Acabo de saber que, para si, já “Era uma vez... amanhã". O seu "Gérard, fotógrafo", que nestes dias se mostra aqui por Paris, não poderá assim “Matar Saudades” suas, porque é, ele também, um “Encoberto”
nesse “Voo da Amizade”, a uma "Altitude 114", por onde, há muito, já andava o “Belarmino”, esse seu “Delfim”
de uma “Lisboa” da qual, como ninguém, você desenhou a “Crónica dos Bons
Malandros”, aqueles que andam por aí, “Ela por ela”, a atirar aos outros: “Tomai
lá do O’Neill”!
Todos sabemos que
você não era muito dado a olhar “O Fio do Horizonte", mas a verdade é que se
fechou agora o semáforo, Fernando, aquele “Vermelho, Amarelo e Verde” que durante
tanto tempo lhe abria o caminho, entre “As Palavras e os Fios” das conversas na
barra do Gambrinus, para a “Rota do Progresso”, que você percorria a “98
octanas”, retribuindo "Os Sorrisos do Destino" que queria para todos nós, com que numa longa noite sonhámos, em Viena, com outros amigos, até vermos o "Cruzeiro do Sul" aparecer no fundo de uma garrafa de JB.
Para trás, fica a criação entusiasmada desse seu “Cinema” magnífico, essa sua representação dos "Sons e Cores de Portugal", qual "Domingos Sequeira" da película, onde registou,
para sempre, “As Pedras e o Tempo” deste seu "Habitat", deste Portugal que, “Se Deus Quiser”, ainda
há-de ser “A Aventura Calculada” pela qual você sempre lutou, embora sem "As Armas e o Povo" na rua, que "Este Século em que Vivemos" já dispensa mobilizar de novo.
Parte agora,
meu caro, para um eterno "Interlude", como “Uma Abelha na Chuva” que hoje a todos nos encharca de tristeza. Você que, entre muito poucos dessa sua arte, era daqueles em que, ao ler-se no jornal “Hoje, Estreia”, ao lado de "Marçano, precisa-se", se podia ter a certeza de ter como “Nacionalidade:
português”. Bem mais do que alguns que, de "The Bowler Hat" na mão para os subsídios, andam por aí a mimar o que se faz "Lá Fora".
“Nós por cá todos bem”? Não, Fernando, nós ficamos, "The Lonely Ones", em "Câmara Lenta", muito mais pobres, sem si e sem o seu cinema.
Com um beijo amigo à Maria João, deixo-lhe um abraço, já em “contre
plongée”