segunda-feira, fevereiro 08, 2016

Museu do Aljube


Fui ontem visitar o Museu do Aljube, um espaço que devia ser referência para todas as escolas, porque as novas gerações só virão a entender o que vai ser o seu futuro - e só perceberão as limitações do seu presente - se souberem o que significaram quase cinco décadas com polícia política, censura, repressão das liberdades, agressão colonial, condenando o país a um subdesenvolvimento que, infelizmente, não foi apenas no domínio económico-social.

Com um notável equilíbrio político, sem sectarismos partidários, o trabalho museológico do Museu do Aljube mostra o que foi a luta contra a ditadura e a ideologia que suportava o regime.

Porém, no melhor pano cai a nódoa. Não gostei de ver por lá duas ou três referências à "troika" e à situação que o país viveu nos últimos quatro anos. Havia necessidade? O 25 de abril deveria ser a data limite para um museu desta natureza, se o objetivo é unir as pessoas na rejeição, indignada mas serena, de um determinado tempo passado.

5 comentários:

Alcipe disse...

Sabes o que é feito de um Museu da República e Resistência a quem eu tive a insensatez de oferecer uns livros e papéis, que continuavam vinte anos depois dentro das caixas em que para lá foram?

Anónimo disse...

Do mesmo modo que temos pena das criancinhas órfãs que em vez de um pai e mãe adoptivos cai-lhes na rifa dois pais ou duas mães, teremos que ter um momento de comiseração pelos filhos de resistentes antifascistas que terão como programa de Sábado à tarde uma visita ao Museu do Aljube... Pouco melhor que a missa dominical com benzeduras e devoções aos santos....

Anoynimous

Anónimo disse...

Caro Alcipe,

Agora que os ares estão mais puros, o Museu deve finalmente ir para a frente. Neste aspecto pelo menos, o João Soares não deve dormir.

Um abraço do

JPGarcia

Reaça disse...

Estes museus, todos os museus, devem contar o que se passava naqueles tempos a que se referem.

Está na hora de fazer a completa análise dos anos salazaristas.

Deve-se contar também "todas as que cairam no chão".

Tantas desperdiçadas!

alvaro silva disse...

Tem razão sr embaixador. a"troika" no aljube é como viola em enterro: Está a mais: a menos estará a história negra e muito preta , por a quererem branquear dos presos políticos de 1ª República e que foram tantos e também torturados e mortos e até obrigados a usar o "capuz penitenciário" o que até revoltou um dos presidentes dessa república velha. Também lá fazem falta e muita pois a História não se deve esconder!

Fora da História

Seria melhor um governo constituído por alguns nomes que foram aventados nos últimos dias mas que, afinal, acabaram por não integrar as esco...