domingo, novembro 27, 2011

O nosso fado

O nosso fado já é património da humanidade. As vozes que se erguem a cantá-lo, as letras que nele exprimem os nossos desalentos e alegrias, as guitarras e violas que o choram e a música que tudo isso envolve, fazem parte de uma cultura que agora já não é só nossa, já pertence ao mundo. Um mundo que, contudo, dificilmente entenderá alguma vez esta "estranha forma de vida" e por que é que, neste nosso fado, a lua rima sempre com a rua, o Tejo com o desejo e o amor com a dor. Vai bem longe o nosso fado.

22 comentários:

Anónimo disse...

Lua... seguindo a vossa rima

http://www.youtube.com/watch?v=nG23sUCrde0

Anónimo disse...

Pois para mim, Senhor Embaixador, eu vou mais por aqui:

http://www.youtube.com/watch?v=KTBCfBSEF60

Respeitosos cumprimentos

Anónimo disse...

E quem o escreve é um transmontano, certo? É que têm andado por aí uns infelizes, desesperados por ver nesta coisa do Fado mais um exemplo de "centralismo". Pobre gente... e pobres de nós por termos de conviver com eles.

Anónimo disse...

Belo texto, Embaixador. Vossa Excelência é um verdadeiro artista... and you know what I mean.

CSC

patricio branco disse...

É um titulo, um reconhecimento do seu valor e beleza sem duvida, mas nestas horas de crise, más noticias e tristes perspectivas, não me consegue afectar um milímetro no sentido anímico positivo.
Foi um excelente trabalho no terreno, dos fadistas e dos estudiosos do fado, e internacionalmente, dos nossos meios profissionais diplomáticos. Estão de parabéns todos.
E que tenha resultados práticos, culturais e económicos.
Ps. Também que o fado se torne cada vez algo mais dinâmico e menos tímido e conservador como acontece com o flamenco e o tango, p ex. Espero não dizer disparate, mas que apareçam o astor piazzola e os gipsy kings do fado (o elaborado e o popular)

Helena Oneto disse...

Magnifico texto, meu caro Embaixador!
Que bom testemunhar, aqui, a sua sensibilidade e partilhar connosco o seu sentimento desta "estranha forma de viver" que é tão nossa, tão portuguesa.

Anónimo disse...

Tambem vibro com o Fado e regozijo-me, na falta de melhor, com esta decisao da Unesco de hoje !
Neste marasmo de morosidade em que a crise é a palavra que mais alastra em Portugal para por de rastos a moral dos portugueses esta novidade pode trazer mais vontade de exprimir alegria (senao tristeza) convidando-nos a cantar.
José Barros.

Portas e Travessas.sa disse...

Excelente texto...até parece que é de Alcantara - o fado é que "educa"

Unknown disse...

Gostei, gostei muito. Até porque, quando puto, ou seja com os meus 17 aninhos o cantei, até na «Toca» do grande Carlos Ramos, com quem fiz umas desgarradas.

Mas, o Pai Ferreira entendeu que eu não devia dedicar-me a tais trotes e... fechou-me o bico.

Não é pra me gabar, mas tenho a certeza absoluta, absolutíssima, que se perdeu uma enorme carreira. É a vida.

Anónimo disse...

Pois claro, o Fado !

A nossa vida é um Fado !
Estamos fadados a esta tristeza !
Fugir dela nem que seja a nado,
Desta vida perdida, concerteza.


Ainda temos os cantares alentejanos, o corridinho e o Vira minhoto que também podiam ser consagrados !

OGman

Julia Macias-Valet disse...

Foi Deus...

Tendo passado p'ralém dos Pirinéus ja la vao quase 20 anos...so duas melodias têm a capacidade, fora da patria, de me por a chorar : o Fado e as Modas Alentejanas...

...o Flamenco, esse é o melhor antidoto contra o cinzento de Paris : )

Ah ! esse Sul que se nos cola à pele... ; ) Graças a Deus !

Anónimo disse...

Acabei agora de ver que o Presidente da CML, no seu discurso de agradecimento, agradeceu (lá está...) em Inglês, Francês e... Castelhano.

A tal língua dos 200 milhões não para de marcar pontos! :))

Helena Sacadura Cabral disse...

Meu caro Antunes Ferreira, perdeu-se a voz mas não talento!
Veja se não estou inspirada...

Julinha com a minha costela tripartida de beirã, alentejana e espanhola, estou consigo.

Caro Ogman olhe que até tem razão, podiam mesmo!

Francisco Seixas da Costa disse...

Caro Henrique Antunes Ferreira: estou mesmo a ver o meu Amigo, cabelo espastado, risca ao lado, ar gingão, cabeça atirada para trás, mãos nos bolsos, a barriguinha avançada, a debitar o "Não venhas tarde", com aquelas "viragens" de 180º que os fadistas fazem nas "casas", para abranger os turistas da outra banda da sala. Ah! e com um lenço ao pescoço e outro, a condizer, a pingar do bolso do casaco, num ambiente com aquele cheirinho a sangria e caldo verde. O que eu dava para lá estar!

Nuno Sotto Mayor Ferrao disse...

Caríssimo Embaixador Francisco Seixas da Costa,

Nos tempos da Globalização e da uniformização de padrões culturais nada mais importante a este nível do que a protecção da diversidade cultural a que a Unesco se tem dedicado com estas prestigiantes Classificações. Esta candidatura do fado a Património Imaterial da Humanidade foi muito bem fundamentada e uniu os portugueses de todos os cantos do mundo num sentimento salutar de pertença a uma identidade cultural comum.

Saudações cordiais e fraternas, Nuno Sotto Mayor Ferrão
www.cronicasdoprofessorferrao.blogs.sapo.pt

Isabel Seixas disse...

Bem o post é de si também e desde logo uma tão bonita homenagem ao fado, que merece ser "musicado".

Talvez até um talentoso comentador...

patricio branco disse...

magnifica a cena imaginária de haf a cantar o fado

gherkin disse...

Estamos de parabens! Mas agora há um árduo trabalho a fazer -maiores responsabilidades! Para aqueles que disso não têm conhecimento, informo da iniciativa britânica de há alguns anos atrás. Numa, assás inédita iniciativa literária, o Fado foi distinguido, em 1998, pela excelente e lúcida obra de 156 páginas, A History of the Portuguese Fado - História do Fado Português, (Edição de Ashgate, Aldershot, Hampshire), de autoria de Paul Vernon, acompanhada de um histórico CD com 24 raras interpretações clássicas em que constam, nomeadamente, Delfina Victor (Do Quarto do Pão, 1911), Alfredo Duarte - "Marceneiro" (Cabelos Brancos 1944), Madelina de Melo (Quem Mais Jura - 1928), Dr. Edmundo de Bettencourt (Canção da Beira Baixa, 1928), Dr. António Menano (Menina e Moça - 1928), Carlos Leal (Fado de Descrença - 1926-27) e Esmeralda Ferreira do Rio de Janeiro (Resignação - 1934).
Um abraço ao autor deste blogue e cumprimentos a todos. VIVA FADO PATRIMÓNIO DA HUMANIDADE!

Anónimo disse...

O facto do Presidente da CML ter falado em espanhol indignou o habitual comentador rezingão de serviço...

O português já é língua oficial da UNESCO? Não me dei conta.
xg

Anónimo disse...

Não sei "xg" mas... com essa atitudezinha, nunca chegará lá, para seu gáudio pessoal, concerteza!

Anónimo disse...

(De ERA UMA VEZ para Gente especial )

Pego na minha guitarra
ansiosa por cantar
um pensamento profundo

o mundo recebe o fado
mas tem destino marcado
pró "nosso fado" no mundo

Anónimo disse...

O SEnhor Embaixador vai permitir que eu faça um exercício que consiste em tirar algumas palavras do seu texto.

"O nosso fado já é património da humanidade. As vozes que se erguem, exprimem os nossos desalentos e choram, fazem parte do que agora já não é nosso. Esta "estranha forma de vida" com dor. Vai longe o nosso fado."

Diga lá se assim as coisas não ficam melhor.

CSC

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