domingo, dezembro 14, 2014

Anonimato

Uma magistrada decidiu publicar um artigo no "Expresso", abordando o comportamento da Justiça no caso Sócrates. Talvez temerosa do juízo dos seus pares, e com a benévola anuência do jornal, optou pelo anonimato.

O texto, aliás fraquinho, alinha algumas obviedades e limita-se a estabelecer um duvidoso paralelo do caso com outro exemplo clássico. Como opinião, é mesmo muito pouco.

Mas não deixa de ser revelador: se, para dizer aquilo, a magistrada necessitou de ser esconder sob um pseudónimo, podemos imaginar a coragem com que tomará, ante os holofotes públicos, as decisões mais difíceis e impopulares que lhe vierem a surgir na profissão.

13 comentários:

já comprei um piano e meti explicações de françiú, mas... disse...

poizé, dum pseudonimato tinha de ser coisa fraquinha, sem interesse e revelador da falta de carácter da bicha. fixe mesmo, são os conhecidos anónimos das fontes do palácio ou das fugas de informação dos processos do alex, esses é que são valentões, dão a cara e escrevem sentenças corajosas. ah! como eu gostava de ter passado pelo corpo diplomático para ter uma visão tão acutilante do mundo em geral e da sociedade portuguesas em particular.

Francisco Seixas da Costa disse...

Ao anónimo das 13,46: Há sempre uma última hipótese: faça concurso ao MNE e, se tiver qualidade, entre para a carreira. Depois, com o tempo, pode tentar - mas não posso assegurar nada, como compreenderá - "ter uma visão tão acutilante do mundo em geral e da sociedade portuguesa em particular". Se não conseguir, paciência! Pode sempre regressar àquilo que é: um corajoso anónimo.

José Manuel Marques Ribeiro Varatojo disse...

"faça concurso ao MNE e, se tiver qualidade, entre para a carreira."


Até porque os concursos para o MNE seleccionam mesmo a qualidade, como se sabe - pelo menos os mais recentes. O do ano passado deu especial importância ao cartão partidário e ao nome dos "candidatos", ignorando o currículo de muitos deles (alguns doutorados!) e, mais uma vez, com uma série de ilegalidades - espero que aconteça como no de 2009 e que haja candidatos roubados pela máquina de corrupção do MNE a serem integrados.
E não esqueçamos a completa trapalhada que foi a primeira "prova de cultura geral"; na "prova de língua portuguesa", o MNE revelou não saber o que é um resumo, remetendo-se para as mais bárbaras arbitrariedades na reapreciação de provas, nem sequer enviando os critérios de correcção a quem quis reclamar da sua classificação.
Se os concursos do seu tempo eram bem organizados e justos, ainda bem para si, porque os actuais são um NOJO.

Por mim, era simples: selecção pelo CV, faculdade frequentada, provas escritas de desempate e entrevistas profissionais. Quem comprou canudos, tem cartão partidário ou andou a dormir na forma fica de fora.

Para poder proferir certo tipo de decisões é que a suposta magistrada optou pelo anonimato; não me parece, porém, de bom tom ao jornal publicar tal coisa. Mas o "Expresso" já há muito que deixou de ser um jornal, de facto.

Anónimo disse...

Para se entrar no MNE, não é preciso ter qualidade, não façamos confusões patetas. É tão só saber responder ás perguntas dos testes, passar nas provas e já está, naturalmente com alguns dos tais conhecimentos que para aquele tipo de concurso (público) são exigidos (diferentes daqueles para ingressar na magistratura, por exemplo). A qualidade, quer profissional, quer, sobretudo de caracter é outra história. A primeira vai-se adquirindo e prova-se ao longo da carreira, há os que têm queda para a coisa, outros não. O que não é defeito, tão só erro de "casting". Quanto ao carácter, é coisa que nasce connosco, ou não se nasceu com ela. Gente deste tipo abunda no MNE, desde há muito. Felizmente,há por lá também o oposto. Portanto, o anónimo, se quiser perder o seu tempo em ser diplomata, ponha-se a par de uns tantos assuntos e concorra para o ano. Vai ver que é uma carreira "excitante"!
Adido de Embaixada

Correia da Silva disse...

Poizé! O Henriquino bate sempre na mesma tecla!

Correia da Silva disse...

Não comenta aqui ninguém do CIOE.
Muitos(CIOE) -Oficiais,Sargentos e Praças, comeram muita ração de combate(quando a havia), fizeram acção psicológica, (onde andavam os especialistas?????)????????no Tavares rico, em Lisboa a estagiar na diplomacia da bandalheira militar!"""""

Correia da Silva disse...

Eu, que abomino ANÓNIMOS , ordeno e mando publicar:
UMA SALVA DE PALMAS ao anónimo das 16:24.

vendi o piano no olx e desisti do françiú disse...

tirando as reacções corporativas do costume, argumentos: zero. discutir a matéria do poste, tá quieto oh mau. o importante são as condições de acesso ao mne e a identificação dos corajosos

ignatz disse...

"Eu, que abomino ANÓNIMOS , ordeno e mando publicar:
UMA SALVA DE PALMAS ao anónimo das 16:24."

o anónimo das 16:24 diz em rodapé que é adido de embaixada, afinal a magistrada luísa gusmão não está sózinha nas precauções, no mne tamém se socorrem do anonimato.

NG disse...

Não é por acaso que alguns dos blogues políticos com mais qualidade são escritos e comentados por anónimos. No ponto em que as coisas estão, o anonimato pode tornar-se a forma de intervenção política mais saudável. O risco de ter atrás de si hordas com paus e pedras arregimentadas pelos tablóides de ocasião pode não justificar a bravura da exposição pública. A razão não tem rosto.

Anónimo disse...

"preveem" e não "prevêem", segundo o AO

Anónimo disse...

A coragem de publicitar um texto sobre um acontecimento não diretamente ligado ao exercício de funções é, nos dias que correm, um ato de coragem, como o é ouvir psicólogos não contratados pelo MJ falarem com a voz distorcida e sem darem a cara.(caso dos Serviços Prisionais).
A coragem está em ter opinião e dizer que, na verdade, a liberdade não está passando por aqui.

Anónimo disse...

A 'velha senhora' reitera a sua velha opinião sobre o anomimato:

sempre contra o anonimato!
aí vexa não perdoa:
vem de anónima, é fraco,
não pode ser coisa boa!

doi-lhe o dito ou doi-lhe o facto
de que a ''justiça' nos doa?
ou só o heteronimato
mesmo se for do pessoa?

já nem sei o que lhe diga,
caro jov' embaixador.
admiradora e amiga,

só lhe peço, por favor:
julgue o que vale a cantiga,
minha, dela ou de quem for,

Manuel Alegre

Tenho muita pela pelo facto de não ter podido estar ontem presente no lançamento do livro de memórias de Manuel Alegre. Manuel Alegre é, nes...