tag:blogger.com,1999:blog-7690878447273108842.post742189256483686466..comments2024-03-29T15:35:21.239+00:00Comments on duas ou três coisas: Adriano de CarvalhoUnknownnoreply@blogger.comBlogger5125tag:blogger.com,1999:blog-7690878447273108842.post-30354532043302267972015-01-02T12:09:09.551+00:002015-01-02T12:09:09.551+00:00Erro meu. Não eram 4 mas 44 as toneladas de ouro e...Erro meu. Não eram 4 mas 44 as toneladas de ouro em jogo. As minhas desculpas aos colegas<br />LSOliveiraAnonymoushttps://www.blogger.com/profile/16321387154576444525noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-7690878447273108842.post-14377417782149398002015-01-02T02:29:08.855+00:002015-01-02T02:29:08.855+00:00Embaixador Adriano de Carvalho
EM 1953, quando,...Embaixador Adriano de Carvalho <br /><br /><br />EM 1953, quando, equipado com a licenciatura do ISCEF, entrei para o MNE, mediante concurso, fui colocado na DG dos Negócios Económicos, a "mercearia", como lhe chamava o Embaixador Teixeira de Sampayo, poder supremo nas Necessidades nos primeiro vinte anos da época salazarina e que, já como fantasma, continuou a reger o seu antigo feudo até ao final do mandato ministerial de Franco Nogueira. Havia, claro, o chefe da Repartição - aliás muito estimável pessoa - mas cedo me apercebi que Adriano de Carvalho, formado em Direito, dois anos mais antigo do que eu, beirão (da Meda), era quem ali pontificava. Adriano impunha-se pelo conhecimento que tinha dos assuntos em pauta e pelo seu bom companheirismo: bem disposto, apreciador de uma boa piada, sempre pronto a ajudar um colega momentaneamente a braços com qualquer dificuldade do ofício e sempre mais atento à pessoa do que ao assunto. Alto, corpulento, culto, sagaz, frontal nos seus juízos, Adriano dominava naturalmente qualquer meio em que estivesse inserido. Tais condições permitiam-lhe trilhar confiadamente a estreita senda que separa o colega do concorrente, a simpatia da disciplina e a amizade do serviço. Exigente consigo próprio e com os outros, em matéria de serviço não transigia, atitude que o fez geralmente respeitado mas levou alguns memorialistas da carreira diplomática a atribuir-lhe «mau feitio». Não era o caso, mas nem toda a gente aprecia o fino humor. Notava-se em Adriano de Carvalho também um fraco pelas mulheres bonitas o "que lhe ficava bem", no dizer de uma delas. Enfim, Adriano era a referência para os recém chegados. Mas não só. Quando, após muitas delongas e esquivas nossas, os aliados de II Guerra Mundial puseram o Governo português contra a parede e exigiram a abertura de negociações sobre a questão dos bens alemães aqui congelados no decurso da guerra, um arrepio de pavor percorreu a espinha dorsal do MNE. Matéria super complexa e super delicada. O dossier era um montanha de caixas de arquivo que subia até ao teto no espaço que ocupava numa secção do Arquivo Histórico. Entre outras cousas, ali se contabilizava o ouro recebido em pagamento de fornecimentos de volfrâmio feitos aos alemães durante guerra. Estavam em jogo 4 toneladas de ouro reclamadas pelos países vitimas da ocupação nazi. Por despacho ministerial, o assunto foi confiado ao então segundo secretário Adriano de Carvalho e este, em pouco mais de um mês, escalpelizou toda aquela papelada, inventariou os bens, identificou os interessados e propôs uma estratégia de negociação que foi rigorosamente seguida e conduziu, três anos mais tarde, a um arranjo satisfatório para todas as partes envolvidas. A quase totalidade do ouro - mais de 90% - continuou no BdP. <br />Adriano de Carvalho - que nos deixou para sempre no dia de Natal - tinha uma paixão - o Brasil. Não foi o último «brasileirista do MNE», como já li algures. A relação do MNE com o Brasil é um caso de amor naturalmente sujeito a constantes arrufos. Eles - brasileiros -, como bons filhos, culpam os pais por tudo o que de mal lhes acontece e nós portugueses sentimo-nos enganados perante tais sinais de ingratidão. Depois descobrimos ambos que afinal fizemos - e pudemos continuar a fazer - muito um pelo outro e voltamos a estreitar os laços de amizade. Adriano de Carvalho conhecia este fadário melhor do que ninguém. Sabia ler a acções dos homens; distinguia entre o superficial e o profundo e não se perdia como veleidades. Ao Brasil dedicou boa parte da sua carreira. Foi cônsul geral em São Paulo, conselheiro da Embaixada no Rio e por fim, o melhor embaixador português em Brasília. Por toda a parte, fez obra, cimentou amizades, conquistou respeito e deixou saudades <br /><br />Luís Soares de Oliveira <br />Anonymoushttps://www.blogger.com/profile/16321387154576444525noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-7690878447273108842.post-7019309529678002302014-12-28T16:09:52.673+00:002014-12-28T16:09:52.673+00:00Conheci bastante bem o Embaixador Adriano de Carva...Conheci bastante bem o Embaixador Adriano de Carvalho, que era amigo do meu Pai. Foio talvez o último "brasileirista" da carreira. Constava quando era Embaixador em Brasília que alguns altos dirigentes brasileiros o consultavam por vezes antes de tomar algumas decisões. Adriano de Cravalho era de Mêda, Guarda. Casou tarde. Quando vinha a Lisboa frequentava uma tertúlia de amigos da região, onde contava as suas histórias, como a de assistir ao Kruschev a bater com o sapato na mesa na Assembleia Geral da ONU, ou uma caso com uma princesa russa, ou outras cenas da vida diplomática. de permeio ia-se queixando das dificuldades que lhe causava o parco vencimento. Contava ele próprio que um amigo e bem remunerado notário na Guarda, o ouvia enlevado e dizia sonhador, "ganha-se mal, mas goza-se muito".<br />Fernando NevesAnonymousnoreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-7690878447273108842.post-76491681686345692282014-12-27T15:43:04.224+00:002014-12-27T15:43:04.224+00:00O Embaixador Carvalho era a última testemunha viva...O Embaixador Carvalho era a última testemunha viva das negociações de Portugal com os Aliados, no post-WW2, relativas às dívidas do III Reich para com o nosso país.domingoshttps://www.blogger.com/profile/07332333534325315425noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-7690878447273108842.post-91325960018439952952014-12-26T20:56:14.254+00:002014-12-26T20:56:14.254+00:00Conheci razoavelmente o Embaixador Adriano de Carv...Conheci razoavelmente o Embaixador Adriano de Carvalho um bom amigo do meu irmão mais velho.<br />Tudo o que diz é verdade. Falta acrecenta o seu apurado sentido de humor e o seu apreço pelas mulheres bonitas! E inteligentes, claro.Helena Sacadura Cabralhttps://www.blogger.com/profile/11916182095425230786noreply@blogger.com