domingo, fevereiro 07, 2010

Opinião

Há dois dias, a propósito da reação que suscitou um comentário tido por anti-semita de um responsável político regional, teve lugar num canal de televisão um aceso debate sobre o tema da liberdade de opinião em França.

Para a generalidade dos comentadores, a sociedade francesa de hoje é bastante mais aberta do que o era há algumas décadas. O agravamento dos choques geracionais, a vitória de algumas ideologias e um conjunto de outros fatores vieram derrubar tabus e permitir a emergência de uma sociedade menos controlada. A exceção mais notória, identificada por um dos participantes, é a apologia das ideologias racistas, perante a qual existe já uma proteção legal que, no passado, não era considerada essencial. Neste quadrante limitativo, o anti-semitismo apresenta-se hoje como o desvio que provoca uma mais forte reação, por virtude da assunção do Holocausto como uma memória histórica que deve merecer uma atenção particular.

Esta temática prende-se também com o "politicamente correto", o padrão que o pensamento convencional considera dever prevalecer, nas palavras e nos atos, relativamente a certas questões de sociedade. Estão neste caso temas raciais, de género e, em escala menor, questões religiosas e de discriminação social - os que agora me ocorrem. Não há total consenso sobre este catálogo de "contrainte sociale", que se estende de coisas de mero bom-senso (proteção ambiental, proteção das crianças) até áreas mais divisivas (tabaco, grau de defesa dos animais).

O percurso das ideias, neste domínio, tem sido muito grande, embora com regressões significativas. Recordo apenas como o sacrossanto princípio de impedir o "racial profiling", que marcava o quotidiano dos EUA desde os anos 70, se esboroou, de um dia para o outro, depois do 11 de Setembro. 

1 comentário:

Anónimo disse...

É um fenómeno interessante a tentação de tomar a parte pelo todo...

Da mesma forma nesse contexto todas as generalizações são perigosas, inclusive esta.

Estou convencida que há sempre alguém que aufere de conotações positivas das generalizações...

Ex: As Suecas são mais bonitas que as portuguesas.

Assim como alguém é apanhado na redução da parte...

Ex:Não ando nesse avião "aquele que faz o trajecto Vila Real Lisboa em 1 hora"é muito frágil,prefiro andar de carro porque corro menos risco de acidente letal...
Ocorreu um assalto, de certeza que foram indivíduos de Etnia...
Pois.
Acho que tem Razão.
Isabel Seixas

Parabéns, concidadãos !