e menos sobre o tu, ele, isso, aquilo, autobiográfica portanto.

Isabel Seixas disse...

Congratulo-me com este post e claro que já gosto da Senhora.
É gratificante ver reconhecido o desempenho profissional dos pares de forma tão natural.

Banda in barbar disse...

lavadeira?
nã queria dizer seminarista?
ou o primo padre
ou um afilhado no seminário
ou ao menos um lojista que nã fosse da opus dei
lojista loggista lobbysta
isto do acordo orthographo

torna o linguajar muy dificillis

eu alembro-me quando chegou a santa apolónia
tinha até pessoal da GNR dos tempos da camionete fantasma a dizere que tinham a sua república de volta
mas passados 7 anos até os 1ºs cabos já tinham perdido as esperanças de ver pública na dita res

tão todos enterrados nos talhões dos combatentes da grande guerra

uns finaram-se em 75 outros chegaram a vê-lo presidente

um até saiu de Vinhais donde nã saia desde 1926...

morreu em 1982 ...aos 87 anos
ao menos esse nã viu o filho do senhor professor doutor chegar ao lugar do cabeça d'abóbora

em questões de fés
estes republicanos tinham mais que a passionaria

e ser republicano em Vinhais em 1910 era só pra moços parvos
que evoluiram para parvus defuntus

mirabilis vitae...

Anónimo disse...

O Senhor Alcipe não diz, mas gostou da entrevista, Senhor Embaixador, olha o Senhor Alcipe não gostar que digam bem dele... Ele até comentou que tinha sido ele que tinha explicado à Senhora da entrevista a diferença entre o Komintern e o Kominform, porque o Dr. Brederode, que não respeitava nada, chamava "kominforms" às profiterolles do Restaurante Flórida e baralhava assim as mentes mais jovens.

a) Feliciano da Mata, mordomo, observador de cegonhas

Anónimo disse...

Respeitemos esse ícone transmontano, Padre Fontes.

Respeitosos cumprimentos.

Guilherme.

Isabel Seixas disse...

Só agora tive tempo para ler a entrevista toda, fascinante, além de que me identifico "com todo o respeito" com a frontalidade do pano de fundo, além de que adoro também passar a tarde no cabeleireiro oh experiência única de colheita de histórias de vida, de metáforas Bocageanas de colchões nos penteados...,Também foi bom ler a admiração pelos mesmos líderes e respeito idóneo pelo nosso Poeta que delegou no seu braço direito mordomo e Mata com um gostou da entrevista.

Agora convenhamos há Senhoras que valem bem o que pesam, é assim mesmo, se eventualmente a Sra. gostar de folar de Chaves, Disponha Sr. Embaixador.

Anónimo disse...

Já agora: o colchão no penteado é de um poema de Nicolau Tolentino e não de Bocage, como diz a senhora no comentário anterior. O seu a seu dono.

Maria Luísa Álvares

Alcipe disse...

O Feliciano tem a irritante mania de falar por mim!

Claro que gostei da entrevista da Margarida Figueiredo!

a) Alcipe

Anónimo disse...

Ah, ah, já só bebem Coca-Cola no Procópio? Cala-te boca...

a) Senhor Luís

Anónimo disse...

Fantástico é o bisavo ter tido 24 (vinte e quatro!!) filhos da mesma mulher, que coitada não fez outra coisa na vida...

Isabel Seixas disse...

Cara Sra. Maria Luísa Álvares

Tem razão, embora só tenha atribuido a Bocage as metáforas faltou um e ou vírgula ou a personalização legitima do nome do autor.
Obrigada pela reposição do rigor da verdade.

Poder é isto...

Na 4ª feira, em "A Arte da Guerra", o podcast semanal que desde há quatro anos faço no Jornal Económico com o jornalista António F...