domingo, setembro 20, 2015

Lembram-se da Grécia ?

Há menos de um ano, as eleições na Grécia traziam à Europa duas vias claras. 

Depois, foi o que se viu. As propostas gregas encontraram a oposição absoluta de quem manda na Europa do euro e o governo do partido que titulara essa recusa acabou por aceitar tudo quanto essa mesma Europa lhe impôs.

Imagino que, no dia de hoje, um cidadão de Atenas deve, mais do que nunca, "sentir-se grego", ao ter que optar pela austeridade ou ... pela austeridade!

21 comentários:

Joaquim de Freitas disse...

E quando leio que os "pequenos" países foram os mais acérrimos a querer pôr a Grécia fora da zona Euro, segundo Michel Sapin, entre os quais ...Portugal.... Como somos pequeninos!

Portugalredecouvertes disse...


os comentários de um pais pequeno como Portugal poderão ter algum efeito, quando tamanhas estratégias estão em ação ?! pelo lógica só seriam mencionados se forem úteis para alguém tirar algum proveito, ou não terei percebido o comentário?
feliz domingo para os gregos também :)

Anónimo disse...

Concordo consigo. o Tsipras foi um traidor do que tinha anunciado. Apoiarei sempre quem tiver estofo de levar o caso ás ultimas consequ~encias e caso isso seja a anarquia total pois que seja. Pergunto é quem tem mais a perder numa anarquia, quem já está falido? ou quem tem medo de perder os milhões e milhões que tem?

Majo disse...

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~ Subscrevo o comentário do Joaquim de Freitas.
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Anónimo disse...

conta-se que um dia perguntaram a Péricles quem mandava na Grécia: a resposta foi, o meu filho. Ele manda na mãe, a mãe manda em mim, eu mando em Atenas, Atenas manda na Grécia.

Por ouras palavras: na Europa manda a CDU, a alemã, não a dos camaradas. Ela manda em Berlim, Berlim manda na Europa, a Europa manda nas províncias. Digo províncias porque a maioria castrou-se em nome de um messianismo e deixou de ser Estado. E como quem manda não dá escolha há quem resmungue e dê pontapé. Levam estes o labéu de populistas com que são execrados.

O problema para o clero desta nova religião laica é que há cada vez mais não praticantes, agnósticos e até apóstatas. Este é o alçapão das religiões laicas. As unhas de ouro do cadáver de Antinoos são hoje as garras da comissão europeia.

josé ricardo disse...

Claro, Joaquim Freitas. O problema grego pós-eleições deveu-se muito mais à cobardia de certos países, principalmente os do arco mediterrânico, do que ao governo grego. Posto isto, custa-me entender o papel do sérias nestas eleições. O que querem, afinal?

Anónimo disse...

É dramático na Grécia não haver aleternativas reais para resolver os problemas, depois da traição de Tsipras e do caos económico deixado pela Direita da Nova Democracia.

Unknown disse...

Isto de contar com o dinheiro na carteira dos outros dá ...em siryzadas destas!!

Anónimo disse...

Os Gregos o que querem é optar pela honestidade. Mas tal como para nós essa opção está riscada no "menu". Por cá há muito tempo!

Anónimo disse...

Por cá como o costume toda a gente, direita e esquerda, entra na moda. A moda é estar contra o syriza e em particular contra o tsipras. Como sempre estou fora de moda!

Jaime Santos disse...

Ainda bem que o anónimo das 13:27 não exerce funções governativas (não as exerce, tenho a certeza). A anarquia total de que fala com tanto fervor pode fazer que pessoas não recebam os seus medicamentos, que as ambulâncias não disponham de combustível para transportar doentes e a polícia não seja capaz de conter pilhagens e por aí a fora. Ou seja, pode fazer com que morram pessoas. Resumindo, os que estes 'radicais' querem é Leninismo colado a cuspe. A opção da saída do Euro requer uma coisa chamada 'estratégia para saída do Euro' e nenhum político responsável (incluindo os do BE e do PCP) embarcaria numa aventura dessas sem a dita estratégia (pergunte ao Prof. Louçã). O facto de que os programas do BE e CDU são omissos em relação a tal coisa significa que na realidade esses Partidos não contemplariam uma saída do Euro se chegassem ao Poder, e que só dizem o que dizem porque sabem que não vão ter responsabilidades governativas. Foi isto mesmo que aconteceu a Tsipras. Contrariamente a Varoufakis, Tsipras sabia que não valia a pena pensar num plano B, porque não havia tempo para tal. Logo, face à intransigência europeia (por culpa da estratégia negocial do Syriza, mas também pelo extremismo de Merkel and Co), Tsipras tomou a única atitude responsável, isto é, capitulou. Não o censurem por isso, e sim pelas propostas irrealistas com que ganhou as eleições de Janeiro.

Anónimo disse...

Grandes gregos!

JPGarcia

IsabelPS disse...

Se o Joaquim de Freitas se está a referir a uma entrevista de Michel Sapin à RTL, ele referiu-se sim aos pequenos países e mencionou explicitamente A Eslovénia mas não, nunca referiu Portugal. Foi um diz-que-disse ampliado na nossa comunicação social que não tem por hábito ir às fontes... Aqui tem a transcrição da entrevista:

http://discours.vie-publique.fr/notices/153001835.html

Joaquim de Freitas disse...

A solidariedade , sendo um dos primeiros valores inscritos na fundação da UE, a atitude submissa dos pequenos países do Sul permitiu aos dois motores essenciais, a França e a Alemanha, de aplicar uma disciplina de ferro aos Gregos , mostrando assim que a solidariedade não conta quando os interesses superiores dos dois estão em jogo. E digo os dois, porque são sobretudo os bancos franceses e alemães que a UE protegeu.
A submissão dos países do Sul permitiu à UE ( Merkel e Schaüble)
de enviar um aviso sem despesas a Portugal, à Espanha e à Itália.

O jogo vai recomeçar porque a Grécia nunca poderá pagar a dívida. Mesmo o FMI o confirma. A reestruturação impõe-se.

Tsipras voltando ao poder, as cartas vão ser distribuídas de novo.

Joaquim de Freitas disse...

Senhor Jaime Santos:

Quando escreve :"Logo, face à intransigência europeia (por culpa da estratégia negocial do Syriza, mas também pelo extremismo de Merkel and Co )":

Nao acha que se os outros paises que se encontram numa situaçao quase idêntica, se tivessem sido solidàrios, a intransigência de Merkel seria menos afirmada?

Quanto "às propostas irrealistas" ainda voltaremos ao assunto dentro em pouco, porque a Grécia nunca poderà pagar !

Abraham Studebaker disse...

Os bailarinos são muito criticados pelos surdos! -Nietzche
Que medrosos encartados tremam perante a coragem dum povo que teima em votar em quem não suporta a austeridade e que,táticamente,teve que dar vários passos atrás,compreendemos. Glória aos que resistem!

Abraham Studebaker disse...

ó Jaime Santos.capitulou? Continua a sonhar com o fim da História? Fie-se na Virgem (Merkel) e não corra...

Anónimo disse...

Os "socialistas" UE com as palas nos olhos parecem as mulas que antigamente tiravam a água dos poços.

Infelizmente a Europa, desfaz-se por culpa dos laicos fantoches dos maçons & companhias $$$$$ !

Joaquim de Freitas disse...

Cara Isabel PS, a expressão" pequenos países" não necessita que façamos a lista! Não mencionou Portugal, mas a posição dos dois primeiros-ministros portugueses e da ministra das finanças, são bem conhecidas.
Quanto ao Michel Sapin, no dia 11 de Julho, no momento mais quente da crise grega, quando os tais "pequenos países" mostravam a sua inflexibilidade, Michel Sapin proferiu as palavras seguintes, ao sair da reunião dos ministros das finanças: "Não teria sido possível fazer a Europa com tais irresponsáveis". Creio ter lido nessa data a posição da ministra das finanças portuguesa, ML Albuquerque.

(L'OBS- edição n° 2634, de 17 de Setembro, página 52).

Joaquim de Freitas disse...

A má fé e mesmo a manipulação da verdade pelos dirigentes europeus são extraordinárias: Esta manhã, na rádio France Inter, Martin Schultz, presidente do Parlamento Europeu, respondendo a uma pergunta duma auditora, sobre a falta de solidariedade da Europa no caso grego, impondo a este povo condições impossíveis, que Tsipras queria renegociar, e que mesmo o FMI considera impossíveis, respondeu: " A UE foi solidária, porque já deu "deu" 180 mil milhões aos gregos!

Um socialista, que responde desta maneira, quando sabe – e ele mesmo criticou em tempos a maneira como esse dinheiro foi utilizado –, que essa soma enorme serviu sobretudo a pagar os bancos franceses e alemães, e que apenas 12% foram reinvestidos para melhorar a vida dos gregos, que continuam a não ter dinheiro para comprar medicamentos...

Tsipras volta ao poder. Veremos os mesmos europeus correr para Atenas para dar as mesmas lições de moral aos gregos.
A arrogância e mesmo o desprezo dos abastados aos necessitados, as lições de moral aos depenados, aos desempregados, aos doentes e aos velhos... Amanhã a parturiente que passa férias na maternidade...

A arrogância da Europa para com a Grécia que ela deitou para a berma da estrada e a quem ela pedirá de continuar de joelhos, a escudela na mão, porque este povo cometeu uma falta aos olhos da troika para quem, a história da Europa dos povos, se escreve num livro de contabilidade, e sobretudo em mais nenhum lugar, nem de outra maneira.

A imoralidade dos bancos que "corrigem", metendo-lhes a mão no bolso, os clientes atordoados e por eles arruinados, e não só na Grécia, como em Portugal e algures...

Não me recordo quem dizia que " os banqueiros ralham com os pobres para se dispensarem de se compadecer com a sua sorte", dos pobres , claro!

Talvez , sem dúvida, para evitar de constatar porque é que os pobres são cada vez mais pobres e os ricos cada vez mais ricos.


Jaime Santos disse...

Caro Joaquim de Freitas, Quando eu falo em propostas irrealistas, falo da contradição insanável entre permanecer no Euro e querer mais uma reestruturação da divida e o alivio da Austeridade. Goste-se ou não, já se percebeu (e isso era claro desde que Merkel disse a Papandreou que queria fazer da Grécia um caso exemplar) que os Países do Norte da Europa, com a Alemanha a cabeça, não o permitirão e castigarão quaisquer veleidades com um garrote financeiro. Eu acho, como Varoufakis, que a Grécia deveria ter saído do Euro. Cheguei alias a acreditar, quando Tsipras convocou o referendo, que o que ele queria era um mandato popular para fazer isso. A forma como tergiversou na semana seguinte convenceu-me que ele nunca tomaria esse caminho, porque não tinha um plano para isso. Como disse o Guardian, os Gregos (e nos) vão permanecer bastante tempo numa prisão de divida e fariam bem em ir preparando a fuga (mas isso levara anos). A Esquerda que deseja a saída do Euro faria bem em começar a cavar trincheiras e a preparar o terreno (em vez de vir para a Campanha Eleitoral fazer meras declarações de intenções), porque as Guerras ganham-se com armas e não com princípios (ou pelo menos estes por si só contam muito pouco). Quanto as atitudes do Governo Português e Espanhol, são muito naturalmente lamentáveis, porque deveria existir uma coisa chamada solidariedade entre os povos europeus, e acho que os Gregos não esquecerão a afronta tão cedo, mas conhecendo Passos e Rajoy, esperaria outra coisa? O JF quer fazer Historia Contra-factual, mas para isso precisaria igualmente de outros protagonistas...

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