segunda-feira, julho 13, 2009

Boavista

Há uma imensa injustiça quando um emblema a quem imensos milhares dedicaram as suas emoções e afectos, ao longo de um historial de largas décadas, se perde por virtude de gestões ruinosas e de decisões assentes na irresponsabilidade.

Há uns anos, foi o Salgueiros, há pouco tempo esteve para ser o Leixões, agora foi a vez do Boavista. A macrocefalia do Futebol Clube do Porto não justifica tudo.

A desqualificação do Boavista é um momento triste para a cidade do Porto e para o futebol português em geral. Mas o que é ainda mais triste, porque sintomático do estado em que vive o futebol português, é não ver pessoalmente responsabilizados e punidos com severidade criminal, até ao limite máximo das consequências da lei, os responsáveis directos por este tipo de descalabros que afectam os nossos clubes, que os endividam e arruínam para satisfação das suas vaidades e glórias pessoais, arrastando consigo o desemprego, para os jogadores e os restantes empregados dos clubes. Responsáveis que têm nomes, alguns bem sonantes, como todos sabem. E que por aí vão continuar a andar à solta, bem na vida e de costas direitas.

Deixo um abraço de simpatia aos meus amigos boavisteiros, em cujo admirável Campo do Bessa me "estreei", numa tarde de 1966, como um dos menos bem sucedidos "laterais-direitos" dos anais da equipa de futebol da Faculdade de Ciências da Universidade do Porto...

2 comentários:

Anónimo disse...

Viva o Boavista.

ARNALDO ANTUNES

Anónimo disse...

Inteiramente de acordo com o que aqui, neste Post oportuno, o Embaixador escreve. Quanto a mim, a “ligação” ao Boavista é de outra ordem, mais “sentimental”, ou “pessoal”, diria. Quando estudava, jovem ainda, no Porto, onde vivi uns bons anos (e nasci) tive um professor, de quem ainda hoje, anos passados, guardo uma grande saudade e grata recordação, o Dr. Sollari Alegro, que tinha a extraordinária capacidade de conjugar uma enorme competência, interessar os seus alunos pela matéria e criar um clima de boa disposição e bom ambiente durante as aulas, o que fez com que os seus “pupilos” tivessem bons resultados no final do ano, mas, sobretudo, este para mim o aspecto que mais me marcou (e aos outros antigos colegas), desejassem e aguardassem com interesse e carinho a presença dele, nos dias das suas aulas. Nem todos os professores foram assim (ou são). Só, anos depois, já no final do liceu, vim encontrar um professor de idêntico “gabarito”, ainda que num estilo muito diferente, mais rude (uma rudeza a fingir, mais para nos impressionar e fazer estudar), mas de um coração enorme, o Padre Joaquim. Mas isto é outra história. Isto a propósito de que, uma das brincadeiras que tínhamos com ele, o Dr. Sollari Alegro, era de nos “metermos” com ele por causa do Boavista, sempre que perdia, o que sucedia muitas vezes e de que ele era grande adepto. E ele fingia-se zangado (deixando transparecer isso, de ser a fingir) e ia atrás de nós na sala de aula para nos dar “uma palmadita, por nos termos metido com o seu Boavista!” E acabávamos a rir, para depois retomarmos, com toda a atenção, o curso da aula dada por ele. E ainda fui assistir a jogos no Bessa, ou nas Antas com o Porto contra o Boavista. Mais simpatizante do Porto, nem por isso deixava transparecer uma imensa simpatia pelo clube do Bessa, por causa dessa figura memorável, que foi para mim e muitos outros, o Dr. Fernando Sollari Alegro (se a memória não me falha hoje, assim se chamava ele).
P.Rufino

O outro lado do vento

Na passada semana, publiquei na "Visão", a convite da revista, um artigo com o título em epígrafe.  Agora que já saiu um novo núme...