sexta-feira, março 25, 2011

"Indignez-vous!"

Alguém se surpreendia ontem pelo facto de eu confessar que, até ter vindo viver para França, nunca tinha ouvido falar de Stéphane Hessel. Mais ainda: só cheguei a esta personalidade no ano passado, através da sua participação em alguns programas de televisão e, em especial, da publicação do seu pequeno livro, "Indignez-vous!", de que agora recebi a edição portuguesa. Em França, em seis meses, o livro já vendeu quase milhão e meio de exemplares. Em Portugal, foram 10 mil e está nos "tops" de venda, como me diz o amigo editor que mo enviou.

Hessel é uma figura interessantíssima. Francês nascido na Alemanha, em 1917, foi preso pelos nazis, foi resistente e diplomata, acompanhou o percurso trágico dessa Europa em convulsão e, talvez por essa razão, decantou em si os valores da paz e do entendimento, uma rara sensibilidade face às situações de injustiça. propiciadoras das tensões.

O "Indignez-vous!" é um belo manifesto contra a indiferença, pela mobilização cívica, por uma sociedade de valores. Vale a pena lê-lo.

11 comentários:

Helena Oneto disse...

Je ne fais que ça!
Muito oportuno falar aqui de Stéphane Hessel e do seu "Indignez-vous"!

Filipe pereira disse...

Destino impar o de Stephane Hessel. Logo ao nascer personagem de romance. Pois convém lembrar que a mãe de Stephane Hessel, Helen Grund, inspirou o livro e (sobretudo) o celebre filme (de Francois Truffaut), Jules et Jim. Para a posteridade o pai de Stephane (Franz) acabaria por ficar conhecido como Jules. Mas o menino Kadi dessas ficcoes nunca chegaria a ocultar o homem que acabou por ser o Senhor Stephane Hessel.
Filipe Pereira

Anónimo disse...

Claro que vou comprar e ler.
Obrigada, só conheci o Sr. aqui.
Isabel Seixas

Teresa disse...

Sugestão anotada.
Só muito recentemente conheci o blogue, através de uma amiga que vive em Berlim (a Helena do muitíssimo bom 2 Dedos de Conversa, http://conversa2.blogspot.com/) e o mencionou aquando das manifestações da Geração à Rasca.
Passei a ser visita diária.

Francisco Seixas da Costa disse...

Cara Teresa: Muito obrigado pela sua visita. Volte sempre.

cunha ribeiro disse...

Todos os dias tenho experimentado esse sentimento Às vezes até à náusea...

Julia Macias-Valet disse...

Com a sua enorme experiência de vida porque esperou Stéphane Hessel até aos 93 anos para nos chamar a esta "insurreiçao pacifica" ?

Anónimo disse...

claro, e a propósito mete-me nervos essa preferência promiscua pelas damas de outros países ah, que bom... Volte sempre...

A outros se não aparecesse... era bom...

Tristeza.
Isabel

Espanha serve ou não é suficientemente Snob...

Anónimo disse...

Rendo-me...
O Sr. consegue ser desconcertante...
A ideia era fazê-lo rir a si...
mas ri a sério também, que bom obrigada.
Isabel

Helena Sacadura Cabral disse...

A editora que há dias o publicou em Portugal, a Objectiva, e o Alexandre Vasconcellos e Sá estão de parabens. Recebi-o há dias. Tem prefácio de Mario Soares - para quem goste - e a capa vê-se em qualquer escaparate porque é toda vermelha.
A ler com atenção, na versão portuguesa, o post-facio e as Notas do editor autorizadas pelo autor.
Tenciono começar a lê-lo hoje!

Anónimo disse...

Também agradeço a sugestão,também vou comprar e ler,depois comento mas acho URGENTE a necessidade de não só nos indignarmos mas de REAGIRMOS também.Podemos começar nos indignando com nós mesmos,sempre começando por nós não é?

Maduro e a democracia

Ver aqui .