sábado, julho 09, 2016

Portugal e a França

Há um mundo de "não ditos" na relação entre os povos, nas mútuas perceções. Neste tempo de emoções coletivas fortes, que o futebol proporciona, alguns sentem-se legitimados para deixar escapar aquilo que lhes vai no fundo da alma, da mesma forma que o empolgamento de uma bancada permite exprimir a muitos aquilo que, com serenidade, nunca diriam.

Na nossa vida diária, nunca dizemos "tudo" aos outros, tudo aquilo que deles pensamos, com o objetivo de salvaguardar o essencial, que é a relação pessoal. Por isso, e até por vício profissional, sempre entendi que, no tocante aos países estrangeiros e ao que deles pensamos (naquele redutor e caricatural "eles"), há que procurar manter alguma contenção, embora perceba que este tempo de "pátria em chuteiras" não ajude muito a isso.

Centenas de milhares de cidadãos portugueses vão continuar a viver em França, depois de segunda-feira, independentemente do que vier a passar-se no domingo. Muitos terão, nas suas famílias e nos seus amigos, quem esteja muito dividido ou quem seja ferrenhamente por um dos lados. Espero, com sinceridade, que as tensões destes dias, os exageros verbais de parte a parte, não acabem por ter um efeito negativo no quadro de relacionamento entre muitos franceses e outros tantos portugueses que vivem em França. Seja lá isso o que for, na realidade dos factos, para além da mútua retórica.    

16 comentários:

Anónimo disse...

Ó FREITAS, OS TEUS AMIGOS NOS ESTADOS UNIDOS COMEÇARAM A MATER BRANCOS. AGORA É QUE ESTÁ BOM PARA TI Ó FREITAS.

Anónimo disse...

O texto assinado por Margarida Marques e Harlém Désir sobre o quadro institutional da UE como "correspondendo ao que precisamos" é francamente medíocre. Precisamente o quadro institutional que temos é pouco transparente e nada compreensível pelas opiniões públicas. Alguém sabe o que é o Conselho de Assuntos Gerais e o que é que faz exactamente a Comissão? Não comecem a comunicar melhor a Europa que não é preciso.

Jorge Fonseca disse...

Dada a importância da França para o nosso País, nomeadamente na questão dos emigrantes, o seu post é muito pertinente. A que se deve acrescer, a gratidão que é devida aquele País, que tanto mitigou a miséria de Portugal na década de 60.

Mas para mim o jogo de amanhã, é mais do que um jogo de futebol. Seria a forma de dar alma e respeito a um País, principalmente aos seus emigrantes.

O País miserável dos bidonvilles, dos homens do lixo, dos pedreiros e das porteiras ( tão bem retratado no filme Gaiola Dourada, que não será apenas uma comédia), dos gajos porreiros e subservientes, se ganhasse no futebol, nesse instante, olharia olhos nos olhos com a França.

E, quero crer, que na segunda feira no inicio dos turnos laborais, por uma vez, veria sobranceria ternurenta nos olhos dos meus concidadãos.

No fundo, a vida é feita destas pequenas alegrias, eternas enquanto dura.

o Merceeiro disse...

vinha aqui para escrever outra coisa, mas depois de ler estas duas notas pouco diárias, mas prenhes de arte diplomática, abstenho-me e se me permite, embora várias linhas abaixo, assino por baixo.
paralelamente, estar a assistir na tv ao “FESTIVAL AO LARGO 2016”, também ajuda a acalmar e não escrever o que me apetecia.

Dor em Baixa disse...

Não sei se as televisões francesas andam a fazer um trabalho tão baixo e contraindicado como o das televisões portuguesas. Se andam é bem lamentável.
Na Antena 1 um relatador a gritar desalmada e desavergonhadamente é considerado serviço público. Repetem-no sem se cansarem. E não há um responsável que imponha a observância de princípios.

A Nossa Travessa disse...

Chicamigo

Não quero lembrar-me das três invasões francesas no tempo do Napoleão; não quero - mas lembro-me da minha quarta classe em que fiquei revoltado contra Junot, Masséna, Murat e Sult. Talvez mais que revoltado, tinha um ódio que se diria visceral contra os invasores.

Por isso continuei pela vida fora a não gostar dos franceses; além do seu chauvinismo eram e são arrogantes e muitas vezes intratáveis. Claro que na década de 60 acolheram os portugueses que emigraram a salto para não irem para a "guerra do Ultramar" designação salazarenta para a guerra colonial.

Mas, eis que surge o famoso e mentiroso penalti marcado pelo M. Platini que hoje está pouco agradável acusação de corrupção. Com isto tudo, acompanho o teu desejo de amanhã não haja "chatices". Oxalá que não - desde que ganhe Portugal...

Abç do Leãozão

António Pedro Pereira disse...

Este cobarde [o Anónimo das 15:41], que se esconde no anonimato, está sempre a implicar com uma das pessoas que comenta regularmente no blogue.
E não se trata de discordar - e por isso, implicar - com as ideias da pessoa, trata-se de a provocar gratuitamente.
O que é, no mínimo, lamentável.
Como se o dono do blogue e os visitantes assíduos e comentadores tivessem que ver com as paranóias deste sujeitinho.
Vergonha na cara é uma coisa que faz falta a muita gente.
Gentinha, melhor dizendo, que nem se dá conta disso e das figuras tristes que faz.

ignatz disse...

o manuel silva não percebe que é o "país real", de que ele também faz parte, que por aqui se deixa publicar.

António Pedro Pereira disse...

ignatz:
O mundo real de que faço parte é composto por pessoas com comportamentos muito diferentes uns dos outros.
Não me espantaria, pela aceitação do comportamento cobarde do anónimo das 15:41, que sub-jaz ao seu comentário, que o senhor e o dito anónimo fossem a mesma pessoa.

Correia da Silva disse...

Ó ignatz, atenção aos direitos de autor.
Plágio é crime !

ignatz disse...

"Não me espantaria, pela aceitação do comportamento cobarde do anónimo das 15:41, que sub-jaz ao seu comentário, que o senhor e o dito anónimo fossem a mesma pessoa."

senhor manuel silva, essa conversa deve ser para endossar ao senhor embaixador, limitei-me a usar uma resposta que ele me deu noutro dia quando reclamei coisa parecida.

António Pedro Pereira disse...

ignatz:
Tal como o cobarde anónimo das 15:41, vejo que o senhor anda por aqui apenas a acertar contas com outras pessoas.
Eu pensava que os blogues serviam para quem os visitar comentar as ideias dos posts.
Mas isto sou eu a pensar, erradamente, com certeza.

ignatz disse...

o sr. manuel silva vê curto, pensa mal e exprime certezas duvidosas. é curioso que o senhor defenda o comentário de ideias e acabe com juízos de valor e intenções sobre outro comentarista.

António Pedro Pereira disse...

ignatz:
O senhor tem muito mau perder.
Todos os argumentos lhe servem.
Portanto, para si, uns devem limitar-se a discutir ideias.
Outros a implicar com alguns desses ou com o dono do blogue (como o senhor faz recorrentemente).
E sobre as atitudes destes, os primeiros devem ficar calados.
É a democracia e a liberdade de expressão «à la ignatz».
Compreendi.

ignatz disse...

"O senhor tem muito mau perder."

se é opinião, deveria ser fundamentada. caso seja piropo, pode ser considerado assédio e punível por lei.

"Todos os argumentos lhe servem."

nem todos, só o que bate certo com aquilo que penso. chama-se coerência, se não souber o que é, favor consultar o priberam.

"Portanto, para si, uns devem limitar-se a discutir ideias."
não. foi o senhor que disse (3 comentários acima) "Eu pensava que os blogues serviam para quem os visitar comentar as ideias dos posts."

"Outros a implicar com alguns desses ou com o dono do blogue (como o senhor faz recorrentemente)."

o senhor chama-lhe "implicar", argumentar contra não. portanto a discussão é abanar a cabeça como aqueles cães de barro em prateleira alcatifado do vidro traseiro.

"E sobre as atitudes destes, os primeiros devem ficar calados."

caso ainda não tenha percebido,a resposta que o senhor não gostou, foi aquela que o senhor embaixador me deu quando me manifestei em situação idêntica à sua.

"É a democracia e a liberdade de expressão «à la ignatz».
Compreendi."

com todo o respeito não percebeu pevide. aqui o regulador da democracia e liberdade de expressão é o dono do blogue que publica o que quer e aquilo que agrada aos democratas que frequentam o blogue.

foi um prazer, sr. manuel silva. ao seu dispor, mande sempre.

Anónimo disse...

O comportemento de determinados anónimos, parece pour vezes atingido por esquizofrénia.
C.Falcao

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