quinta-feira, novembro 10, 2016

Os neo-americanos

Estiveram silenciosos, quase sempre, durante a campanha eleitoral americana. A diabolização de Trump e a expressão maioritária de uma vontade de eleição de Hillary Clinton manteve-os discretos. Dizer bem de Trump e daquilo que ele representava não era politicamente correto. Agora, estão "vingados". Trump ganhou e eles, pouco a pouco, vão emergir dessa clandestinidade. Já podem dizer mal de Obama, sentem-se confortados democraticamente pelo resultado de Trump. E aí surgem  eles nos comentários, cavalgando a onda da nova América, "free-riders" daquilo que ontem mudou. São os "neo-americanos". Alguns colaram-se à agenda dos "neocons" no tempo de Bush, agora aí os veremos colados à nova conjuntura de Trump. O oportunismo sabe adaptar-se às cores dominantes. Nada que seja surpreendente, mas que vale a pena lembrar.

21 comentários:

Anónimo disse...

Se falam durante, são insultados de tudo.
Se falam depois, são insultados de algumas coisas.
Resultado: a beleza da democracia é apenas alguns terem o direito a falar.

Joaquim de Freitas disse...

Tem razão, Senhor Embaixador : Eles ai estão, de cócoras, mesmo de rastos, os “Neo Americanos”, perante o novo Imperador, após o trovão, a enorme surpresa, o sismo politico, o país consternado, verdadeiro tsunami, maremoto, tufão, ciclone, fiasco dos institutos de sondagem, eleição imperdível perdida.

Estes apóstolos duma direita que tem o vento na popa, não por mérito próprio mas antes por cegueira da esquerda seguidista que tarda a compreender que o neo liberalismo é a morte dos povos, que a globalização é a ruína dos empregos e a miséria, estes apóstolos reaccionários, repito, estão prontos a seguir o novo messias do capitalismo, o arauto do racismo e da xenofobia, porque fala alto e forte contra as minorias e os imigrantes, os sem terra e os sem emprego, que promete baixar os impostos dos ricos e uma América “uber alles”!

Uma repetição do discurso do George Walker Bush, de má memoria.

Veremos bem o que o complexo militaro-industrial-financeiro que governa e não age com impulsos mas após análise dos seus interesses e da relação de forças, o autorizará a fazer.

Porque este clone de Berlusconni, que soube tocar na ferida que dói no povo americano, como Marine Le Pen sabe tocar no que faz sofrer o povo francês, isto é a injustiça social reinante no mundo capitalista, feita de austeridade e de especulação desenfreada, não tem a mínima intenção de fazer sofrer as elites que ele representa, disseminados no 1% que detém mais de 50% da riqueza nacional.

Estes “Neo Americanos”, fazem parte da grande família reaccionária que nunca perdoou o ciclo emancipador do meio do XX° século – descolonização de dois terços do planeta, emergência duma cultura jovem, protestos estudantes e dos trabalhadores, Estado providência suscitou em reacção, a partir do meio dos anos 70, uma contra ofensiva da classe dirigente, cujas linhas são variadas mas se reúnem:

O capitalismo familiar, nacional e proteccionista, é agora especulativo, accionario e mundializado, a economia de produção, a real, é agora financeira e especulativa.

Sim eles estão de volta, em força, e sonham duma sociedade na qual o cidadão deve ter medo da manha à noite. Receio pelo seu emprego, receio pela sua protecção social, a saúde, a escola, e mesmo pela sua liberdade.


Rui C.Marques disse...

Caro Francisco,terminada a sabática estou de regresso.
Obrigado ,uma vez mais,pelo blog.
Forte abraço.

Francisco Seixas da Costa disse...

Caríssimo Rui. Bem regressado! Forte abraço

António Pedro Pereira disse...

Senhor Embaixador:
Esses devotos neo-americanos (mas bem portuguesinhos, conhecemos muitos da blogosfera) de Bush, primeiro, devotos agora do Trump, depois do desastroso desastre, quer interno, quer externo, especialmente este, do Bush (filho), nunca tiveram a ombridade de fazer o balanço.
Lembro-me bem, aquando da intervenção no Iraque, de esses devotos terem pedido, a seguir, a Síria, a Líbia e o Irão. Era o dominó do Médio Oriente.
O inapto não lhes fez a vontade, ficou-se só pelo Iraque, viram-se as consequências que ainda estamos (e estaremos) a pagar, sabe-se lá por quanto tempo mais.
Seguiu-se o Obama e a desgraça continuou na Síria e na Líbia.
Emendou a mão a tempo com o Acordo com o Irão.
Uma guerra lá seria galáctica, os EUA não têm hoje essa capacidade galáctica.
Talvez apenas por isso a solução tenha sido pacífica.

Anónimo disse...

"O oportunismo sabe adaptar-se às cores dominantes. Nada que seja surpreendente, mas que vale a pena lembrar."

Em Portugal, começaram logo no 25 de Abril, e muitos "neos, ainda andam por aí, como aranhas nas suas teias.....vão-se se safando,onda sim onda não.

pvnam disse...

TRUMP - uma vitória da liberdade de expressão contra aqueles que já se consideram os Donos Disto Tudo (DDT's) - a alta finança (capital global).
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O homem foi tratado pior que um criminoso: por todo o lado choveram comentadores políticos acusadores (marionetas ao serviço da alta finança - capital global)... e o homem não teve direito a um comentador de defesa!
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Um case-study para a história: a forma como as marionetas da alta finança (capital global) fizeram a campanha anti-Trump.
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NOTA A NÃO ESQUECER: aqueles que já se consideram os Donos Disto Tudo (DDT's) - a alta finança (capital global) -... estão apostados em dividir/dissolver as Nações... terraplanar as Identidades... para assim melhor estabelecerem a Nova Ordem Mundial: uma nova ordem a seguir ao caos – uma ordem mercenária (um Neofeudalismo).
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A construção de 'pontes' dos Hilários Clinton: NEGAR O DIREITO DE PROSPERAR AO SEU RITMO!
Para os Hilários Clinton a sobrevivência de Identidades Autóctones é uma coisa que prejudica os mercados... mais, para os Hilários Clinton, quando um povo nativo economicamente pouco rentável é teimoso (isto é, ambiciona prosperar ao seu ritmo, isto é, ambiciona ter o SEU espaço no planeta)... deve levar com um Holocausto Massivo em cima!
[nota: existem muitos Hilários Clinton a viver em territórios de povos nativos que foram alvo de um Holocausto Massivo]
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Todos diferentes, todos iguais... isto é: todas as Identidades Autóctones devem possuir o Direito de ter o SEU espaço no planeta (nota: Inclusive as de pouco rendimento demográfico'... inclusive as economicamente pouco rentáveis).
Os 'globalization-lovers', UE-lovers e afins... que fiquem na sua... desde que respeitem os Direitos dos outros... e vice-versa.
Pelo legítimo Direito à Sobrevivência das Identidades Autóctones:
-» http://separatismo--50--50.blogspot.com/
{O primeiro passo será/é ir divulgando a ideia de SEPARATISMO-50 nos países aonde a população nativa está sendo submergida pelo crescimento demográfico imparável dos não-nativos naturalizados}


Anónimo disse...

Tem piada o comuna do Freitas falar do ciclo emancipador de meados do séc. XX. É que nessa altura, andavam os povos de leste tentando emancipar-se do comunismo e a serem esmagados pelos tanques soviéticos. Os comunas como o Freitas nunca lhes perdoaram o atrevimento! Para essa gente só houve liberdade muito tempo depois. E que bem que eles estão! Aliás, parecem que só não se está bem é nos países comunas de que o Freitas gosta.

josé ricardo disse...

Temos de relativizar as coisas. As campanhas eleitorais acabam por ser mentirosas para todos os lados. Nem Trump vai ser o execrável da campanha, nem Hillary seria uma linha continuadora de Obama.
Olhando para Trump pós-eleições, muitos neoconservadores já estarão até arrependidos do seu voto: o homem não demorou a transfigurar-se. Apesar disso, Trump é perigoso, pois é daquelas personagens que se vai agigantando à medida do seu delirante pensamento.

Joaquim de Freitas disse...

Como está a nevar lá fora, vou conceder a um fascista, o privilégio duma resposta aos diversos comentários que faz desde há dias mencionando o meu nome.

A ignorância crassa que o apoquenta leva-o a esquecer que o XX° século viu, não só a abominação dos tanks de Brejnev em Budapest e Praga, e o Muro, resultado duma partilha da Europa pelos Grandes com Staline , capitulação indecente do Ocidente, igual àquela de Munique, pelos mesmos, perante Hitler.

A capitulação de Yalta perante o Comunismo foi idêntica à de Munique perante o Nazismo. O interlocutor do Ocidente foi o Capitalismo. Sempre na defesa dos seus interesses, que passam por cima dos povos que dominam.

Mas os fascistas têm tendência a esquecer que o Capitalismo, ao qual se identificam, manteve-se através das guerras que provocou desde sempre, porque as guerras são o seu carburante.
A vitória do Capitalismo no XX° século teve um preço: duas guerras mundiais, 22 guerras regionais, 5 guerras civis, ou seja um total de mais de 80 milhões de mortos.
Para chegarmos a 2016 e constatarmos que a situação do mundo, sob a dominação do sistema capitalista, nunca foi tão precária e a paz tão instável.

Para que serviram os 80 milhões de mortos, a destruição de dezenas de países, o sacrifico de povos inteiros e os genocídios, a morte ou o assassinato industrializada, alguns cometidos por nações de vasta cultura, no nosso continente, partilhando mesmo a mesma religião que a nossa, e impregnados de valores do ocidente, de valores morais superiores como dizem?

Mas o capitalismo está à agonia e pode ser perigoso. Talvez perca o meu tempo a explicar-lhe isto, porque não sei se consegue acompanhar.

A vitória de Trump ontem é a melhor demonstração da falência do capitalismo, que na sua deriva fascista consegue transformar as carência do capitalismo na sua perda, quando é defendido por indivíduos saídos do inferno da finança, com as taras inerentes à filosofia de morte que caracteriza o fascismo, desde o grito de “Viva la Muerte” de José Millan Astray.

No maior estado capitalista do mundo a pobreza aumentou de maneira terrível, as desigualdades sociais, as expulsões dos proprietários das suas casas, as deslocalizações das empresas, deixaram centenas de milhares de trabalhadores na miséria, os “homeless” aumentam, o custo dos estudos leva dezenas de milhares de jovens a deixar a escolaridade, o racismo redobra de intensidade, a segurança social prometida por Obama nunca viu o dia ou levemente, os salários estão bloqueados na maioria das empresas, os pequenos “biscates” multiplicavam-se falta de empregos reais, a duração do trabalho não é regulamentada, etc,etc. Tomaria ainda muito espaço para fazer o balanço da governança do “democrata”Obama;

O anónimo lê alguma coisa de vez em quando? Sabia que a mortalidade aumentou nos USA, o seu paraíso, que os jovens não encontraráo o nível de vida dos seus pais, que deverão trabalhar mais tempo para a sua reforma. Sabia que o sistema financeiro liberalizado “à outrance”levou ao krach de Wall Street? Que as subprimes destruíram as pequenas poupanças das classes trabalhadoras? Que o problema do alojamento é tal que muitos americanos são obrigados a viver em caravanas ou camionetas?

Joaquim de Freitas disse...

Como não compreender que milhões de Americanos votem por um multimilionário, racista, xenófobo, e que mais de 55% dos cidadãos se tenham abstido. Aos quais se devem acrescentar os radiados das listas e os milhões de não-inscritos. Como é bela a democracia americana!!!

O cumulo da decadência é o espectáculo de milhares de americanos a protestar nas ruas contra o vencedor… No país da democracia… Os USA fomentaram golpes de Estado sem conta em vários países do mundo, quando as eleições democráticas não traziam o vencedor que esperavam. Vão enviar os tanks para a rua?

Ao responder às suas invectivas, desta vez, não creia que vou continuar. Tenho pena que no meu país de origem, ainda existam saudosistas do tempo de Salazar, para quem uma opinião oposta é um delito. Não é nada mais que uma lacuna imensa na cultura e na formação política de muitos Portugueses, que ainda estão nas esquinas das ruas à espera dos tanks soviéticos e dos cossacos, com o punhal nos dentes, prontos a comer as criancinhas.

A propósito: A URSS, conheci, para o meu trabalho. E os USA também, para o meu trabalho durante 30 anos. Estive lá há 4 meses. E os sintomas do que acontece já lá estavam. Em grande…

Anónimo disse...

Olha, o comuna do Freitas chama fascista a quem discorda dele. Este vermrelhoide primário que toma de assalto o blog com os seus disparates (contados a um mínimo de dezenas de linhas cada), que defende ditaduras canalhas, que vive com palas e é obcecado com os EUA (nem no facebook o homem lhes dá descanso), este comuna - digo eu -, mau poeta e - salvo erro -, antigo poluidor do portugaldiario.pt, chama fascista a quem lhe aponta a estupidez das divagações. Esta porcaria é chapa cinco, vira o disco e toca o mesmo!

Para Cuba, ó Freitas, já... e em força, que o sol não dura sempre.

Anónimo disse...

Ó Freitas - que tanto conhece os EUA: o que é um "krach"???!!! Tem alguma coisa a ver com "crachá", o crachá de fanático comuna que você tem no meio da testa?!

Anónimo disse...

E não se preocupe com os "tanks". Essa, de enviar tanques para a rua esmagar manifestações é dos seus amigos!!! Dos seus amigos de Angola, de Cuba, da URSS, de todas essas pútridas ditaduras comunas que você defende, seu fanático!!!

Francisco Seixas da Costa disse...

Creio que estimulado pela vitória de Trump, um comentador (travestido de vários) decidiu desembestar contra outro, na caixa de comentários deste blogue. Tenho sido de grande permissividade, porque acho que a polémica pode ter graça, mas o que é demais também cansa. Assim, acabou o "recreio".

Anónimo disse...

caro embaixador

então, soube-lhe bem o cocktail?

cumprimentos

Isabel Seixas disse...

caro sr. Embaixador

continuo a gostar de passar por aqui, de beber o conhecimento que nos permite da sua análise critica sensata e inteligente, gosto imenso do comentador Joaquim de Freitas com quem me identifico na integra até pela seriedade dos seus comentários face à preocupação com as dificuldades das pessoas nas mãos de governantes frívolos e de garotos de programa que só querem a qualidade de vida para si próprios e os seus umbigos, sem se preocupar com a fome e a miséria de quem nasce sem oportunidades, de modo que cá continuarei de pedra e cal com muito gosto a lê-lo e aos seus comentadores sérios.
Abraço amigo
Isabel

António Pedro Pereira disse...

Caro Senhor Embaixador:
Gabo-lhe a paciência de ter aguentado durante um tão longuíssimo tempo os dislates e as ofensas pessoais (especialmente dirigidas a outro comentador) de quem aqui vem apenas poluir as caixas de comentários.
Varrer o lixo para o caixote do dito não é censurar ou maltratar o dito lixo: é higienizar a casa, valor essencial em qualquer espaço de urbanidade.

Anónimo disse...

http://blogs.spectator.co.uk/2016/11/sneering-response-trumps-victory-reveals-exactly-won/

Anónimo disse...

Seja! Por mim, retiro-me "para longe". Já que a oposição ao que o Freitas looooongamente escreve parece ser-lhe tão desagradável, calo-me. Manda o dono da casa. Agora, desengane-se - mesmo! - se acha que é apenas uma pessoa que embirra profundamente com algumas coisas inadmissíveis que o Freitas escreve e lhe deixa comentários por aqui. Muito mal estaríamos se assim fosse!

Adieu!

Anónimo disse...

O comentador Manuel Silva parece só acordar quando se trata de defender o seu camarada. É pena. Fica a esperança de que possa gastar o seu tempo a aprender a diferença entre combate político (musculado, pois!) e ofensas pessoais porque - claramente -, não o sabe. Talvez viva numa redoma de vidro, talvez seja - apenas -, excessivamente sensível. Vá-se lá saber...

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