domingo, novembro 17, 2013

Segurança e Defesa

Será em Ponta Delgada, nos Açores, no dia 20 de novembro, que proferirei a "lição inaugural" do Curso Intensivo de Segurança e Defesa, organizado pelo Instituto de Defesa Nacional, subordinado ao tema "Os novos desafios estratégicos da Europa".

sábado, novembro 16, 2013

Avaliação

Devo ser um sinistro reacionário, mas não consigo perceber por que diabo é contestada - a não ser por razões corporativas ou de interesse pessoal - a prova de avaliação dos professores contratados. Tendo em atenção o estado deplorável a que chegou o ensino em Portugal, a mais do que duvidosa credibilidade de muitos dos diplomas emitidos por algumas universidades mixurucas, que disso só têm o nome, parece-me mais do que prudente que quem quiser ser professor seja testado nas suas competências académicas e pedagógicas, antes de ter acesso definitivo a uma carreira onde terá nas suas mãos a educação dos alunos. Num tempo em que o emprego escasseia, o dinheiro público tem de ser gasto com os mais competentes e os mais capazes de garantirem uma sua eficaz utilização. E espero que haja melhores argumentos no combate a esta medida do que o facto dela ser oriunda deste governo.

Vingado

Eu tinha sete anos. De visita a Lisboa, fui com o meu pai, primos e tios, ao estádio do Jamor. Portugal jogava contra a Suécia. Nada de muito importante, apenas um jogo particular.

Portugal, por esses tempos, andava muito longe das provas mundiais ou mesmo europeias. Pelo contrário, em jogos internacionais o nosso país tinha então um comportamento medíocre e levava "abadas" monumentais, de que (felizmente) já nos esquecemos, entretidos que andávamos com os paroquiais Sporting-Benfica, com o Porto então a levantar a cabeça apenas a espaços, nesses tempos em que o sr. Andrade (daí o nome de "andrades", sabiam?) pagava as bancadas do estádio da Constituição e o sr. Adriano Pinto ainda não tinha levado a gestão da arbitragem para locais à sombra do viaduto Gonçalo Cristóvão.

Como é óbvio, não tenho a menor recordação do jogo de 1955. Ou melhor, desde sempre mantive uma vaga ideia de que o mítico Matateu fazia parte da equipa. A minha precocidade futebolística nem sequer registou os dois golos com que (agora verifico) José Águas terá atenuado, na segunda parte, o seis "secos" que Costa Pereira encaixou.

Ontem, num hábil desvio de cabeça a um cruzamento precioso de Miguel Veloso, Cristiano Ronaldo vingou-me essa tarde de 1955, no velho Jamor. Embora agora fosse na Luz. Mas tudo está bem quando acaba bem.

Partidos irmãos

Numa conversa, há dias, faziam-se projeções sobre o voto potencial dos comunistas (e seus "compagnons de route") nas europeias de 2014, notando-se a subida da CDU nas eleições autárquicas.

Alguém acrescentou: "Também na Alemanha!".

Surpreendidos, todos nos voltámos para essa pessoa. Não tínhamos indicação de que o voto comunista estivesse a crescer por terras germânicas.

Com um sorriso, o nosso interlocutor esclareceu: "Então a CDU não aumentou o seu voto, nas recentes eleições alemãs?"

sexta-feira, novembro 15, 2013

Cabo Verde

Foi ontem anunciada a "decisão do Governo da República de Cabo Verde em não traduzir o nome do país, Cabo Verde, para outras línguas". Assim se pretende acabar com o francês "Cap-Vert", o anglo-saxónico "Cape Verte", o italiano "Capo Verde" ou o germânico "Kap Verde".

Veremos o efeito prático desta iniciativa, que só terá devido sucesso e eficácia se, de forma persistente e continuada, os serviços oficiais de Cabo Verde no estrangeiro tiverem a coragem de devolver toda e qualquer correspondência que não obedeça ao preceito ora instituído. O que, por vezes, por revelar-se dedicado.

Um dia recordei aqui um episódio a que assisti, relacionado com o nome Costa do Marfim. Mas poderia igualmente referir uma tentativa, com escasso sucesso, protagonizada nos anos 90 pela Bielorrússia, que informou o mundo que queria passar a ser designada por "Belarus".

Um país como Portugal (tal como Angola), não tende a ter o seu nome mudado em línguas estrangeiras, salvo no italiano, onde nos tratam por "Portogallo".

A experiência diz-me que é muito difícil fazer com que os outros nos tratem apenas da forma que desejamos. Mas não deixa de ser totalmente legítimo que isso seja tentado.


Redes sociais

Já por aqui se falou algumas vezes dos "blogues da política" que por aí andam. Com o Facebook e o Twitter, os blogues representaram, nos últimos anos, um importante espaço de combate político. Mas se já existia a perceção impressionista de que esse conjunto de instrumentos de intervenção vivia subordinado a estratégias bem delineadas, a entrevista dada por Fernando Moreira de Sá, à revista "Visão" desta semana, é um modelo de revelação sobre o modo como o "vale tudo" se instalou, desde há muito, nas redes sociais, somado à montagem de operações para falsificar a genuinidade de foruns radiofónicos e, presumivelmente, de programas televisivos com a "espontânea" intervenção telefónica do público.

Mas não se tratará tudo isso de um mero conjunto de suposições? Não. Fernando Moreira de Sá, ao mesmo tempo que desmonta o aparelho articulado pelo governo anterior em seu suporte, conta, com nomes à evidência, a rede criada em torno da campanha para a ascensão dos atuais titulares do poder político. Com uma autenticidade que deriva do facto de ele próprio ter sido parte dessa operação.

Esta é uma entrevista a não perder! O leitor nunca mais olhará para certos blogues da mesma maneira.

Em tempo: nas últimas horas, pessoas que respeito dizem-me que há exageros e inferências que não podem ser provados, no que foi dito na entrevista. Confesso que, tratando-se de um trabalho académico e tendo o autor (que não conheço) explicado sem aparente remorso que ele próprio cooperou na suposta "operação", o texto pareceu-me credível. Mas não me custa admitir que possa estar enganado. Esperemos, assim, pela decisão da Justiça, porque, se acaso alguém foi difamado ou caluniado, esse é naturalmente o único terreno legítimo para arrumar a questão.

Mensalão

Um dia de junho de 2005, no "salão de autoridades" do aeroporto de Manaus, a minha atenção foi despertada para as inesperadas revelações que estavam a ser feitas, na televisão, por um deputado brasileiro, de seu nome Roberto Jefferson, sobre a existência de um suposto esquema de compra de votos no Congresso brasileiro. Não o sabia então, mas esse iria ser o "dia 1" daquilo a que se chamaria o "mensalão".

Seguiram-se meses de debates, inquéritos, denúncias, em torno de uma singular operação que envolvia pagamentos e desvio de verbas de natureza pública. O Brasil colou-se às televisões e passou a conhecer a figura de Marcos Valério, o "arquiteto" dessa habilidosa montagem. Com a passagem do tempo, o processo foi-se aproximando do número dois do governo Lula, o poderoso ministro-chefe da Casa Civil, José Dirceu. Quase quatro dezenas de outros réus se lhes juntaram. Dirceu acabaria por ser afastado. A sua substituta chamava-se Dilma Roussef.

O processo demorou anos. O Brasil nunca mais foi o mesmo depois do surgimento do "mensalão". E a imagem do PT, Partido dos Trabalhadores, que havia sido criado em torno de Lula da Silva, foi afetada de uma forma que mudou, radicalmente e para sempre, a perceção dessa força política aos olhos dos brasileiros.

O processo do "mensalão" poderá estar a chegar ao seu termo. Anteontem, o Supremo Tribunal Federal (que, no Brasil, conjuga as funções de corte suprema e de corte constitucional) decidiu mandar proceder à imediata prisão efetiva dos réus já condenados, não esperando por alguns recursos pendentes. Não tenho dúvidas que este radical ato de "coragem" só ocorreu porque os juízes do STF, um tribunal que tem muito de político, perceberam que a "rua" exigia isso mesmo, depois das recorrentes manifestações dos últimos meses.

A luta contra a corrupção está muito longe de estar ganha no Brasil, por um conjunto de vícios instalados para cuja desaparição as condições ainda não estão criadas. Mas o caso do "mensalão" foi uma experiência que ensinou muito aos brasileiros e os tornou incomparavelmente mais exigentes com as suas instituições.     

quinta-feira, novembro 14, 2013

O combate

Foi uma tarde que ficou na história das Necessidades, nesses anos 70. De súbito, surgiu pelos corredores a indicação de que um colega, conhecido pelas suas fúrias e pelo seu espírito belicoso, que mais tarde haveria de revelar-se noutras frígidas paragens, pretendia "dar uma sova" num determinado diretor-geral, que, por acaso, era o meu. Já não recordo o motivo que levava esse diplomata, então cônsul-geral num posto no estrangeiro, a querer tirar desforço dessa figura da hierarquia. Mas, conhecendo-o bem, alguns colegas apostavam em como as coisas acabariam forte e feio.

A perspetiva de uma briga, que prevíamos pudesse ter lugar no pátio de entrada (na imagem), levou muitos de nós a não abandonar o serviço no termo do dia de trabalho, curiosos em saber como acabaria o assunto. No meu caso, tendo atrás da minha secretária uma bela janela lateral da qual se "controlava" toda a área desse pátio, fui assistindo à coreografia agitada do putativo agressor. Dando expressão à técnica negocial que ilustra a prática da casa, íamos observando que vários emissários se esforçavam por conciliar as partes. Ou melhor, tentavam isso junto da parte mais agitada, dado que o diretor-geral permanecia escudado dentro do seu gabinete, acolitado pelo meu "chefe de repartição", um seu íntimo que, ao final de cada dia, o conduzia reverentemente a casa. A nossa atenção dividia-se, assim, entre a agitação reinante no corredor da direção-geral e o pátio, onde o colérico colega permanecia, rodeado de "plenipotenciários". 

As coisas terminaram antes da hora de jantar. E sem o espetáculo por que todos ansiávamos. O colega foi convencido a regressar a casa. E o diretor-geral, pelo-sim-pelo-não, abandonou discretamente o ministério pelo "palácio velho", o mesmo que foi a residência do último rei, da qual fugiria, a 4 de outubro de 1910, a caminho do exílio. 

No dia seguinte, soube-se que o frustrado agressor teria dito a seguinte frase, que ficou nos anais da casa, referindo-se ao "encontro" que pretendia ter com o diretor-geral, que teria alegado não ter tempo para o receber: "Eu não demoro nada! Só o tempo de lhe dar dois murros nas trombas..."

quarta-feira, novembro 13, 2013

Entrevista


Finalmente, deixo aqui o link para a entrevista na Económico TV.

Aos papéis

O país era ainda jovem, o diplomata que o representava naquela reunião internacional também o era. Tinha, além disso, muito pouca experiência e era visível o nervosismo com que intervinha, de forma hesitante, no inglês de regra. O seu embaraço de novato era seguido, com simpatia, por colegas de outras delegações, que ansiavam, para seu bem, vê-lo terminar a intervenção, que se prolongava para além do razoável, naquela conhecida sina de quem não consegue descobrir um final condigno.

A certo passo, querendo referir-se a uma "folha de papel", a precipitação fê-lo trocar a expressão "sheet of paper" pelo seu inverso - "paper of sheet" - tendo a última palavra da expressão soado como uma sua homófona. A sala caiu em gargalhadas. Acontece...

terça-feira, novembro 12, 2013

Há mar e mar...

Em 2006, no Brasil, decidi criar um blogue da embaixada, que eu próprio redigi durante mais de dois anos. Como lema desse blogue, escolhi uma frase de Vergílio Ferreira que sempre me impressionou, pelo seu simbolismo: "Da minha língua vê-se o mar".

Há dias, numa entrevista na televisão (ontem reproduzida parcialmente num jornal), repeti essa frase, ou melhor, disse-a erradamente. "Do meu país vê-se o mar". Fiquei furioso comigo mesmo. Deve ser da idade...

* uma leitora recorda-me ainda o erro vulgar de escrever "Virgílio" em lugar de "Vergílio". Coisa que o escritor não permitiria.

Responsabilidade

Costumo lembrar que, durante a minha carreira diplomática, tive 21 ministros dos Negócios Estrangeiros. Sem recorrer ao "name-dropping", posso dizer que alguns me deixaram orgulhoso do os poder representar, outros foram-me relativamente indiferentes, outros ainda me deixaram em forte embaraço pelo modo desajeitado ou mesmo incompetente como não souberam ou não conseguiram defender os interesses do país. Mas nunca, em nenhuma circunstância, me regozijei pelo facto de um ministro, qualquer que fosse a sua coloração política, ter sido infeliz em declarações públicas no estrangeiro. Porquê? Porque, bom ou mau, fora de Portugal o chefe da diplomacia representa sempre o país. Se não se perceber isto, alguém pode ir à final da taça entre a S. Caetano à Lapa e o Rato, com o Caldas em episódicos permeios, mas quem perderá somos todos nós.

segunda-feira, novembro 11, 2013

Adversativos

Há uns anos, ao tempo de outro governo, falei por aqui do "jornalismo adversativo", isto é, da obsessiva tendência da imprensa para não referir algo de positivo sem, de imediato, o fazer seguir de um "mas", introduzindo elementos negativos, como que a "compensar" as notícias favoráveis.

Nos últimos dois dias, foi curioso ver o esforço de muitos para desvalorizar ou relativizar o significado da quebra da taxa de desemprego e o facto dos juros no mercado secundário da nossa dívida pública a 10 anos terem recuado dos 7%.

Deve ser defeito meu, mas não gosto da política feita deste modo.

A diplomacia segundo Álvaro Cunhal

"A política externa deve estar em mãos de gente hábil, de gente capaz de manobrar, de gente capaz de ter linguagens diferentes conforme o sítio onde fala, gente que compreenda que a diplomacia não é bem uma sessão interna de um órgão revolucionário, que a diplomacia de um país revolucionário que vive uma conjuntura internacional determinada e uma situação geográfica como nós vivemos, exige muita maleabilidade e em alguns casos muita ronha"

in "A crise político-militar, Discursos políticos/5, maio/novembro de 1975, Edições Avante!, 1977

Espírito Santo

Portugal tem poucas "marcas" internacionais. Ao longo de toda a minha vida profissional, testei as imagens que o nosso país foi fixando nos outros. Fui avaliando o modo como elas se revelavam identitárias, a sua solidez, a sua permanência no tempo. Através do olhar estrangeiro, medi a sua importância para o "retrato" que de todos nós foi sendo desenhado.

Dentre as poucas que Portugal deixou pelo mundo, a marca "Espírito Santo" surgiu-me sempre como sendo tido por um "valor" seguro. Nunca tive a mais remota relação com o grupo, nem sequer fui depositante do banco. Mas habituei-me a ver o nome "Espírito Santo" respeitado e admirado. E isso não é indiferente a quem, como eu, levou a vida a tentar sustentar a imagem de Portugal no estrangeiro.

A família Espírito Santo, com algumas outras, pagou, no pós-25 de abril, a circunstância ter sido um importante suporte da ditadura que nesse dia terminou, bem como o facto de ter beneficiado de um regime colonial cujo prolongamento no tempo foi fonte de muito sofrimento, em Portugal como em África. Com dignidade, respeitando as novas regras, o grupo Espírito Santo conseguiu retomar o seu papel no âmbito da economia portuguesa, aproveitando a lógica de mercado consensualizada em democracia. Até o conseguir, o grupo foi apoiado por amigos que, no exterior, confiaram na palavra e na honorabilidade dos seus membros. E isso não é coisa pouca nos dias que correm.

Por todas estas razões, e não obstante as culpas próprias do presente, recuso-me a comungar dos sorrisos irónicos, de origens bem diversas, de quantos olham para o momento menos bom que o grupo Espírito Santo hoje atravessa.

domingo, novembro 10, 2013

Comissária

Há dias, numa daquelas "bocas" em que a comunicação social é useira e vezeira, foi "revelado" que a escolha do governo para comissário europeu, nos cinco anos que se sucederão a 2014, poderia ser o professor Poiares Maduro, nóvel governante cujo currículo é ilustrado por algum percurso europeu, desde a academia florentina a órgãos jurisdicionais da União. Conheço bem o percurso de Poiares Maduro e não tenho a menor dificuldade em reconhecer o seu mérito intelectual.

Porém, uma avaliação fria do processo europeu, e dos nossos interesses nacionais nesse contexto, leva-me, também com facilidade, à conclusão de que a pessoa com mais evidente perfil para representar Portugal na futura Comissão Europeia, à luz cumulativa da sua experiência e dos seus conhecimentos, seria, sem a menor sombra de dúvida, a professora Elisa Ferreira, antiga ministra do Ambiente e, depois, do Planeamento, com uma significativa carreira académica, com uma notável prestação no Parlamento Europeu e, de há muito, com uma rede de contactos nesse âmbito que pede meças a quem quer que seja.

Imagino, sem dificuldade, que esta nota possa não ser do agrado da própria Elisa Ferreira. Mas entendi não dever deixar de a colocar aqui.

Taça

Não estou à espera (nem aceitarei) que algum comentário a refira, mas não me coibo de lembrar que, para a minha geração, havia uma frase que avaliava a importância da "taça" face ao "campeonato".
 
E mais não digo, porque hoje me não apetece discutir penáltis. Nem "very lights"...

Urgências

Agora, de um dia para o outro, passou a ser "urgente" debater a "reforma do Estado".

Durante nove meses, o "guião" foi anunciado e reanunciado, com embaraçadas respostas dilatórias, apenas quando alguém se lembrava de perguntar por ele. A certo ponto, ficou bem patente que havia, no seio da maioria, como que uma estratégia para tornar o líder do segundo partido da coligação o responsável pessoal pelo recorrente atraso no exercício. Com algum gozo associado.

Um dia, ultrapassado já o prazo do ridículo, o "guião" lá saiu. E foi "aquilo" que se viu. E, num instante, um texto que pôde esperar meses para ser divulgado, converteu-se numa proposta "incontornável" e, pasme-se!, "urgente". Como se aquele monte de obviedades, com três ou quatro receitas de "thatcherismo" tardio, passasse, por milagre, a ser o eixo do nosso futuro, devendo o país ser convocado e mobilizado para a sua discussão. E, claro!, sendo réu de um crime de lesa-pátria quem não acorresse, pressuroso, a esse debate.

Para o principal partido do governo, cujo nível de "entusiasmo" com o surgimento do "guião" se tornou bem evidente, a polémica passou, de repente, a ser um excelente meio de diversão do difícil debate orçamental. Para o autor político do "guião", convirá, naturalmente, explorar, tanto quanto possível, a "obra feita", para o que já conta com a dedicada colaboração dos "parceiros sociais", sempre à cata de tempo de antena. O que ainda não foi suficientemente sublinhado é a circunstância de um grupo selecionado de socialistas ter logo emergido a terreiro, a relevar a "importância" das "propostas" do "guião", dando interesseiramente a mão à figura do vice-primeiro ministro, com quem contam para aventuras governativas futuras.

A vida política portuguesa está a ficar tão transparente...

sábado, novembro 09, 2013

Entrevista

A convite da "Antena 1" e do "Diário Económico", dei uma entrevista a Rosário Lira e Bruno Proença que é divulgada na "Antena 1" no sábado, dia 9, e na 2ª feira, dia 11, na edição do "Diário Económico" e no canal de cabo "Económico TV" (23 horas).

Nessa conversa, falou-se de várias temáticas externas, desde a diplomacia e do atual "estado da arte" no MNE, até à situação europeia, "resgate" incluído, bem como da relação com Angola e a situação em Moçambique.

A entrevista (para quem tenha tempo e paciência para mais de 50 minutos de conversa), pode ser ouvida aqui.

sexta-feira, novembro 08, 2013

Insensatez

Foram, no mínimo, lamentáveis as declarações produzidas por entidades políticas portuguesas, sugerindo-se como possível "ajuda" às autoridades moçambicanas, em matéria de cooperação policial bilateral, de pôr cobro à insegurança que reina naquele país. Esses comentários, dos quais ressaltou uma triste forma de paternalismo, foram ao ponto de fazer notar aos responsáveis moçambicanos os efeitos, em matéria de investimento externo, que podem decorrer da presente situação de crise. Como se eles o não soubessem...

Este tipo de propostas e sugestões - como ensinam as mais elementares regras da diplomacia - devem sempre ser feitas com total discrição, no pleno respeito pela sensibilidade dos países. Permitir-se este tipo de comentários na praça pública - e em televisões que são avidamente vistas em Moçambique - tem como despudorado objetivo retirar dividendos políticos, "dar ares" de se estar atento aos interesses portugueses.

Mais pudor e maior profissionalismo é o que se recomenda.

B & B

Há bastantes anos que ouvia falar daquele restaurante, situado numa certa capital de distrito, onde não vou muito e onde tinha escassas refe...